Cérbero parte 2 e veneno

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~Pov Camila~
Sentia o medo dominar meu corpo, minha respiração descompassada, não sei, não queria perde-la, não podia. Minhas pernas fora de controle corriam desesperadas, pouco importando em quem eu esbarrava. Apenas precisava vê-la, toca-la, ter certeza que estava bem, que estava segura. Em tão pouco tempo essa garota me deixou assim, de um jeito que não conseguia explicar. Mas não importa, apenas queria minha Lauren segura, em meus braços.
Quando cheguei ao refeitório, o ar desapareceu novamente de meus pulmões. Lauren tentava a todo custo se defender de um cachorro gigantesco de três cabeças e uma cauda que não conseguia distingüir se era uma cobra ou um dragão, que cuspia fogo. Havia vários centauros mortos e alguns não conseguiam se reerguer, e outros também tentavam atingir o Cérbero, oque estava sendo quase impossível.
-Então isso é um Cérbero? -Mano sussurrou ao meu lado.
-Oque vamos fazer? -Ally perguntou, já que, assim como todas, estava horrorizada com a besta alguns metros distante.
-Sofia e Lucy, tentem se comunicar com nossos pais mentalmente, e avisem oque esta ocorrendo. -Expliquei e elas assentiram. - E as outras, vamos ajudar a Lolo. -
-Camila, seus olhos estão azuis. -Vero disse confusa e um pouco assustada. Já era de se esperar. Assenti sorrindo de lado.
Corremos em direção deles, peguei uma espada de um centauro morto, com um pouco de dificuldade por causa de seu peso, e as outras pegaram arco e flechas, e também espadas.
-Lauren! -Chamei e ela virou. Um sorriso rasgou meu rosto ao capturar seus belos olhos verdes. Mas o momento foi interrompido por uma cobra que estava prestes a mordê-lá.
Corri em sua direção e cortei a cobra, o Cérbero soltou um rugido em agonia. E então milhares de cobras saíram por trás de suas cabeças, voando direto a nós com as bocas abertas, prontas para morder.
Empurrei Lauren para trás de mim e passei a cortar as cobras que vinham para cima de nós. As meninas faziam o mesmo, e mantinham uma certa distância do Cérbero quem usava flechas.
Elas tentavam morder as partes mais sensíveis, como o pescoço. Tinham a pele viscosa preta e os olhos vermelhos. Uma delas tentou morder meu pescoço, mas segurei sua boca e a cortei, no mesmo estante outra veio para cima de meu braço. As vezes eu mesma acabava me cortando com a espada, pela falta de experiência. As cobras só não mordiam, como também usava sua cabeça para bater. Já havia levado vários no rosto, e estava ardendo como o inferno. Parecia aumentar, quanto mais matava mais aparecia.
Lauren saiu de trás de mim e começou a atirar várias flechas nas cobras que conseguia. Sua expressão seria e concentrada era tão sexy, não conseguia desviar os olhos. E quando ela trincava a mandíbula? Por Júpiter, essa garota é linda demais.
-Camila! -Dinah atirou uma flecha na cobra que provavelmente tentou me morder. Olhei para ela que tinha um sorriso sapeca. -Para de babar na Jauregui e luta! - Bateu em minha cabeça e voltou a atirar nas cobras.
Voltei a cortar as cobras e até mesmo parti-las ao meio. Duas cobras bateram em meu rosto enquanto tentava matar outra, meu rosto ardeu pra caralho. Decepei as duas de uma vez, sentindo aquela mesma raiva me corroer e meu coração estava disparado.
E seus olhos tornaram-se azuis.
As meninas pareciam fracas e cansadas, mas eu estava diferente sentia cada vez mais vontade de matar aquele monstro. Dinah passou a usar sua velocidade ao seu favor e atingia o Cérbero com a espada, ato que estava o enfraquecendo. Só haviam duas cobras, e se elas matassem-as seria a vez do monstro atacar.
-Não matem as cobras! -Gritei, mas foi tarde demais, Demi já havia decipado as duas.
-Porque? -Perguntou confusa, mas logo sendo arremessada com força contra a parede.
Filho da puta! Tinha que ter um jeito de acabar com ele. Observei seu corpo tentando encontrar alguma brecha, mas a três enormes cabeças protegiam os principais pontos. As pernas dele permaneciam sempre abertas. Isso, as pernas!
-Eu vou escorregar para debaixo dele. - Falei determinada e elas me olharam como se eu fosse me jogar do monte Olimpo a baixo. Era quase a mesma coisa.
-Ta louca Camila?! -Ariana perguntou assustada com meu pedido. -É muito arriscado! -
-Anda bebendo néctar demais? -Jilly perguntou, revirei os olhos.
-Não, é a única forma de acabar com ele. Quando eu estiver embaixo dele, vocês atingem a lateral do corpo dele. E sem reclamações porque ele vai nos matar! -Falei séria as encarando. A besta já nos encarava pronta para nos atacar.
-Tudo bem. -Disseram juntas e me afastei um pouco delas. Olhei para Lauren em um pedido mudo para que ela se acalma-se, ela pareceu entender. Voltei a olhar para o Cérbero e as três cabeças me encaravam.
Senti minha mão direita formigar, e logo um raio apareceu em minha. Okay, aquilo foi estranho. Respirei fundo e comecei a correr para cima dele, quando estava próximo o suficientemente e pronta para escorregar ele me atirou com brutalidade para o lado com seu focinho, me fazendo bater com força na parede e soltar um grito de dor. Ouvi Lauren gritar meu nome, mas acho que impediram-na de me ajudar. Levantei lentamente sentindo meu corpo completamente dolorido, o raio permanecia em minha mão fazendo um barulho estranho.
Olhei para o Cérbero e ele me encarava do mesmo modo que eu, enfurecido. Apertei o raio em minha mão e corri para cima dele, abriu a boca pronto para me morder, mas antes que executasse o ato eu mergulhei para baixo dele e ao avistar sua barriga cravei o raio ali. Ele começou a cair e eu ainda estava por debaixo dele, mas rolei para lado contrario de sua queda e senti minhas costas colidir com a parede.
Abri os olhos e pude ver o Cérbero caído desacordado, não sabia se essa besta ainda estava viva. Levantei com um pouco de dificuldade, sentindo minha coluna doendo pra caralho.
-Camz. -Senti o corpo de Lauren se colidindo com o meu e selou nossos lábios. Soltei um baixo gemido de dor e ela se afastou se sentindo um pouco culpada. -Desculpa. -Assenti dando um sorriso de lado e beijei sua testa.
-Venham, vamos sair daqui. -Dinah disse e passou meu braço por seu pescoço, e Sofi ao meu lado junto com a Lolo. Elas estavam com vários arranhões e roxos pelo corpo.
-Achei que fosse morrer quando o Cérebro te lançou na parede. -Vero brincou, nos fazendo rir. Andamos até. A saída e vimos algumas pessoas, elas nos olharam assustadas e passaram correndo por nós. Povo curioso!
-Meninas! -Minerva apareceu correndo, logo atrás vinham os outros, só que andando. -Vocês estão bem?- Perguntou nos olhando e fez uma cara triste.
-Olha mãe, a pior aqui é a Mila. -Ariana balbuciou, por causa do tanto que Minerva beijava seu rosto. Papai veio até mim e beijou minha testa, em seguida a de Sofia.
-Desculpe meninas, não conseguimos vir mas rápido. -Ele disse um pouco nervoso.
-Tudo bem papa, já resolvemos o problema. -O acalmei e as meninas assentiram.
-Precisamos cuidar dos curativos de vocês. -Vênus disse olhando os ferimentos de Mani com cuidado e nos olhando.
-Pode deixar comigo. - Esculápio disse.
-Vamos levá-las para a enfermaria? -Baco sugeriu e eles assentiram. Papai passou o braço pelo meus ombros e pelos de Sofi, caminhando conosco. Fiquei surpresa ao ver alguns semi-deuses nos olhando. Não disse? Povo curioso da porra.
-Depois queremos saber oque ocorreu aqui. -Mercúrio disse e eu e as meninas nos entreolhamos.
-Com certeza! -Dissemos juntas.

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