10 - Lila

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Miranda


- Você vai fazer alguma coisa hoje? - Perguntou Henrique enquanto tomávamos café.

- Não, por quê?

- Pode ir até um lugar comigo, uma viagem de poucas horas.

- Você esta me pedindo?

- Facilite Miranda.

- Tudo bem, eu vou. - Disse rindo.

Depois que terminamos o café Henrique se trocou e arrumou uma pequena mala apenas com duas mudas de roupa. Passamos no meu apartamento e tomei um banho arrumando também uma mala pequena, me troquei e desci novamente.

- Pronta? - Perguntou quando entrei no carro jogando minha mochila para trás.

- Sim. - Sorri colocando o cinto e Henrique começou seu caminho. Como estava de calça jeans regata e uma blusa de moletom por cima me sentia confortável para uma viagem longa de carro. Tirei minhas sapatilhas cruzando as pernas no banco e peguei no meu celular e no fone.

Coloquei Polaroid do Imagine Dragons e comecei a balançar meus joelhos ao som da batida da musica enquanto observava a paisagem que ia ficando cada vez mais verde e com casas cada vez mais distantes uma da outra.

Comecei a prestar atenção na letra que descrevia totalmente Henrique. Ele era um erro imprudente, a entrada de uma noite fria, uma noite muito longa, agressivo e assertivo. Essa música o descrevia. Ele era um jogador solitário.

Embalada em meus pensamentos e na música acabei adormecendo encostada a janela do carro.


  Henrique   

Parei o carro em frente ao lugar que não vinha a um tempo e olhei para Miranda que dormia despreocupadamente.

Depois de saber o que saberia hoje, se ela ficasse eu esqueceria esse acordo, esqueceria tudo e a faria minha. Mas se ela não pudesse encarar o que vinha comigo, eu teria que deixa-la partir.

- Miranda, acorda. - Chamei a balançando e a mesma se espreguiçou.

- Já chegamos? - Perguntou olhando pela janela a casa simples que nos esperava lá fora.

- Sim.

Miranda assentiu e tirou seus fones desligando a musica que ainda tocava e ajeitou o cabelo saindo do carro. Peguei nossas bolsas e tranquei o carro pegando em sua mão.

- Miranda.

- Oi. - Disse me olhando e suspirei.

- O que vai saber de agora em diante é a coisa mais importante da minha vida.

- O que foi? - Perguntou confusa.

- Vem. - Chamei a trazendo pela mão e paramos em frente a casa e toquei a campainha. Bella a mulher que cuidava de Lila abriu a porta e sorriu ao me ver.

- Papai! - Exclamou Lila correndo até mim e me abaixei pegando minha filha nos braços. Que saudades eu tinha da minha pequena.


Miranda

Filha? Ele tem uma filha? Olhava Henrique abraçado a menina que acabou de chama-lo de pai e porra, ele tinha uma filha.

- Quem é ela pai? - Perguntou a garota que aparentava uns seis anos apontando para mim.

- Filha, essa é Miranda, a namorada do papai. - Disse me olhando e arregalei os olhos. Que porra é essa? Agora eu já sou namorada? Mas quem é que esqueceu de me avisar? - Miranda..

- Ah.. Oi, tudo bem? - Sorri sem graça e a menininha fechou a cara.

- Não. - Disse entrando emburrada.

- Lila. - Advertiu Henrique e a menina seguiu o ignorando. Que amor de criança, senhor..

Entramos na casa e Henrique seguiu para algum lugar e caminhei atrás dele, chegamos até um quarto onde ele pousou nossas mochilas em cima da cama.

- Miranda..

- Uma filha Henrique? Quando você ia me dizer isso? Custava avisar antes? Porra eu fui pega de surpresa. - Disse alarmada.

- É por isso que não namoro, todas fogem quando sabem que eu tenho uma filha e agora, eu estou aqui, te mostrando isso e correndo o risco de perder o que eu nem tive.

- O que você não teve foi vergonha na cara. Custava dizer ' Olha, eu tenho uma filha de seis anos. '

- Não é algo simples. Se quiser ir embora, ta bom, vai.

- Eu não disse que iria.

- Mas não disse que ficaria.

- O que você quer? O que quer de mim?

- Eu quero você. Porra, o combinado foi sem ciúmes mas eu morro de ciúmes. Foi não se apaixonar, mas eu estou de quatro por você. Você não vê isso?

- Eu.. Eu não sei.

- Você sabe, sabe sim. Você sente o mesmo. Mas eu tenho uma filha e agora, agora você pensa se realmente quer isso. Se envolver com um cara mandão, controlador e que ainda tem uma filha. Mas meu bem, nossa vida é uma puta e anda tomando muita paulada.

- O que? Espera, essa da paulada me confundiu.

- Miranda.

- Henrique, para de decidir por mim. Você esta velho de saber que eu não estou nem ai para o seu controle, sabe que não pode comigo. - Afirmei me aproximando. - Eu estou de quatro por você e que se dane a puta da vida, eu não vou embora, nem que você me mande.

- Você não foge da guerra?

- Jamais. - Afirmei e Henrique me puxou pela cintura me beijando com calma e ternura. Me beijando de uma forma diferente de todas, com promessas que iriam além de apenas uma noite.


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Olá pessoas :)


Controller ( Concluída. )Onde histórias criam vida. Descubra agora