Presente de Deus

Capítulo 3

Mídia Acima: Real Love - Hillsong

Fitei-o por alguns segundos, segurando meu coração — Não, mas obrigada pela gentileza.

— Por quê? Está com medo? — disse se aproximando com o carro, fazendo com quem meu coração se apertasse mais.

— Bem, não é medo, é sensatez. Você simplesmente não entra no carro de um completo estranho.

— Pode confiar.

— Não sou besta, por isso não vou entrar. Você é um estranho que pode querer fazer qualquer coisa comigo. — continuei a caminhada e ele ainda me acompanhava lentamente com o carro, eu tinha muito medo do que poderia acontecer. Eu costumava confiar nas pessoas, mas ele me assustava por aparentar ser uma pessoa fria.

— Se eu realmente quisesse fazer alguma coisa, eu já teria feito. — o homem disse.

Ele não tinha cara de sequestrador, apesar do jeito de alguém indiferente, parecia no confiável mas ao mesmo tempo repulsivo. Além disso, era jovem, parecia ter no máximo 25 anos, o que me deixava um pouco mais segura, mas não o suficiente para entrar no carro dele.

Sophia cai na real. Ele quer te matar. – Tive um pensamento passageiro.

Sophia, você está se encharcando na chuva enquanto você poderia estar sendo levado ao seu destino. – Me contrapus.

Senhor proteja-me e seja conforme tua vontade. – fiz uma oração sussurrando rapidamente, pois só Deus poderia me guardar. Então, ainda tomada pelo medo, decidi entrar. Quando abri a porta, a temperatura gélida tomou-me, mesmo que estivesse chovendo do lado de fora, o ambiente interno conseguia superar — deveria ser o gelo dele contagiando, pensei.

— Pensei que não fosse vir. — ele disse.

— E eu não ia. — respondi.

— Aonde você estava indo?

— Ao posto mais próximo. — falei esfregando os braços na tentativa frustrada de me aquecer.

— Ah, desculpe. — disse desligando o ar condicionado e me entregando seu casaco, que estava no banco de trás.

Agradeci com um sorriso e ficamos calados por um curto tempo.

— Não parece uma boa ideia andar por aqui com uma chuva dessas, você pode ficar resfriada. Além de ser perigoso, por exemplo, entrar no carro de um estranho. — ele disse e eu ri. — E além disso você tem cara de criança, o que me torna um predador em potencial. — ele falou e eu pude notar o sarcasmo em sua voz me fazendo rir de novo.

Apesar de minha maioridade, eu tinha rosto de mais jovem, e quase todos notavam isso. Não sabia se ficava triste ou contente, por esta razão preferia ficar indiferente aos comentários sobre minha aparência.

— Mas eu te dei um voto de confiança, acredito que não vai ir contra ele. — ele assentiu com um sorriso e voltou a olhar para o caminho.

Ele me levou ao posto e em meu coração estava grata a Deus por ter enviado ele, embora eu não quisesse dizer a ele. Fui comprar a gasolina, enquanto isso, ele deixou o carro abastecendo e foi ao meu encontro. Esse tempo foi suficiente pra mudar minha postura diante dele, poderia ser só uma reação de autoproteção, ou seja lá o quê.