Capítulo 3 - Mudança de planos

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Guilherme narrando

Assim que saio da festa, sigo direto para minha casa pegar minhas malas, e logo me encaminho para o aeroporto, meus pais quiseram me trazer, mas eu preferi que não, e os tranquilizei que poderia ir bem sozinho, já basta a despedida com a Duda que me cortou o coração. De nada adiantou todas as discussões com meus pais, não quero ir, não quero mesmo, sair do meu país, sair do lado da mulher que amo para estudar em outro país, realizar um sonho que não é meu, ok, é meu sim, em partes, quero cursar medicina sim, mas aqui, o sonho da França é dos meus pais, - da minha mãe especificamente - eu não contei nada sobre as brigas para a Duda, ela não ia gostar, principalmente de saber, que o motivo de todas elas, ela estava lá.

Não é que meus pais não gostassem da Duda, sim, eles a amam, meus pais os pais dela sempre foram amigos, só que eles acham que eu vou sair daqui e passar anos fora, e ela vai estar aqui quando eu voltar, que tudo que eu deixei vai estar exatamente como deixei, mas não vai!

Sentado aqui, aguardando esse maldito vôo, só consigo pensar naquele sorriso, e droga, como eu fui um idiota, tentar tirar a virgindade dela assim, eu sempre a respeitei, sempre a compreendi, acho que me desesperei porque realmente a ficha caiu que estou indo embora, eu sei que ela não tá brava comigo – quase nunca ela fica -, mas eu sei que fui estúpido e queria mais uma vez pedir que ela me perdoasse por ser um babaca, agir daquela maneira. Poderia tentar me despedir dela da forma mais linda que eu pudesse pensar e planejar, mas infelizmente não o fiz, já fazem uma meia hora que a mandei mensagem e não tive nenhuma resposta, mas eu sei que ela deve estar aproveitando bem a festa.

De repente uma funcionária me desperta de meus pensamentos.

- Com licença, só gostaria de avisá-lo que seu vôo só sairá 1h30min após o horário previsto – diz com toda educação.

- Ah, sim, obrigada – é isso então, essa é minha deixa, preciso encontrar ela de novo.

E assim logo sigo para a festa que estava acontecendo na escola.

***

- Alice, você viu Duda por aí?

Logo que me vê abre um sorriso malicioso, essa garota não desiste.

- Ela foi embora com a Bianca, as escutei falar que iriam pra alguma boate.

- Obrigado.

Saio de lá, mas meu caminho é de volta ao aeroporto, tem muitas boates nessa cidade, eu nunca a acharia a tempo. Ah, Duda, logo agora que decidi enfrentar meus pais realmente, dar um basta nisso e te dar a certeza que não sairei daqui...

Decido ir caminhando, não é tão longe, e eu tenho muito tempo, passo por pizzarias, praças, sorveterias, lanchonetes e incrivelmente, todos esses lugares estão lotados de casaizinhos apaixonados, e eu só queria o meu amor aqui do meu lado. Ando por uns minutos, e passo em frente a uns apartamentos, quando de repente, não, não posso acreditar no que os meus olhos veem.

Mas sim, eu a reconheceria como fosse e aonde quer que fosse, é ela, aquele cabelo, aquele corpo, e mesmo um pouco escuro, não dá pra negar, é a Maria Eduarda, e ela está com um cara que parece bem mais velho, não consigo acreditar no quanto ela foi inconsequente, não quero nem imaginar o que possa ter acontecido entre eles, ainda nem sai da cidade e olho a mulher da minha vida, aquela que eu sempre amei, com outro.

Não é que eu seja ciumento, mas nós nem chegamos a terminar. Não é que eu pense que ela não ficaria com mais ninguém enquanto eu não voltasse, mas eu nem sei mais o que pensar, agora eu estou correndo para o aeroporto, depois eu falarei com ela, mas agora a França me aguarda.


De Repente EnvolvidaOnde histórias criam vida. Descubra agora