Felipe e eu contamos até dois e corremos. Ele na frente, eu atrás.
Vários zumbis nos perceberam e começaram a correr atrás de nós, porém, graças a deus, eles são um pouco mais lentos.
- Lu! Felipe começou a gritar. - Estamos cercados.
Olhei para trás e vários zumbis se aproximavam. Olhei para frente, uma pilha enorme de carros fechava a rua, todos pegando fogo.
Merda. Pensa Luna, pensa! Olhei ao redor e vi uma rua sem saída que tinha um carro tombado. Podemos subir nele, conclui.
- Anda Felipe, aquela rua! Disse correndo para a rua e subindo no carro. Felipe subiu em seguida.
Em pouco tempo, vários zumbis estavam em volta do carro. Eu chutava mãos que tentavam puxar nossos pés, e Felipe se desesperava.
- E-e agora Lu? Felipe se apoiava na parede da casa em que o carro estava tombado.
- Calma. A gente não vai morrer aqui. Tentava acalmá-lo, mas estava tão nervosa quanto ele.
Eis que nos surge uma voz milagrosa. Não, não era Deus, sim uma mulher.
- Ei vocês ai. Olhamos para cima e uma mulher jogou uma corda de cima da casa. - Subam, eu cuido "deles".
Mandei Felipe agarrar na corda e subir, ele tem medo de altura. Relutou, mas subiu. Subi em seguida. Enquanto subíamos, a mulher atirava com uma pistola nos zumbis que estavam quase subindo no carro.
Assim que subi, me joguei no telhado da casa. Sobrevivemos à primeira fase, pensei. O chefe final seria a morte. Ele é invencível.
- Levanta dai garota. Ela nos olhava com desconfiança. - Seguinte, meu nome é Victoria. Salvei vocês, agora vocês me devem um favor. E esse favor é formamos um grupo de sobreviventes. Quanto mais pessoas juntas, melhor. Qual o nome de vocês?
Felipe me olhou com medo, provavelmente dela, então resolvi tomar a rédia.
- Eu sou Luna, e ele Felipe. Olhei para o céu, pensando em sua fala. - Nós aceitamos sua proposta. Felipe me olhou estranho, mas pisquei para ele. Eu tinha meus planos.
- Certo. Disse sorrindo. - Agora nós temos um laço. Não quebrem-o. Pra onde vocês estavam indo?
- Estávamos indo para a saída alternativa da cidade, a ponte.
Ficamos tentando arrumar um jeito para sair de cima da casa e conseguir chegar à ponte. Rondamos a casa e achamos uma escada do outro lado. Pegamos ela e usamos para ir atravessando os telhados das casas, um a um.
- Isso foi trabalhoso. Disse Felipe, passando a mão na testa. - Mas conseguimos!
- Sim. Mas não comemore muito. Disse Victoria. - O mundo inteiro pode estar infectado. Podemos ser os únicos sobreviventes. Podem existir muitos sobreviventes. E muitos deles podem querer nos matar. Fique de olho aberto.
Assentimos e paramos em frente à grande grade que fechava a ponte. Teríamos que escalá-la.
- Eu vou primeiro. Disse Victoria se apoiando na grade. - Quando eu chegar lá em cima, jogo a corda, e caso alguém se desequilibre, agarre ela.
- Espera. Soltei enquanto ela estava subindo. - E como podemos saber que você vai mesmo jogar, e não nos deixar aqui.
- Não podem. Sorriu cínica. - Apenas confiem.
Olhei-a indignada, enquanto ela subia. Ao chegar lá em cima, jogou a corda.
- Subam logo, há zumbis vindo para o portão. Gritou.
Olhei para trás e vi uma horda se aproximando, em menos de 20 segundos estariam na grade.
- Sobe logo Felipe! Gritei enquanto o mesmo se agarrava na grade, morrendo de medo.
Victoria já estava do outro lado esperando. Felipe atravessou a grade, só poderíamos subir de um à um. Esperei ele terminar de descer e comecei a subir, quando eu estava na metade, os zumbis chegaram.
Eles começaram a balançar a grade, de modo com que eu não podia subir, ou cairia. Só me resta a corda.
Me agarrei nela e fui me esgueirando. Porém, quando olhei para cima, a corda estava soltando. Que bosta!
Soltei a corda na tentativa de me agarrar novamente à grade, porém a corda soltou rápido demais, e acabei caindo. Não literalmente.
Segurei a mão de alguém, era Victoria. Ela conseguiu subir à tempo e agarrar minha mão. Agora sim eu confiava nela. Percebi que Seu braço estava entre um dos buracos da grade, e estava sendo cortado pelo arame, então me agarrei na grade e subi o mais rápido que pude.
Me ajoelhei no chão. Havia escapado novamente da morte. Mas por quanto tempo? Eu não teria Victoria pra sempre, eu não seria salva sempre.
- Ei, levanta daí. Victoria me estendeu a mão. - Você não pode desistir. Sorriu.
Sorri de volta e me levantei. Abracei Felipe, que estava em choque, e fomos andando pela ponte.
~/~
No final da ponte, chegamos à estrada que leva a Atãin, uma cidade bem antiga e toda destruída, porém muitas pessoas moravam lá. Estamos andando pelas florestas para não chamar atenção. Senti a mão de Victoria em minha barriga.
- Silêncio. Sussurrou. - Escutei alguma coisa, todo mundo se abaixe.
Nos abaixamos silenciosamente. Porém...
- Vocês três ai. Uma voz grave surgiu. - Mãos pra cima.
Olhei para o lado e vi três homens brutos e grandes apontando rifles para nós. Merda.
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Corra, Depois Pense.
Science FictionSe tivesse uma palavra que definisse meu estado agora seria Medo. Acordei assustada, com barulhos que me lembravam grunhidos e gritos de pânico. Não sei se devo sair do meu quarto, se devo ver se está tudo bem com meus pais ou qualquer coisa do tipo...