Caos.

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Isso é impossível!

À dois meses, cientistas publicaram em um site ultrafamoso de biologia que haviam descoberto uma bactéria parasita. Disseram que eliminariam elas. DISSERAM!

- Merda! Gritei o mais alto que pude, ignorando todos os gritos de pânico, e correndo para a sala de minha casa, pelo menos meus pais deveriam estar bem.

Eu estava toda descabelada, de pijama. Escutei grunhidos vindos da cozinha, corri. Vomitei.

- Que-querida... A voz de meu pai saia falhada.

- P-pai?! O que aconteceu aqui? Pus as mãos na cabeça e me ajoelhei. Olho pro lado e vejo o que me faz desmaiar. Minha mãe. Um Zumbi, presa em uma tela de arame.

Acordei. Minha mãe ainda estava ali, me olhando como se quisesse me comer. O pior é que ela quer. Meu pai se transformou também, provavelmente estava infectado também. Mas, como uma pessoa é infectada? Se fosse pelo ar, eu não estaria pensando mais.

Me levantei com cuidado, tentando não me deixar ao alcance dela ou dele. Subi os degraus e olhei da varanda.

A rua estava um caos, Pessoas presas dentro de carros, fugindo de Zumbis, casas sendo arrombadas pelos mesmos. Eis que me vem uma pessoa mente : Felipe!

Como eu esqueci dele?! Que amiga desnaturada!

Felipe é meu melhor amigo, somos amigos desde crianças. Será que ele estava bem? Mas como eu ia entrar na casa dele, a rua não era uma opção.

Olhei da varanda para a casa de Felipe, que era duas casas depois da minha. Teria que ser pelas varandas das casas.

Pulei a pequena grade da minha varanda e me apoiei na pequena parte de cimento inacabado que exisita ali. Isso seria difícil. Olhei para baixo e vi Zumbis me encarando, logo em seguida todos se amontoaram no vão entre as duas casas. Ok, se eu caísse, morreria.

Rezei e pulei, me agarrando na calha da outra casa. As poucas aulas de parkour me ajudarão muito. Atravessei a casa e cheguei a ponta da mesma, que dava de frente à janela de Felipe.

- Felipe! Gritei o mais alto possível, esperando que ele estivesse vivo.

Vi sua janela abrir lentamente e um Felipe descabelado e sonolento.

- Luna? Que que tu ta fazendo aí? Disse coçando os olhos.

- Cala a boca e me deixa entrar.

Pulei para sua varanda e entrei. Examinei-o e parecia tudo ok.

- Seus pais estão em casa?

- Escuta aqui Luna, pra que esse suspense todo? Falou alto demais e corri para tampar sua boca.

- Sem barulho. Sussurei. - Escute os gritos. Fiz sinal para que ele prestasse atenção. - O apocalipse Zumbi começou.

Ele ficou chocado, e mais chocado ainda quando bateram na porta. Me olhou como se dissesse para abrir, mas mandei-o esperar. Apoiei meus ouvidos na porta, mas ela foi arrombada.

Felipe correu e se escondeu no seu banheiro, enquanto o Zumbi tentava me alcançar.

- Felipe me ajuda aqui! Gritei e do banheiro sai um Felipe armado com um rodo. Meu Deus.

- Larga ela seu monstro! Quanto mais ele batia no zumbi, mais sangue saía dele.

- Já chega Felipe. Me arrastei e sai de baixo da porta e do zumbi, colocando a porta em cima dele. - Essa era sua mãe.

- O que?! Mãe! Felipe quase tirou a porta que nos protegia do monstro, mas consegui o parar.

- Escuta Felipe. Puxei sua cabeça próxima à minha. - Somos só eu e você agora, meus pais estão mortos. Lágrimas escorreram de meus olhos.

- Isso é muito coisado! Como assim do nada pessoas são infectadas. Ele começou a andar de um lado pro outro e a chorar.

Mas tinhamos uma esperança. A saída alternativa da cidade. Corri para a varanda de Felipe e a avistei, intacta.

- A ponte da saída alternativa está fechada. Isso quer dizer, sem zumbis. Vou me trocar e pegar comida, me espera aqui.

Corri de volta pra casa e me troquei, peguei alguns pacotes de bolacha e garrafas de água, mesmo sabendo que isso não ia ser suficiente pra quase nada.

- Pronto Felipe? Voltei, mas ele não havia se trocado ainda.

- Eu não vou. Sentou-se em sua cama em posição fetal.

- Tchau então. Virei-me à sua varanda, sabia que ele voltaria atrás.

- Pera Luna! Gritou correndo para a varanda. - Eu vou sim.

Sorri e ele foi se trocar, em menos de cinco minutos estava pronto, todo arrumado.

- Você acha que vai pra onde? Querido, nós vamos sobreviver à um apocalipse, não vamos pra um Shopping.

Me encarou como se fosse me matar. Ignorei e guiei-o até a porta de sua casa.

- Nós vamos pela rua? Tu ta louca Luna?!

Abri a porta lentamente e vi que a maioria dos Zumbis da rua ainda estavam lá no vão entre minha casa e a da vizinha.

- Pega aquela sua bola de futebol. Ele correu para a lavanderia da casa dele e pegou a bola.

- Seguinte. Olhei bem em seus olhos. - Vamos sair bem devagar. Se os zumbis nos notarem, taque a bola pro lado oposto que a gente for, e corre. Entendeu?

- S-sim! Ele aparentava estar com medo.

- Se acalma.

Saímos devagar. A ponte ficava no final da rua. Como a grade que a fechava é grande e alta, os zumbis não conseguiram passar.

Fomos andando devagar durante o caminho, a respiração de Felipe estava ofegante e irritante. Notamos um grande amontoado de zumbis a frente.

- Felipe. Sussurei. - Taca a bola ali. Apontei para o parque.

Ele tacou, mas o barulho foi baixo demais para atrair a atenção dos zumbis. Merda.

- Olha Fê. Chamei-o pelo apelido que só eu podia chamar. - Corre pra ponte, não olha pra trás, eu vou atrás de você. Eu tenho um facão, caso eu precise me proteger.

- O-ok. Boa sorte pra gente. Disse com naturalidade, mas sabia que ele não estava calmo.

Pois é. Agora nossa jornada pela sobrevivência começa...

Corra, Depois Pense.Where stories live. Discover now