Verdade

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O silêncio me irrita, seu cheiro atraente me irrita, ele me encarando me irrita e seu olhar focado em minha direção me irrita.

Meu corpo treme, o olhar possessivo me causa aversão até a alma.

— Bem, fico feliz por... — Antes que Francis termine de falar me levanto, se olhasse um segundo a mais para o homem à minha frente eu não poderia me responsabilizar sobre minhas ações.

...

Com o livro em mãos vou para a biblioteca da casa onde poderia ter algo de paz para traduzi-lo já que não era o mais indicado sair da mansão com o livro. Sentando-me em qualquer lugar olhei para o livro em minhas mãos, sua capa antiga feita de pele de animal continha runas de selamento e de maldições que a muito haviam deixado de serem utilizadas.

Meus dedos deslizam pelo faço que fecha o livro, poderia morrer se abrisse ele ou quem sabe uma maldição me atingisse? Um sorriso apareceu em meus lábios enquanto desfazia o laço.

Não existe algo que mate um pacificador a menos que esse seja seu destino.

As letras antigas não me deixam dúvidas, era uma língua falada mesmo antes do latim, a morte rodeava o caderno que só então descobri estar cheio de maldições mortais, enquanto atualmente existem apenas uma este livro se encontra cheio.

Porra. Folheio o livro lendo cada maldição, morte, morte, morte e dor infinita é tudo o que se encontra em suas páginas amareladas feitas de algo que prefiro não pensar muito, algo me diz que este livro não é feito de pele de animal mas sim de outro tipo de pele.

Meus olhos piscam para livro cada vez mais lentamente conforme vou avançando no livro até que já não consigo abrir meus olhos e quando finalmente consigo, já não estou na biblioteca.

Uma mulher feita de ouro me encarava, seu vestido amarelo ouro, seus olhos amarelos seu cabelo loiro e até mesmo sua pele era amarelada como ouro. seus olhos desviam-se para o livro em minhas mãos

—Um lobisomem sabe quando encontra sua alma gêmea querida Lily, diga-me, você encontrou a sua?

Eu estava atordoada, aquela à minha frente não era ninguém mais que a lua a deusa dos lobisomens.

De pele dourada ela me visitou em meus sonhos.

tudo volta ao foco, a deusa da lua já não está e em seu lugar Fran e Max estão lá, de pé encarando-me preocupa somente, no sofá da biblioteca onde estou jax me abraça.

— Lírio, tudo bem?- pergunta Francis ajoelhando-se para ficar em meu campo de visão, seu corpo treme e seus olhos estão avermelhados como quando éramos crianças e ele chorava quando eu não lhe dava atenção.

—O que ?—

-Você apagou— Jax ofega— Foi o livro— Explica porém tudo o que consigo entender é que seu cheiro já não me parecia a melhor coisa do mundo e que olhá-lo já não me dava tanta vontade de espanca-lo.

Um feitiço sobre laços tão complexos quanto os de uma alma gêmea eram falhos, por isso meu corpo respondia porém meu cérebro ainda tinha aversão a Jax.

—Estou bem, acabei desmaiando por outro motivo. — De Repente minha paciência parecia haver sumido, a ideia de alguém tentar me prender a alguém que não era meu companheiro me revirava o estômago. — quanto ao livro, um bruxo deve destruí-lo..— Em meio a minha explicação a porta é explodida e uma enorme loba furiosa quase transformada vem em minha direção.

—Eu te desafio para um duelo de companheiro!— Rosa, fazendo-me perguntar se alguém desta alcateia sabem quem sou, provavelmente não, já que se soubessem ela não se atreveria sequer a olhar com raiva em minha direção. Jax rosna para a loba em aviso.

Um duelo de companheiros era basicamente até a morte e então o vencedor poderia levar o prêmio ou um suspiro, lobisomens poderiam ser bem estranhos em suas leis.

—Ela não pode participar, está fraca— Jax grunhi aproximando-se de forma protetora.— e eu não permito. —

Observo a loba, não existia uma forma de negar um duelo, mesmo se seu alfa não permitisse. Um duelo até a morte não era algo que se poderia negar.

The Loba HeartlessOnde histórias criam vida. Descubra agora