continuação

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Juvenal não estava gostando nem um pouco desses modos.
Ainda mais na frente das visistas. Afinal de contas, quem Balbino estava pensando que era? O mestre resolveu então aplicar-lhe uma
Lição. Com um sorriso de raposa velha, juvenal olhou nos olhos do
Menino.
    - pois bem: aceito seu desafio. Sente aqui na minha frente e afine
Sua viola!

Balbino se aproximou, e uma grande roda de ouvintes se formou em volta dos dois adversários. Juvenal não pôde deixar de notar a
Viola negra e reluzente nas mãos do garoto. Como ele a conseguira?
   -o senhor e mais velho. Pode começar - disse Balbino com um leve ar de superioridade.

E juvenal não perdeu tempo. Começou a peleja com sua voz de trovão, soltando aqueles versos terríveis que já haviam feito mais de um cantador engolir em seco:
                          O meu nome é  juvenal,
                          É assim que eu me apresento.
                          Eu sou bravo como um touro,
                          Sou ligeiro feito o vento.
                          Na poesia sou mais forte
                          Do que o coice de um jumento.
Pois Balbino não se intimidou nem um pouco. Seus dedos correram
Pelo braço da viola e ele começou a tocar com uma técnica espantosa. Quando sua voz saiu, veio forte, e sua resposta arrancou
Um "OH! " da audiência. Aproveitando a rima do último verso cantado por juvenal, Balbino rebateu assim:
                          Velho mestre fique atento,
                          Pois eu sou Balbino brás.
                          Sou poeta mais famoso,
                          Violeiro mais capaz.
                          De vento não tenho medo
                          E de touro corro atrás.
                          Em jumento que dá coice,
                          Bato até não poder mais.

Juvenal balançou a cabeça como não acreditasse no que estava ouvindo. Não, este não podia ser Balbino, sua afilhado. Ele não seria
Capaz de improvisar versos com tanta rapidez, muito menos cantar
Desse jeito. E como se aquilo não bastasse, o garoto ainda passara a
Dedilhar as cordas com a mão esquerda - logo ele que nunca fora
Canhoto!

Sem perder a pose, o velho respondeu com versos que fez a sala inteira aplaudir. Balbino logo deu o troco e partiunpara o ataque. Era espantoso o que estava acontecendo. Nenhum dos presente jamais havia visto mestre juvenal se bater com um adversário tão
forte. Mesmo com sua enorme experiência, aos poucos, o velho
Começou a se sentir encurralado. Para cada um de seus truques e manhas, Balbino logo vinha com outras armadilhas ainda mais
Perigosas. Parecia que cada verso do menino era um soco, cada rima, um paulada.
    
        

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⏰ Última atualização: Nov 29, 2015 ⏰

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