Madeline

CAPÍTULO QUATRO

6:27, 03 de Janeiro de 2008, Nashville, Estados Unidos da América.

Ai. Meu. Deus. É hoje.
Acordei com uma alegria tremenda que não poderia descrever.
Simplesmente, hoje é o dia em que tudo na minha vida vai mudar; as pessoas ao meu redor, os meus relacionamentos, minha paixões, vai ser tudo tão intenso que espero que não acabe explodindo em mil pedaços.
Levantei com uma disposição que duvido que irei ter em outro dia da minha vida. Troquei de roupa, colocando uma calça jeans e uma blusa de manga comprida, pois estava fazendo um pouco de frio, calcei uma bota simples de desci para tomar café, porque já estava com tudo pronto.
-BOM DIA, FAMÍLIA!-gritei assim que cheguei na sala.
Estavam todos lá, inclusive Drake que, por um milagre, tinha levantado da cama cedo apenas para me levar no aeroporto.
-Garota, você tá com alguma coisa enfiada no cu que quer que retiremos?-disse Drake.
-Drake, não fale isso de sua irmã, ela apenas está entusiasmada com a mudança dela, coisa que você já deveria ter feito.-completou com um sorrisinho cínico no final.
Eu sou apaixonada nessa mulher.
-Ok! Vou tentar ser mais educado. Querida irmã Madeline, a senhorita está com algo enfiado em seu orifício anal que quer que retiremos?
-Cala essa boca Drake, só não te mato porque estou muito feliz. Continuando, senhor Bobby, vulgo pai, pode me ajudar a retirar as coisas do meu quarto, já que a caminhonete de mudanças já está chegando?-eu disse.
Esqueci de falar que após guardar minha coisas por completo, percebi que tinham muitas malas, mais do que havia imaginado, então meu pai logo resolveu, contratando um senhor que possui uma caminhonete para levar minha coisas.
-Mas é claro, rainha. A senhora que manda.-ele riu-Vem ajudar-nos Drake.
Subimos nós três em direção ao meu quarto, com muitas objeções de Drake dizendo que ele não era obrigado a fazer aquilo.
Chegando no quarto fui logo pegar as duas malas que continham os meus sapatos e tênis. Drake conseguiu, não sei como, pegar três malas e meu pai pegou somente duas.
Fizemos duas viagens, ambas com a mesma quantidade de malas, com isso, acabei percebendo quanta coisa eu tinha muita, muita coisa.
A buzina da caminhonete afastou meus pensamentos, e então fui pegar outras malas junto com papai e Drake. Colocamos tudo na caçamba do automóvel e nos despedimos do condutor. Como a viagem do Tennessee até Nevada era longa, eu iria de avião e minhas coisas demorariam para chegar, já que de carro era mais ou menos um dia.
Resolvi tomar café de manhã com minha família pela última vez morando nessa casa. Sentamos à mesa em silêncio e começamos a nos servir, até que Drake fala:
-Então, Maddie, último café da manhã aqui né? Aposto que vai sentir falta dos melhores waffles do mundo, vulgo os meus.
-Falando a verdade? Vou mesmo, são os melhores!-dei um sorriso para ele-Mas é claro que não vou tirar da minha cabeça o gosto do macarrão com queijo da dona Mary aqui!-apontei para minha mãe-E é claro, não vou esquecer do melhor jogador de beisebol da história, o senhor Bobby Ginnes!
-Modéstia parte, sou mesmo!-meu pai disse rindo-Mas é claro que nenhum de nós três vamos esquecer da "melhor" dançarina do mundo!
Todos rimos pois sabemos o quão péssima eu sou dançando. Uma vez, quando tinha 11 anos, eu fiz jazz junto com duas coleguinhas, no primeiro dia eu consegui cair tentando fazer um passo de dança.
Depois de muito conversa e comida, finalmente saímos da mesa. Todos nós subimos para nossos respectivos quartos e nos encontraríamos daqui a meia hora, na sala.
Quando entrei no meu quarto e fechei a porta atrás de mim, memórias que nunca sabia que tinha, vieram à tona. Todos meus momentos naquela casa, todas brincadeiras com Jake e com Drake, todas as amigas que eu levava para lá, as festas, ao meu olhar parecia tudo tão divertido, mas eu finalmente enxerguei que era tudo tão normal. Eu tinha uns namoros de vez em quando, mas eu sempre soube que nunca era certo,
mas agora eu tenho a certeza de que no relacionamento que estou agora tudo vai dar certo afinal, eu resolvi namorar com a pessoa que mais me entende nesse mundo, eu mesma.
Olhei todos os detalhes naquele quarto de parede branca, todas as marcas de crescimento que eu havia marcado ao longo dos anos ainda estavam lá, tantas lembranças. Mas é isso. Acabou.
Agora eu vou partir para uma vida com mais aventuras, com coisas mais intensas. Nada comum, tudo no extremo.
É isso que eu buscava, e é isso que encontrarei em Vegas.
Imersa em pensamentos e lembranças, ouvi a voz de meu pai chamando-me para descer, pois já estava na hora.
-Já que a princesa desceu, podemos ir?-disse Drake.
Meu pai assentiu e fomos nós quatro para o carro do meu pai que estava na garagem.
Durante o trajeto, fomos conversando sobre tudo que passamos naquela casa e acredite, o papo foi muito bom.
Finalmente, chegamos no aeroporto de Nashville. Fui fazer o check-in enquanto meus pais e Drake me esperavam sentados.
Voltei para onde eles estavam sentados e ficamos conversando até a hora do vôo.
-Chamada para o vôo 354 para Las Vegas, Nevada.-ouvi a voz de uma mulher vinda do auto-falante.
-Acho que tenho que ir.-eu disse num tom tanto feliz quanto triste.
-Minha filha, por favor prometa que terá juízo! Nós confiamos em você!-disse meu pai.
-Não irei desapontá-los!-afirmei, mas não tinha tanta certeza assim.
-Meu bebê cresceu tanto! Por favor não se meta com estranhos ou drogas! Muito menos bebidas alcoólicas!-falou minha mãe.
-Com certeza, dona Mary!-será que eu tinha toda essa certeza?
-Maninha, não se esqueça; sexo sempre com camisinha!-falou Drake.
-Deixa de ser ridículo garoto!-eu ri-Agora, um abraço em família!
Nos abraçamos os quatro por uns bons segundos até que ouvimos:
-Última chamada para o vôo 354 para Las Vegas, Nevada.
-Bom acho que vou indo.-eu disse, caminhando com minha bolsa na mão.
-Amamos você!-minha mãe gritou.
-Também amo vocês!-gritei de volta.
Passei por todo aquele processo antes de entrar no avião.
Acomodei-me em meu assento e apertei meu cinto. Depois de um tempo ouvi o piloto falando:
-Por favor, apertem os cintos, iremos iniciar a decolagem!
Me subiu um frio na barriga e sorri, do nada.
Quando olhei pela janela e vi que estávamos nos aproximando das nuvens percebi que não era apenas o chão que eu estava deixando para trás. Eram meus pais, meu irmão, meus "amigos.
Estava deixando minha antiga vida para trás.
E era apenas o começo de tudo.

NOTAS DA AUTORA: Olá seus lindos <3! Tudo bem? Espero que sim!
Desculpe por não ter atualizado ontem mas eu acho que ainda hoje ou nessa madrugada irei postar mais um capítulo!
Espero que gostem! Comentem o que acharam 💖