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Era uma manhã de segunda-feira na pequena cidadezinha de Cáprio na Califórnia, onde eu moro. Nublado e chuvoso, como quase todos os dias do ano.
Estava me arrumando para ir ao colégio em meu pequeno quarto, quando ouço meu irmão gritando da cozinha:

- Indigo!! Aonde você guardou o cereal?!

- No armário do lado da geladeira Isaac - respondi enquanto penteava o cabelo.

Isaac, o idiota do meu irmão mais novo, na verdade nem tão novo assim, tem dezesseis anos, apenas um ano mais novo que eu. Ele é capitão do time de lacrosse do colégio.

Minhas amigas falam que ele é um gatinho, o que é verdade, não digo isso só por que ele é meu irmão, puxou a mamãe que parece uma boneca francesa.

Isaac tem a pele clara, cabelo castanho, olhos verdes juntamente com um olhar marcante, nariz meio arrebitado, idêntico ao da mamãe. Eu puxei um pouco mais ao papai, meu cabelo marrom longo e ondulado, olhos esverdeados, meus amigos falam que eu pareço a branca de neve.

Coloco uma calça jeans com a barra dobrada, um tênis branco e uma blusa preta amaçada, faço uma maquiagem básica e desço para tomar o café da manhã.

Descendo as escadas vejo Isaac, e o Potter, nosso cachorro rask siberiano, sim, Potter por causa dos filmes Harry Potter. Mesmo não parecendo, eu sou meio geek, sou apaixonada por Star Wars, Senhor dos Aneis, e tals.

- O pai acabou de mandar uma mensagem falando que ele só vai voltar depois de amanhã - comentou meu irmão, enquanto arrumava o cabelo no espelho da sala.

- Okay - falei em meio a um bocejo.

Estávamos sozinhos em casa pois minha mãe, uma, de apenas três dentistas que há em Newton, tinha viajado a trabalho, e meu pai policial estava de plantão em uma cidade vizinha.
Comia uma torrada, quando chega uma mensagem em meu celular:

Philip: {Indigo não me iguinore por favor!!}

Mais uma mensagem das milhares que ele me mandou, Philip é meu ex-namorado, namoramos quatro meses, mas nos conhecemos desde criança, o porque terminamos? Bom.. não gosto de lembrar um dos momentos mais horríveis da minha vida.

Ele me traiu. Apenas fomos a uma festa, e vi ele beijando uma garota. Eu não entendi e não queria entender, nunca senti tanta raiva e vergonha, fui tola em pensar que muita amizade e namoro iriam dar certo.
Acho que ele estava bêbado sei lá, mas depois ele me ligou milhares de vezes e mandou milhões de mensagens é claro, mas só ignorei, ele me fez de boba.

Eu fiquei bem arrasada, mas já superei... bom, eu acho... Eu nem estou lá tão triste pelo termino, estou triste pela nossa amizade ter acabado da pior maneira possível. Ele era meu melhor amigo e realmente se importava comigo, quando estávamos juntos tínhamos nosso próprio mundinho. É difícil esquecer de alguém que me deixou marcas tão profundas.
^Preferi não responder a mensagem^

- Indigo, vou sair com os garotos depois do colégio!

- Você não vai a festa da Grace Isaac, lembra o que a mãe e o pai disseram.

Da última vez que eu e Isaac saímos sozinhos para uma festa, acabou que meu pai chegou lá com a viatura de policia dele, gritando com todo mundo, achando que estávamos usando drogas, pois é, passei o maior mico.

Meus pais são daquele tipo super protetores, odeio isso, na verdade é mais meu pai que é chefe de polícia.

- Eu não disse que ia a festa Indigo!

- Eu te conheço desde... - um susto me interrompeu de terminar a frase, de repente acabou a luz.
Isaac e eu fomos para fora ver o que tinha acontecido, o vizinho sr. Vicent estava em frente à sua casa.

- Acabou aí também? - gritou ele do outro lado da rua - Sim, acho que deve ser só sobrecarga.

Logo algo me chamou atenção, helicópteros voavam sobre a cidade, o que é no mínimo estranho, pois não é comum ver helicópteros em Newton, que não chega à 8.000 habitantes.
(...)

Eu entrei no ônibus segurando meu violão e com uma mochila nas costas, logo percebi que todos os olhos do ônibus se direcionavam para mim, deviam estar se perguntando "por que ela terminou com o Philip Benson?"

Sem dúvida o colégio inteiro já deveria saber do meu termino com Philip, as outras garotas provavelmente já deveriam estar prontas para se jogar em cima dele, não que enquando estavamos namorando elas não se preocupavam em fazer isso.
Philip é bem desejado pelas meninas do meu colégio, tem um olhar penetrante, juntamente com o seu sorriso encantador, ah e ele tem um corpo lindo digo de passagem.
(...)

Chegando no colégio olhei pela janela do ônibus, e percebi que havia luz lá, provavelmente só no meu bairro que tinha acabado.

Desci do ônibus e logo vi Grace correndo em minha direção em um salto alto, ainda não sei como ela consegue ficar com aquilo no pé a manhã inteira, na verdade ela nunca o tira.

- Indigo! Eles deixaram?? - Perguntou Grace já sabendo a resposta.

- Não, meu pai me matou mentalmente quando eu falei que eu e o Isaac ia a sua festa hoje à noite.

- O que? Por que? - diz Grace decepcionada.

- Mil desculpas, você sabe como é meu pai, lembra da última vez.

- Pois é eu sei - deu uma risadinha, certamente lembrou do mico que passei - Poxa, eu convidei aquele gatinho lá da academia, achei que vocês podiam sei lá né...conversarem..

- O que? Não Grace! - Ela olhou para mim e só pela expressão de meu rosto já entendeu o que eu estava sentindo, Grace me puxou pelas mãos e me deu um abraço apertado.
Com aquele abraço parece que Grace conseguiu tirar uma coisa ruim de dentro de mim. Talvez eu não tenha muitos amigos, mas os que eu tenho são os melhores do mundo.
(...)

Estávamos no corredor indo para a aula de física quando de repente alguém me puxou pelo braço.

- Indigo!! - para minha surpresa era Philip, com uma notável cara de cachorro abandonado, seu rosto estava pálido e sua mão fria como gelo, certamente estava arrependido por ter acabado com nossa amizade.

- Por favor! me deixa explicar!! eu não...
- ME SOLTA PHILIP!!!

Naquele momento eu estava com vontade de chorar só de olhar para a maldita cara dele. Achei que eu já tinha superado, esquecido, mas naquela hora meu coração apertou de novo.

- EU JURO QUE..
- Philip! Antes ferir um coração, certifique-se que você não está dentro dele!! SEU FILHO DA PUTA! - gritei em um tom de choro.

Quando me dei conta vi que todos do corredor estavam nos olhando.

- CUIDADO!!!
**BUMMM**
(...)

De repente tudo ficou escuro, a única coisa que eu conseguia ouvir eram agonizantes gritos. Mal conseguia respirar ou me mover, e sentia uma dor intensa e inexplicável em meu braço.

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⏰ Última atualização: Mar 13, 2017 ⏰

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