"Não tenho a certeza se quero fazer isto, Louis." Harry murmurou, uma das mãos apertava fortemente o braço da cadeira onde nos sentamos na sala de espera. As juntas dos seus dedos estavam brancas da força que ele fazia, os seus olhos fechados e os seus lábios comprimidos numa linha. Os seus cachos caíam na sua cara, mas eu sabia que ele estava assustado. Mas também sabia que ele queria isto, não interessava o quanto ele negasse. Nós esperávamos pelo doutor Bennett, o responsável em ajudar Harry a ultrapassar essa situação. Eu continuava surpreso pelo fato de que Harry queria que eu, de todas as pessoas, viesse com ele. E agora muito mais surpreso de ele ter me chamado de Louis. Ele nunca chamava. Era sempre 'Tomlinson'. Parece que algo estava mudando entre nós. Uma amizade, talvez.
Suspirei suavemente, levantando a minha mão e cuidadosamente e quase receoso da sua reação, porém, carinhosamente percorri os meus dedos pelos seus cachos suaves. Parecia estranho agir desta maneira com ele, mas eu sabia que ele precisava de um amigo naquele momento, então porque não tentar e ser exatamente isso? Ele tencionou-se debaixo do meu toque, mas não se queixou ou sequer se desviou. Coçou os olhos e mordeu o lábio encarando o chão.
"É o melhor para você. Acredita no que eu te digo, Harry." Disse suavemente continuando a acariciar o seu cabelo. De alguma maneira pareceu certo porém terrivelmente errado. Retirei a minha mão cuidadosamente deixando-a cair no meu colo. Harry levantou a cabeça e franziu as sobrancelhas.
"Como é que dizer para um estranho todos os meus problemas, pensamentos e sentimentos é a coisa certa?" Ele questionou, me olhando curioso. Isso me fez tremer um pouco; a maneira como os seus lindos, mas frios olhos verdes olharam cautelosamente para mim com uma expressão curiosa e entusiasmada. Nunca tinha o visto assim. Empurrei a minha franja para fora dos olhos, olhando em volta da sala de espera até olhar de novo para Harry que continuava me encarando com a mesma expressão.
"Pensei que tínhamos falado sobre isto." Disse, levantando uma sobrancelha. Ele bufou, encostando-se a cadeira, cruzando os braços e sorrindo um pouco para mim.
"Eu sei, mas mesmo assim não me deixa confortável com a situação." Ele confessou, encostando a cabeça na parede e fechando os olhos. Ele parecia sereno, um pequeno sorriso brincava nos seus lábios. Eu tive que literalmente forçar-me a desviar o olhar dele, só para ter a certeza que não encarava demais. Continuava com problemas em não me apaixonar por ele. Mas era difícil; ver aquele rosto todos os dias e ouvir aquela voz todos os dias. Embora o fato de ele ser um idiota para mim, de alguma maneira tornava as coisas mais fáceis. Os meus dedos embaraçaram-se com o tecido das minhas calças, abrindo a boca para falar algo mas a recepcionista falou primeiro.
"Harry Styles?" Ela chamou, fazendo Harry abrir os olhos, surpreendido, acenando para a jovem garota sentada atrás da secretária com uma pilha de papéis à sua frente. Ela sorriu educadamente, gesticulando a direção da porta do escritório do Dr. Bennett.
"O Dr. Bennett está pronto para o ver." Ela disse e então Harry apertou ainda mais o braço da cadeira. Ele olhou desesperadamente para mim. Ele não queria ir, mas tinha que. Então, levantei-me e ofereci-lhe a minha mão para ele pegar. Ele mordeu o lábio olhando para mim com medo nos seus olhos.
"Vamos, Harry. É a primeira vez, não vai ser muito ruim. Ele só vai te fazer perguntas básicas." Disse e rapidamente acrescentei: "E eu também vou estar lá."
Harry hesitou, mas levantou-se da sua cadeira, pegando na minha mão. Sem avisar, encaixou os seus dedos nos meus, o que me fez levantar uma sobrancelha. Mas ele apenas sorriu fracamente, andando em direção ao consultório. Rapidamente o segui, dando-lhe um pequeno aperto na mão. Paramos em frente à porta e olhei de relance para Harry. Ele encarava o chão, então decidi ser eu próprio a bater à porta, antes de abri-la devagar. Entrei, arrastando o Harry atrás de mim. A sala parecia acolhedora e aconchegante, mas Harry continuava tenso e não estava disposto em deixar a minha mão. Suspirei, caminhando para mais próximo da mesa do Dr. Bennett e sentando-me numa das cadeiras. Harry, incerto, sentou-se na outra cadeira, os seus olhos viajando pela sala.
VOCÊ ESTÁ LENDO
skinny love 》l.s
FanfictionO que é amor? Uma questão um pouco platônica, não é? Amor é uma merda. O amor quebra você. O amor quebrou Harry e ele o odeia. Estar quebrado é o pior sentimento, a sensação de não poder fazer nada sem sentir uma corda puxando e apertando seu coraçã...