Olho pra minha irmã e vejo sua tristeza, mas ela olha pra mim e sorri como se dissesse você vai consegue.
"Let, o que va acontece agora comigo?" -pergunto enxugando as lágrimas.
"Você vai ser forte como sempre!" - pergunte Letícia sorrindo pra mim.
Ela se levanta e vem em minha direção, passa a mão em no rosto. Sinto vontade de abraça lá, mas uma sensação mim envolve...
Bati minhas asas dando um leve vôo que faz Letícia cai no chão. Observo tudo ao meu redor, minha irmã chorando a velha sentada na cadeira como se esteve esperando o pior...
Bati minhas asas novamente, jogando um forte vento contra os espelhos que se quebraram no mesmo instante...
Acordo do meu surto inoportuno de memórias. Malditas memórias, como eu queria esquece las. Já se passaram dez anos desde aquele terrível domingo.
"O que é isso? Vocês ouviram?" - diz uma das meninas que notou o barulho que parecia vir da entrada do dormitório.
O comentário da menina loira faz com todas ficarem preocupadas e barulhentas.
"Talvez se vocês calassem a boca podiam ouvir!"- grita uma menina ruiva calando todas, mas as deixando mais preocupadas.
Ficaram todas na esperança de ouvi algo. E de fato havia um barulho, como de livros se batendo dentro de uma mochila, ao algo do tipo.
"Aí meu deus, eu sou nova demais pra morre!" - grita uma loirinha de cabelos longos. -"Ei! você é nossa tutora, né? Então nos proteja!" - grita a loirinha olhando pra mim.
"Sim, disse bem! Eu sou tutora de vocês e não guardião." -falo me esticando na cadeira.
Todas começam a corrente para um lado e para o outro, gritando como loucas que não querem morrer.
Segundos depois as portas se abrem com tudo e se chocaram nas paredes. Olho pra trás e vejo uma garota caída no chão com uma mochila nas castas. Com certeza caiu ao tenta abri as portas sozinha. Me pergunto onde a Margo tá.
"Essas portas são pesadas, né!" -ela fala se levantando.
"Será que é por que elas pesam cinqüenta quilos cada!" - falo me levantando da cadeira e indo em direção a porta.
Todas as meninas ficaram paradas de braços cruzados e emburradas, olhando pra menina da mochila, com raiva por ela ter assustado a todas.
"Me desculpem, eu sei... Cheguei atrasada, mas se as pessoas..." - parou e respirou - "me ouvissem, eu não teria... Eu to falando demais, né?"- disse a garota da mochila deixando as outras ainda mais irritadas. Na boa se isso fosse uma corrida com um locutor de quem fala mais rápido, ela ganharia!
"Não acredito que é você!" - fala uma garota de cabelos rosa encarando a de mochila.
"Mika! Mais que sorte a minha de reencontra você aqui." - a menina responde com expressão de desprezo.
"Sophia, ô desastre da quinta série." - fala a tal de Mika como uma patricinha -"Escuta, eu vou tentar te ignora ao máximo. Pra não pegar muito no seu pé, sabe eu virei uma boa pessoa!" - ela termina se sentindo o ser mais superior do universo.
"Então tá né... Vou fingir que acredito em você." - Respondi a Sophia pegando os livros e a mola que estavam na porta.
Sophia sai andando em direção as camas, mas tropeça em um banquinho e derruba os livros que segurava na mão. Mas antes deles caírem eu expus uma de minhas caudas e os peguei.
"Uou, o que é isso? É uma cobra!" - grita Sophia pulando tentando pisar minha cauda. "E não espera" - parou e pensou -"Ah, é uma cauda de fênix. " - falou soltando a respiração num gesto de alívio.
"Seu nome é Sophia né?" - pergunto olhando pra porta esperando a Margo aparecer.
"É sim e o seu qual é?" - pergunta Sophia com uma sorriso enorme.
Me viro pra camas ignorando a garota, começo a procura o nome dela nas cabeceiras. Coloco os livros em cima da cama que tinha o nome Sophia Lorys.
"Não disse que ela era um desastre!" - diz a Mika rindo e olhando pra outras garotas.
"Eu não eu sei o que ensinaram a vocês duas! Por que primeiro não se ignora alguém que pergunta seu nome!" - grita Sophia olhando pra mim erguido o dedo num gesto de autoridade. Ela só pode ser louca, como ousa fala assim comigo. -"E depois, não se odeia uma pessoa só por que ela tira notas melhores que você!" - ela finaliza olhando pra Mika com um tom de superioridade.
"O que você disse? Ta querendo apanhar é, menina?" - diz a Mika andando até a Sophia.
"Resumindo pras burras, te chamei de minada!" - Sophia fala tirando a mochila das castas.
Em um momento como esse eu estaria gritando: 'Vai, vai chuta a cara dessa vadia!' ou 'Ah, eu num deixava doido!'. Mas acho que não to nos meus melhores dias.
"Eu vou matar você!" - grita a Mika erguendo a mão feita pronta pra bater na Sophia.
"Se você acha que..."- a interrompo jogando minha cauda com muita força entre elas.
"Já chega, quero todas no pátio. Agora!" - grito com a mão apontada pra porta.
Todas saim resmungando e com um pouco de medo. Definitivamente eu não estou no meu melhor dia.
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Fênix O Corredor da Morte
De TodoFaz 100 anos desde que descobriram nossa existência... Muitas coisas mudaram, várias e várias vezes ficando cada vez pior, mas agora é minha vez de mudar todo da minha maneira...