Two Years.

Tesouro

Oi, me perdoem a demora para postar, eu estava apertada no colégio, mas agora que estou livre, vou tentar postar com mais frequência

Beijos!

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Lauren P.O.V.

Camila ter me ignorado no primeiro momento na igreja foi estranho, afinal eu tinha ajudado ela pra caramba naquele dia na cafeteria, mas depois ela se desculpou quando eu sem querer interrompi a conversa dela e Ally, não sei como elas se conheciam mas tudo bem, não importa agora.

Depois que saí da igreja fui andando até o hospital onde eu trabalhava, já era de noite, mas eu precisava fazer algo, sentia um vazio em meu peito e só uma pessoa poderia me ajudar agora.

O hospital estava praticamente vazio, só havia algumas enfermeiras andando pra lá e pra cá com papéis e remédios, assim que entrei apaguei meu cigarro, que havia acendido para aliviar a tensão, e me encaminhei para o balcão, eu conhecia aquele hospital melhor do que minha própria casa, passava mais tempo lá do que em minha casa.

Pedi para visitar o quarto trinta e dois, os funcionários já me conheciam muito bem então nem precisava me identificar.

Quando parei na porta me bati mentalmente por ter esquecido de trazer meu violão, minha irmã sempre ama quando canto e toco pra ela, segundo ela eu faço todas as dores sumirem de seu corpo enquanto canto.

Minha irmã estava nessa desde que ela era pequena, muitas poucas as vezes em que ela colocou os pés pra fora daquele hospital, ela tem leucemia, e as raras vezes que ela fica fora do hospital passa muito mau, então para sua saúde não ficar mais instável ela vive no hospital, é por isso que trabalho justamente nesse hospital para ficar perto dela.

Eu tenho o sonho de fazer faculdade de medicina pra ajudar mais pessoas como ela, mas a faculdade iria ocupar muito tempo da minha vida, um tempo em que eu poderia estar trabalhando para pagar as contas que só pesam cada vez mais para a minha mãe, meu pai morreu tem um ano em um desmoronamento de um prédio, onde ele trabalhava, e desde então eu e minha mãe temos nos matado para pagar as contas do hospital e da casa, uma casa na qual eu praticamente só ia pra trocar de roupa e dormir, dormir só as vezes quando me era permitido e sobrava tempo.

O quarto estava silencioso, só se ouvia o barulho dos aparelhos e a respiração serena da minha irmã. Sentei na cadeira que havia do lado da cama, e comecei a fazer carinho na sua cabeça lisinha sem cabelos, algumas lágrimas começaram a descer pelo meu rosto e eu percebi minha irmã começando a se mexer.

- Hm?! Laur? – Ela perguntou confusa e sonolenta

- Sim sou eu princesa, pode dormir, vou guardar seu sono.

Ela então voltou a fechar os olhos e eu continuei o carinho.

Minha irmã era linda, cabelos não faziam falta pra ela que sempre foi linda, me lembro do dia em que ela nasceu como se fosse ontem, foi um dos dias mais felizes da minha vida.

Flashback on

- Laur! Corre! Pega a bolsa da sua mãe que está dentro do guarda-roupa! – Meu pai disse pra mim desesperado, e eu não entendia o porquê daquilo tudo, minha mãe estava apenas fazendo xixi no tapete da sala, era só limpar depois oras.

Peguei a bolsa e levei correndo pro meu pai, ainda sem entender, ele me colocou no carro, depois veio carregando a mamãe e a deixou no banco da frente, ele começou a dirigir muito rápido cheguei a achar que iria morrer.

- Laur! Ligue para o hospital e avise que a bolsa da sua mãe estourou e ela está tendo o bebê, mas que logo chegaremos lá. – Ele falou desesperado, mas eu ainda estava sem entender.