Capítulo 02

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O dia foi corrido como todos os outros.
Sai do estágio e fui direto para o curso, estava muito cansada. Quando me sentei no meu lugar ouvi duas garotas falando sobre o Lucas ontem na TV. E senti uma saudade imensa da nossa infância, ele disse que viria me ver mas não veio, minha mãe disse mil e um motivos mais não sabia se acreditava. 6 anos sem ver ou falar com ele.
Eu sabia que ele estava famoso, ouvia algumas músicas dele nas rádios e lembrava de quando ele aprendeu a tocar violão, era engraçado. Ele tocou uma vez pra mim e eu achei lindo, foi a primeira vez que conseguiu tocar uma música inteira.
Parei com as minhas lembranças quando meu professor entrou na sala, era sempre assim quando ouvia o seu nome ou ouvia a sua voz, sempre vinham as nossas imagens juntos na minha cabeça.
(...)
Cheguei em casa e meu celular começou a tocar.
Ligação:
Você: alô?
Clarice: filha, que saudade.
Você: oi mãe, estou com muita saudade da senhora.
Clarice: semana que vem são as suas férias né?
Você: sim mãe, estou precisando muito delas.
Clarice: porque nato aproveita para vim pra cá. Todos perguntam de você.
Você: vou ver mãezinha, estou com muita saudade mesmo.
Conversamos mais um pouco e eu desliguei. Fiquei pensando e pensando e resolvi ir.
Continuei deitada na minha cama e ouvi a porta se abrir.
Pedro: oi.
Ele foi entrando devargar como se estivesse com medo da minha reação.
Você: oi.
Me sentei na cama.
Pedro: o seu pai me deixou entrar. Você sumiu o dia todo.
Você: foi um dia corrido, estava falando com a minha mãe agora pouco e tomei uma decisão.
Pedro: qual?
Ele se sentou do meu lado.
Você: ela me chamou para passar as férias lá com ela, não estou mais suportando ficar aqui com o meu pai do jeito que tá. Cada dia é uma mulher diferente nessa casa. Chega a ser nojento.
Pedro: então você vai?
Você: sim, eu vou Pe, estou precisando me afastar um pouco e também tem mais de 6 anos que não vou pra lá.
Pedro: e só vai ficar o tempo das férias mesmo né Lara? Eu estava morrendo de medo da hora que isso fosse acontecer e você fosse largar tudo que vivemos durante todo esse tempo.
Você: eu não vou largar tudo Pedro, me apoia pelo menos uma vez? Pensa em tudo que eu te contei sobre a separação dos meus pais e de como vim parar aqui!
Pedro: eu sei que foi difícil.
Você: e ainda é! Eu praticamente não vejo a minha mãe e isso é horrivel.
Pedro: ok, me desculpa amor.
Ele me puxou me dando um selinho e um abraço.
Ele me fez deitar se deitando sobre mim, me beijava com muita mais vontade e puxava meu corpo para junto do dele com mais força. Eu empurrei ele parando o beijo e me levantando.
Você: para por favor.
Pedro: ainda não?
Você: não Pe.
Pedro: ok.
Ele respirou fundo e me puxou, ficamos encostados na cabeceira da cama abraçados. Ficamos conversando durante mais um tempo até que ele resolveu ir embora e eu fui até o portão.
Pedro: eu poderia dormir aqui se não se importasse.
Você: não inventa Pe. Vai com cuidado.
Rimos e ele me beijou.
Pedro: posso ir com você?
Você: você iria?
Pedro: claro meu amor.
Você: então pode.
Abracei ele forte mais uma vez e ele foi embora. Apesar de todo o estresse que ele me causava as vezes eu gostava muito do Pedro, seria bom passar esse tempo com ele longe de tudo isso aqui.
Entrei pra casa e meu pai mais uma vez com uma nova mulher, aquilo era insuportável.

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