Diário de Uma Garota Diferente

Capítulo 6 ♥

Um dia depois...

Kariny narrando:

Miguel: Agora você pode me explicar o que está acontecendo?
Kariny: Sei lá... tá acontecendo tudo muito rápido na minha vida! Eu não sei o que fazer mais...
Miguel: Quando você pensar em desistir, olha pra Deus, e pedi a Ele sabedoria e muita força!
Kariny: Você acha mesmo que Deus existe? - falei em tom baixo e calmo. - se Ele realmente existisse, acha que eu estaria passado por tudo isso? Essas coisas todas estão me atormentando...
Miguel: Olha pequena, em momento algum, Deus disse que você não iria passar por problemas e dificuldades! Já parou pra pensar, que isso pode estar sendo mais uma das grandes coisas de Deus? Que Ele pode estar te "testando" pra ver até onde sua fé vai? Pois eh! Deus, tem grandes coisas planejadas pra sua vida, é só você deixar! Se não for muito abuso da minha parte, eu gostaria de saber dos seus problemas, gostaria de estar mais próximo a você, e te apoiar!
Kariny: Todo essa pesadelo começou... Quando minha mãe sofreu um acidente de moto, e os seus órgãos foram paralisando aos poucos... eu não aguentava ver ela daquele jeito! Me dava vontade de morrer! Meu pai, foi super presente até aí... afinal, ele a amava muito, independente de todos os defeitos que ele possui... vem como um flash na minha mente quando eu relembro essas coisas! No dia 23 de outubro de 2009, minha mãe veio a falecer, o que trouxe essa revolta. Éramos muito amigas, tudo o que ela fazia me levava. A gente ia pra igreja juntas, fazia compras, ela me apresentava garotos da igreja, - risos. - comíamos pizza com o meu pai... mas de repente, todo esse sonho, se transformou em pesadelo! E foi a partir desse dia, que a minha vida mudou totalmente! Me tornei essa garota chata, implicante, que não gosta de pessoas, amarga... que tomou ódio, nojo do próprio pra pai, que não acredita em sonhos, e que se revoltou completamente em todos os pontos... - falei deixando escorrer algumas lágrimas no rosto.
Miguel: Mas por que esse rancor do seu pai?! Se não quiser dizer, eu entendo...
Kariny: Já comecei e agora vou até o fim! Assim que a minha mãe faleceu, meu pai sumiu por alguns dias, me deixando sozinha, em uma época dessas. Comecei a ficar com medo do que poderia ter acontecido com ele, mas ao mesmo tempo, sentia raiva dele por ter feito isso. Quando foi no terceiro dia depois da morte da minha mãe, ele voltou com umas companhias estranhas. E foi aí, que esse amor se transformou em nojo!
Meu pai começou a levar pra dentro de casa, uns quatro homens à noite, onde bebiam muito, jogavam baralho, e sempre, no final da noite, saiam, e meu pai não tinha hora pra voltar, e sempre que voltava, tinha uma mulher diferente no quarto dele... isso foi virando rotina, até que eu sofri o assédio pelos amigos dele, e muitos já tentaram passar a mão em mim!
Com isso tudo, eu passei a tomar raiva dele, muita raiva! E isso é frequente até hoje... até que ontem... - pausei.
Miguel: Ontem... pequena Kariny, estou disposto a te ajudar! O que ele fez ontem?!
Kariny: Até que ontem... sofri meu pri... meu primeiro abuso sexual! - falei envergonhada e ele fez cara de indignação.
Miguel: Kariny! Como você não me falou isso antes?! Temos que tomar providências, isso não pode continuar!
Kariny: Está tudo muito recente! Tenho medo dele fazer alguma coisa!
Miguel: Ele não pode! Você está comigo agora! Esta tudo bem?
Kariny: Sim... - falei cabisbaixa.
Miguel: Vai ficar tudo bem! Eu tenho certeza, mass... pra essa dor, que está acumulada aqui dentro, - falou colocando a mão no meu peito, dando pra sentir as batidas do meu coração. - sair mais depressa... deixa Deus te ajudar! Irá se recuperar rapidamente! Prometo! Enfim... Você havia me prometido uma coisa... vai cumprir com sua palavra, ou andar pra trás?
Kariny: E vê lá se eu sou mulher de não cumprir com minha palavra?! - falei e rimos. - eu vou sim!
Miguel: Ótimo! Será bom pra você conhecer pessoas! Vai tomar um banho, que eu vou preparar o melhor lanche da história! - falou e riu.
Kariny: Obrigada Miguel! - falei amigavelmente e ele sorriu me abraçando.