começo

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França/ ano 2065/ Katherine P.o.v
Andavamos pelas ruas solitárias de Paris. O vento frio me reconfortava e a lua cheia era visível pelo topo da torre Eifel. Era uma noite bonita aos meus olhos. Raphael esta a observar tudo curioso. As vezes o confundo com uma criança de dois anos, com esse pensamento soltei um riso abafado.
Avistamos um café 24 horas, sentamos em uma mesa do lado de fora e esperamos o garçom, que rapidamente ja estava na lateral de nossa mesa.
- como posso ajudar?- ele perguntou olhando para mim e seguidamente para Raphael, abrindo um sorriso para meu amigo moreno que logo retribuiu. Raphael não era de se jogar fora, alto, cabelos curtos e escuros. Olhos castanhos claros, belo porte físico. Já o garçom que nos atendia era magro, mas nao exageradamente, cabelos claros, olhos castanho escuros.
- eu gostaria de um frapputino e um pão de mel - disse Raphael sorrindo abertamente.
- para mim um café sem açúcar.- ele anotou os pedidos- obrigada.
Agradeci. Ele saiu, não sem antes dar outro sorriso para Raphael.
Quando já estava dentro do estabelecimento virei me para Raphael e disse:
- eu vi isso em.- seu rosto enrrubreceu.
-calada Viada.
-hahha olha quem fala, o demônio glamuor.
- você...não!
- pois é, eu vi sua conta no site " procura-se um amor gay", serio? Você achou que eu não sacaria? Só fico magoada por não ter me contado.
- desculpa, so nao achei que ainda gostaria de mim se soubesse.- ele diz um pouco abalado.
-Ei, Raf. Eu nunca te deixaria, você é o único que me sobrou no fim das contas. E além disso, quem sou eu pra julgar.
Ele sorriu timido.
-obrigada.
- olha! Pega logo esse garçom! Eu já vi como ele te olhou.
- você acha que devo?
- vai ser feliz, tu ainda vai viver muito
Ele sorriu e eu tambem. Levantou-se e entrou no departamento. Vi pela vitrine os dois conversando. Raphael ficou vermelho por algo que o garoto havia falado. Eu fiquei observando e tomando meu café que outra garsonete havia trazido. Lembranças vieram a tona:
Passado/ céu/ inicio de 1950/P.o.v Katherine
Faz 70 anos que estou aqui no céu, é tudo tão certo, belo e calmo, tenho amigos como Emael, Gabriel, Ethuriel, e claro meu melhor amigo Raziel. É tudo incrível. Eu sei tudo que acontece aqui, todos confiam em mim. E agora eu tenho que ir ao grande santuário conversar com Deus. Andei calmamente até lá. Entrei e estava tudo como antes. As paredes brancas, nuvens circulando pelo local e no cento da sala, um calice onde ficava despejado o sangue sagrado, o próprio sangue de Deus. Sempre que eu estava la, gostava de olhar para aquele sangue, cristalino como água, meio prateado. Era belo e parecia tão poderoso... Todos diziam que era proibido toca-lo por ser mais sagrado que nosso sangue angelical.
- bom, nao tenho muito o que dizer na verdade senhor, esta tudo maravilhoso, como sempre.....- passei as mãos por uma nuvem que passava ao meu lado- mas sabe...parece tudo tao...perfeito de mais. Se é que me entende. Queria que as vezes existisse  alguma mudança.- parei subtamente na frente do calice e uma odeia me veio como vulto pela mente. Abri as asas, que possuiam um tamanho médio. Aproximei-me do calice e sem pensar, bruscamente virei o líquido dele em minha garganta. Senti minha garganta coçar e as portas foram abertas brutamente por Uriel com os olhos arregalados.
- oque você fez!?
Eu queria responder mas minhas costas começaram a arder e minhas asas ficavam maior a cada grito de dor que eu dava. Era como se minhas costas rasgassem enquanto as asas se esticavam para aumentar. Senti minhas veias queimarem dentro de mim. Por que você fez isso? A pergunta ecoava em minha mente e a resposta rasgava minha garganta querendo sair.

Eu nao sei.

Abri meus olhos os sentindo inchar e inclinei minha cabeça para o teto de vidro, os vi refletido. Os mesmos olhos que antes eram azuis, estavam brilhando em dourado e eu pude ver minhas asas que agora estavam quase como mantas ao meu redor. Manchadas de sangue vermelho e dourado. Meus olhos voltaram a cor normal e eu caí no chão, fraca, e ao mesmo tempo mais forte do que nunca.
Uriel e Raziel fecharam as portas do santuário e vieram ate mim.
Raziel- você tem noçao do que fez? Você pecou Katherine. Oh céus você cometeu o pior pecado do mundo.
Uriel- eu sempre soube que você faria merda um dia.
Kath- me desculpa raziel.
.....
Minhas asas foram lavadas e então veio o julgamento.
Era impossivel arrancarem minhas asas. Elas eram resistentes a tudo. Uriel voltou ao santuário e conversou com Deus. Raziel apenas me observava sentada em uma rocha cabisbaixa.
Uriel saiu de lá após uns 20 minutos. Olhou para mim e depois para Raziel.
Raziel- e então?
Uriel- ela foi banida para o inferno.
Minha cabeça latejava com as palavras desferidas a mim " banida para o inferno"
Lembranças off.
-Kath? Você tá ai?
Pergunta Raphael me acordando de meus devaneios.
- to bem. Eai oque aconteceu?
-bom, digamos que eu me dei bem. Ele foi super fofo e me passou o número dele.
Disse sorrindo feito um bobo.
-haha sortudo. Mas agora que você ja arrumou seu peguete...podemos ir?
-tudo bem. Eu também estou a fim de andar.
Deixei o dinheiro na mesa e uma boa gorjeta . Levantei e arrumei meu sobretudo. Olhei para a lua no topo da torre Eifel e voltei minha atenção para a rua vazia, com apenas eu e Raphael a movimentando. Era uma bela noite para uma caminhada a dois.

Demons Can LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora