07.

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O caminho para casa foi calmo. Harry estava sentado ao meu lado, com os seus fones enquanto olhava para fora da janela. Eu estava focado na estrada, ok, não completamente. Minha mente continuava repetindo o 'momento' que tivemos no campo de futebol. Foi algo diferente, quase incompreensível. Ele nunca tinha olhado para mim daquela maneira, foi quase como se tivesse visto algo a mais em mim. Mais do que um rapaz inútil, um novo integrante na banda, e acima de tudo, mais do que uma transa sem significado. Balancei a cabeça violentamente, tentando tirar esse pensamento da minha cabeça porque era apenas uma lembrança da noite que compartilhamos. De quando ele estava bêbado, apenas me usando, mas eu, estava sóbrio e podia sentir cada emoção que havia para sentir. Honestamente, pensei que algo poderia mudar entre nós. Tudo bem, algo mudou entre nós. Ele deixou me aproximar mais um pouco e já não era tão insensível, mas ainda havia muitas coisas das quais eu gostaria de compreender, mas não conseguia. A não ser que ele estivesse pronto para me contar, o que, obviamente, ele não estava.

Harry, de repente, mexeu-se um pouco em seu lugar e tirou seus fones de ouvido, guardando-os em seu bolso. Eu rapidamente olhei para ele, mas amaldiçoei-me mentalmente assim que o fiz. Ele continuava estupidamente bonito. Ele estava usando um gorro cinza, deixando seus cachos longe de sua testa, mas mesmo assim ele continuava com uma boa aparência. A sua camisa azul escuro com uma gola em V estava mostrando seus bíceps e torso bem delineados. Engoli em seco, agarrando o volante com mais força, mantendo minha visão na estrada. Eu podia sentir o olhar de Harry em mim e quase conseguia ouvi-lo sorrir para si mesmo, o que fez com que eu apertasse o volante com ainda mais força, se isso fosse possível. Meus dedos ficaram brancos e dormentes.

"Por que tão nervoso, Tomlinson?" Escutei a voz de zoação de Harry, mas me recusei a responder. O que eu responderia? 'Oh uhm, é apenas a sua aparência. Está me deixando absolutamente insano.' Sim, não me parece que teria melhorado a situação. Então, em vez disso, ignorei e continuei não olhando em sua direção, ligando o rádio para evitar perguntas. O plano funcionou por um tempo até eu ouvir Harry respirar profundamente e virar levemente seu corpo para mim.

"Você é muito chato quando está em silêncio." Harry notou, batucando os dedos em seus joelhos, mantendo seu olhar em mim. Eu olhei em sua direção por um segundo, levantando uma sobrancelha. Depois foquei novamente na estrada, bem, tentei, mas falhei mentalmente.

"Mesmo?" Murmurei tentando manter o tom sobre controle. Parecia que toda vez que Harry falava, olhava ou fazia qualquer coisa que me deixasse maluco, minha voz se tornava apenas um suspiro e minha respiração ficava fora de controle, o que era ridículo, porque eu não deveria ficar assim. Toda vez que me sentia assim, mentalmente, eu me empurrava de um penhasco ou jogava batatas em mim e me batia. Mas toda vez que ele me fazia sentir dessa forma, ele também me deixava com raiva. Fazia a raiva ferver em mim e me dava vontade de socá-lo. Ele estava agindo como um rapaz nem tão ruim mas nem tão bom, me zoando o tempo todo. Para ser sincero, era demais para mim.

"Sim, mesmo. Que tal conversarmos sobre algo interessante?" Ele murmurou, retirando-me de meus pensamentos. Parei no semáforo vermelho e deixei meu corpo relaxar no banco por um tempo, antes de continuar a dirigir.

"Certo, vamos falar sobre sua sessão com o Dr. Bennett. Sobre o que vocês conversaram?" Falei de repente, sentindo a raiva percorrendo por minhas veias enquanto voltava a dirigir, tentando focar na estrada. Harry virou sua cabeça para olhar para fora da janela, mordendo seu lábio inferior e cravando as unhas no joelho. Ele estava respirando mais pesadamente, seus lábios prensados um no outro. Talvez tenha sido a coisa errada a perguntar. Não, foi definitivamente a coisa errada a perguntar.

"Que tal não." Harry retrucou, mas sua voz falhou no final, o que fez com que eu virasse minha cabeça em sua direção.

Ele continuava olhando pela janela, mas agora seus olhos estavam fechados. Seus dedos percorriam entre seus cachos bagunçados, seus lábios prensados em uma linha fina. Ele tirou as mãos de seus cabelos para apertar o nariz, expirando trêmulo. Eu sabia que não deveria ter perguntado aquilo. Foi a coisa mais estúpida para se perguntar, e eu sabia disso, mas não pude evitar a curiosidade. Esta Chloe e todos esses segredos estavam me deixando cada vez mais curioso e entusiasmado do que eu deveria. Eu devia esquecer isso, mas a minha curiosidade estúpida quase me matou. Mas, a curiosidade matou o gato, né?

skinny love 》l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora