Quatro meses depois
- Kat! – A mulher sorriu pra mim, passando pela multidão. – Eu vi sua foto, você esta linda! Ah, querida, você se lembra de mim?
- Claro que me lembro, dona Carmem. – Sorri. – A foto da senhora é a minha favorita da exposição, e não só por motivos pessoais! – Sorri.
- Ah, esse é um mundo bem pequeno, não é? Muito bom ver você de novo, não sabe o que o seu trabalho fez para minha autoestima.
Sorri para a senhora Carmem. A exposição de Roy era um sucesso.
- Kat! – Ouvi a voz de Lucas me chamar, pedi licença a dona Carmem e fui ao encontro do um irmão mais velho.
- Até que enfim te encontrei, isso aqui esta lotado! Cadê o Roy, preciso dar parabéns para ele.
- Da ultima vez que vi estava dando entrevista para a tv local, mas acho que o discurso dele já vai começar. - Respondi.
- Isso aqui esta incrível, você tinha razão maninha, são imperfeitos uma para o outro. Ah, adorei a sua foto. As duas!
- Obrigada, Lucas. É muito bom ouvir você dizer isso.
Roy e eu estávamos em um relacionamento de verdade desde o enterro de Maluzinha, não posso dizer que as coisas são fáceis, ainda existem os olhares tortos quando saímos juntos. Eles sempre vão existir, mas eu não me importava mais, porque estava plenamente feliz.
Meu irmão conheceu e aceitou Roy, eu me tornei amiga de Gabriel e Jennifer e recebi um pedido de desculpas da mãe dele, apesar de saber que nunca seria a garota que ela sonhava para o filho, ela aprendeu a me respeitar, e eu também a respeito por isso.
- Quero agradecer a todos os presentes aqui hoje. A Exposição Arranha céu significa muito para mim e espero que vocês saiam daqui mais inspirados. – Roy começou a discursar em agradecimento, na frente da foto principal da exposição, eu e Maluzinha desenhando no dia em que nos conhecemos. – Essa exposição é sobre pessoas e suas histórias. Mais do que minhas fotos. Essas pessoas são a obra de arte hoje. Eu queria muito agradecer pela oportunidade de me deixar fazer parte da história de todos vocês hoje. Um brinde a todos nós!
Roy ergueu a taça de champanhe e os sons dos aplausos ecoaram pelo salão, fui em sua direção e o abracei.
- Você foi incrível, meu amor. – Disse.
- Sério? Sou horrível falando. Ainda mais em público. – Ele disse desajeitado.
- Eu adorei. – Selei nossos lábios em dos nossos beijos doces e tortos.
- Não acredito. – Eu ri entre nosso beijo. – Essa música! - O som de fundo pareceu ficar ainda ais alto quando reconheci os acordes de Moonriver.
- Bonequinha de luxo. – Ele revirou os olhos rindo. – Devo ter ciúmes da Audrey Hepburn? Quando você disse que sabia as falas do filme de cor e sempre achava que era um exagero.
- Disse o cara que gosta de velozes e furiosos, pelo menos meu gosto é clássico. – Sorri.
- Todos temos um prazer culposo. – Ele deu de ombros. – Ei, sabe que eu estou te devendo um dança desde o nosso primeiro encontro?
- Achei que você não dançasse nunca. – Respondi surpresa, Roy sempre me disse que não conseguia dançar.
- Podemos tentar? – Ele arqueou as sobrancelhas me estendendo a mão.
- Aqui? – Eu ri. – Tudo bem, eu adoro tentar.
Two drifters, off to see the world
There's such a lot of world to see
We're after the same rainbow's end
waiting, round the bend
My Huckleberry friend
Moon River, and me
Fim
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Arranha-céu
RomanceParalisia Cerebral é uma lesão de uma ou de várias partes do cérebro. Isso, ao menos, é o que a ciência diz. Quando conheci aquele homem, não sabia o quão perto do céu poderia chegar, mas também não entendia porque havia tantos obstáculos. Será que...