Capítulo 1 - A Despedida

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Acordo com a minha mãe batendo na porta, - um pouco fraco até, comparando com os dias que ela está zangada com algo, aí então ela falta derrubar a porta. Então dou uma boa espreguiçada, e olho as horas no celular, MEU DEUS, já são 10:45 da manhã! Marquei com a Bianca ás 11h para irmos ao shopping, e bom, vocês devem estar se perguntando, quem é a Bianca e porque é urgente nós irmos ao shopping hoje. Então, a Bia é minha melhor amiga desde que estávamos na 1ª série do ensino fundamental e a ocasião especial não é nada mais, nada menos que a nossa formatura da escola, que também não irá ser esses bailes super chatos e tradicionais, vai ser uma festa mesmo, então vamos comprar nossas roupas, claro, nós não somos as super populares da escola, mas sim somos bem enturmadas por lá, e temos que arrasar, nós esperamos tanto pelo fim do ensino médio. Levanto e tomo um banho super-rápido, decido colocar um vestido e uma sapatilha porque é bem mais pratico. Desço assim que pego meu celular e a bolsa, dou um beijo na minha mãe, pego uma maça e saio em direção a casa da Bia, que por incrível que pareça, também é do lado da minha.

- Pensei que ainda estava dormindo, já ia buscar você pelos cabelos Duda - diz a Bia assim que abre a porta para mim.

- OK, OK, Vamos que temos que escolher vestidos maravilhosos, e sabendo como somos, vai demorar, haha - disse, e grito um até logo para a mãe dela que estava sentada no sofá.

- O taxi chegou - Bia já vai me puxando.

***

Chegamos ao shopping e logo seguimos por algumas lojas.

Caramba, hoje estou naqueles meus dias em que parece que nada me agrada... Rodamos boa parte do shopping e nada.

- Duda, você tá tão estranha hoje, - diz a Bia me parando de repente - vamos, trata logo de me falar o que você tem.

- Não é nada - só não consigo parar de pensar que eu e o Guilherme vamos terminar hoje, mas não quero que isso me atrapalhe de fazer compras, então não falei nada a Bianca.

- Como assim nada? Eu te conheço a anos garota, fala logo ou não sairei daqui enquanto você não falar. - É claro que não, a Bianca quando quer algo, ela consegue.

- É só que, você sabe, eu e o Gui já íamos fazer 1 ano de namoro, e ... - começo a falar sinto um pouco de dificuldade para isso.

- E ...? Vocês se gostam, gata. Qual é o problema?

- Os pais dele insistem que ele faça faculdade de medicina na França, então teremos que nos separar.

Não que o Guilherme seja insubstituível, ou que eu o ame com todas minhas forças, mas ele sempre foi meu amigo, desde bem crianças, mas só resolvemos que gostávamos um do outro além de amizade agora com tamanhos 17 anos. Na verdade, ele sempre foi apaixonado por mim e eu resolvi tentar, e acabei gostando dele também, 11 meses não são 11 dias, então claro que vou sentir falta dele. Mas eu confio que as coisas sempre dão certo no final, se for para ficarmos juntos de novo lá na frente, vamos ficar, sem mais.

- Cara, nem sei o que te falar Dudinha, sei que no começo vai ser difícil, mas eu continuarei sempre aqui do teu lado.

- Obrigada amiga, sabe que eu te digo o mesmo - disse dando um abraço na minha melhor amiga que sempre me entende, e sempre sabe quando não quero ficar falando de um assunto por muito tempo. - Sabe Bia, agora estou me sentindo até melhor, depois de desabafar isso, a minha mãe vai ficar histérica, ela ama o Gui - dou uma risada já imaginando a cena - ok, agora chega desse assunto, temos vestidos e sapatos para comprar.

***

Cheguei em casa pelas 18h e a festa seria as 20h, então eu tinha tempo. Fiz um lanche e fui tomar banho bem demorado, sequei o cabelo e resolvi deixar ele solto, longo negro e cheio de ondas, fiz a maquiagem e optei por olhos bem marcantes, - isso sempre foi o meu forte,- sempre chamei a atenção pelos meus olhos que são claros, batom clarinho e coloquei o vestido, preto com branco, essa combinação é perfeita, me olho no espelho e vejo que falta algo, um max colar, calço o scarpin preto e já estou pronta, celular, chaves, um batom e dinheiro na bolsa, tudo perfeito, a campainha toca e sei que é a Bia, quando abro a porta, vejo que ela tá um arraso, seu vestido nada discreto com um belo de um decote, branco, loira e lindíssima, vestida para matar, eu sorrio com esse pensamento.

- E aí, vamos, sim ou claro? Já são quase 21h. - como sempre ela não quer perder um minuto.

- Claro - saio e fecho a porta.

Chego na porta da escola e claro que o Gui está lá me esperando, lindo como sempre está, seu cabelo castanho claro levemente bagunçado de proposito, isso me enlouquece, seus olhos verdes e aquele sorriso de canto que eu amo, vou até lá e dou um selinho nele.

- Sempre linda, meu anjo - amo quando ele me chama de meu anjo.

Tem muitas coisas que amo nele, como o fato de ele me respeitar, respeitar meu momento, - ele sabe que sou virgem, apesar de quase todos na escola pensar o contrario, pelo meu jeito meio largado e marrento, - talvez eu até o ame.

- Obrigada, você também não está nada mal hein, - digo e ele sorri debochado.

- Para dentro, vamos, essa festa nos aguarda.

Entramos, e, uau, esse ano os diretores se superaram, isso está mais legal que a balada mais top da cidade.

Procuro pela Bia, e claro que ela já está agarrada nos lábios do Gabriel, que ela diz não querer namorar, mas é seu único "ficante" a quase 2 meses.

Eu e o Gui ficamos juntos, dançamos muito, nos beijamos muito, e ele me chamou para irmos perto da quadra tomar um ar, caminhamos até lá, quando para, ele segura em minha nuca e me beija, me envolve a cintura com seus braços fortes e eu me entrego ao beijo. De repente ele para e chega perto do meu ouvido.

- Duda, cada dia que passa fica mais difícil me controlar, eu te quero mais do que sempre quis, só de pensar que vou ficar longe de você, eu sinto um vazio. Eu gostaria de ter você, de ter certeza que você é minha.

- Gui, mas eu sou só sua, você sabe disso - digo com um sorriso de canto.

Ele não diz nada, apenas me beija com mais intensidade, e então começa a apalpar meus seios e só agora entendo o que ele quer dizer.

- Gui, eu não acho que isso seja uma boa ideia, não me sinto preparada ainda, e ainda mais sabendo que vamos ficar longe, mesmo que eu não queira, vou sentir uma sensação de abandono.

- Eu te amo e você sabe que eu jamais te abandonaria, eu sempre respeitei você e respeito até hoje, nunca quis e mesmo hoje não quero forçar a barra, mas é quase uma necessidade, não o ato, mas ter você, por inteiro - diz meio triste - Eu te amo mais que a mim mesmo, Maria Eduarda.

Ele não sabe o quanto me faz bem, o quanto eu também sinto vontade de ter ele por completo, mas eu não vou suportar, quando ele for embora só vai ficar o vazio, a sensação de abandono, e eu não quero sofrer assim, não quero que seja assim, mesmo que confie nele, a dor vai ser insuportável quando eu estiver sozinha. Talvez pra ele seja menos complicado, ele é homem, não seria a sua primeira vez, ele já teve outras, ele não tem que lidar com a insegurança, e só quando ele fala comigo eu percebo que me perdi em meus pensamentos.

- Fala alguma coisa Duda, por favor.

- Eu... Caramba Gui, eu não consigo fazer isso, nem quero que a gente se deixe com esse clima estranho, só entende o meu lado por favor.

- Tudo bem, eu te amo de qualquer forma, você sempre vai estar nos meus pensamentos e em meu coração. - E vejo nos olhos dele que isso tem um fundo de verdade - mas eu preciso ir, viajo ainda essa madrugada. Vou sentir muito a sua falta, princesa.

E com um beijo, ele se vai e deixa meus coração tentando se recompor aos poucos.


De Repente EnvolvidaOnde histórias criam vida. Descubra agora