I Always win [Bonkai]

Capítulo 2: Prisioneiro.

Os olhos fechados da bruxa Bennett se abriram assombrosos, naquele instante o som de vidro estilhaçando preencheu o recinto. As janelas explodiram para dentro, e a local de repente foi inundado por uma forte ventania. Bonnie protegeu o rosto quando as janelas explodiram. Em meio aos redemoinhos negros ela pôde enxergar os lampejos das almas escuras, por um instante, até que tudo se aquietou tão repentinamente como tinha começado. Por sorte, apenas um candeeiro explodiu e o outro  balançava de um lado para o outro rápido demais. 

Os olhos de Bonnie pararam de reparar no local, agora,  sua atenção era toda para o herege ainda deitado no caixão, curvou-se sobre ele, ela levou sua mão para tocar seu rosto, imaginado que talvez por algum motivo desconhecido para ela, o seu feitiço não foi bem executado.                                             — Kai — Disse, tão suavemente que agradeceu por estar sozinha, e ninguém poder ouvi-la. Bonnie tocou com as pontas dos dedos o rosto de Kai, sentindo a pele fria e liza das bochechas pálidas.        Os cílios do cadáver de terno estremeceram e ele abriu os olhos.  O coração de Bonnie quase parou quando viu os olhos brancos ganharem vida, e a respiração de Kai bater em seu rosto. Ele levantou a mão e agarrou a da bruxa forte demais, o dedão apertando seu pulso como se ele quisesse escutar as batidas do seu coração através dali, ou, talvez sentir o sangue correndo nas veias dela.  

— Estou com cede.—Disse ele, com uma voz rouca. A voz de Kai tinha sempre aquele tom perigoso, mas não pareceu que ele estava com a intenção de assusta-la apesar do quão forte o polegar apertava o pulso dela. Ela sabia que Kai precisaria de sangue-humano quando acordasse, em todas as vezes que ela imaginou traze-lo de volta a vida, trazia consigo bolças de sangue, mas aquela situação foi tão repentina. Foi para ele por desespero e não tinha planejado aquilo perfeitamente.

— Eu não tenho nada aqui, Kai...

Ela disse, sentindo sua voz arrastada. Ele não largou sua mão, mas não estava mais apertando seu pulso com o  polegar. As pontas dos narizes quase se tocando, ela pôde ver quando ele engoliu a saliva seca que se formou com dificuldade. Os lábios do herege se contraíram, mas os olhos de Bonnie estavam presos ao azul dos olhos dele que agora estavam mais escuros do que nunca, ficando completamente negros depois,  contornados de vermelho. Ele estava faminto.

— Tem você.— As palavras saíram da boca de Kai antes que pode-se contê-las. Ele podia ouvir o coração dela batendo e batendo como um convite. Mas ela parecia tão debilitada naquele momento, seus olhos verdes pareciam fracos e sua boca seca, seu rosto cansado. Era só o que ele conseguia notar naquela posição em que estava, deitado naquele caixão, mesmo com todo os visíveis maus tratos Bonnie ainda estava muito bonita aos olhos de Kai,  o suficiente para querer se alimentar dela.— Você tem razão.—Disse, ela sabia que teria que fazer isso a partir do momento que o trouxe de volta. Apenas precisava se preparar psicologicamente para ter seu sangue drenado por Kai, sua magia, agora... seu sangue. O que mais ele queria dela? o que mais roubaria? 

Bonnie respirou fundo enquanto a fome de Kai apenas aumentava. —Bonnie.— Disse, sentindo o gosto ruim na boca. Kai mirou a garganta dela com as presas expostas e ela se afastou um pouco dele e colocou seu pulso perto da boca do herege, encostando a pele aos lábios. —Seja cuidad...

Kai não deixou que Bonnie terminasse de falar, interrompendo-a ao cravar suas presas em seu pulso, agarrou-o com tanta fome e a mordeu com tanta avidez que ela não pôde conter um gemido de dor. Ele bebia seu sangue de olhos fechados.— Kai, só pegue o suficiente para se recuperar.— Ao mesmo tempo que Kai drenava o sangue de Bonnie ele sentia a dor no seu próprio pulso, abriu os olhos para olha-la. Vendo a expressão agoniada da Bruxa, mesmo sentindo dor ele não queria parar. 

O sangue dela era doce e enebriante, era como a melhor coisa que tinha descido por sua garganta em toda a sua vida. Ele sentia todo o seu corpo ganhar vida e era quase como sentir felicidade, ele não entendia o que o sabor do sangue daquela mulher causara nele.  Ela o olhava amedrontada, por que a aparência de Kai naquele momento era completamente inumada. — Para Kai!— Bonnie tentou puxar o pulso de Kai e ele não permitiu de inicio, até que na segunda tentativa ele a deixou.