O manicômio

1.7K 54 12
                                    

Ela abriu os olhos.

Estava deitada no chão de um vazio quarto branco. As mãos estavam ensaguentadas, o pulso esquerdo, inxado, com cortes. A camisola branca que usava, estava suja, sangue e poeira.

Catarina não sabia porque estava ali. Naquele quarto branco, isolada, ela se sentia confusa. Sua mente girava, a raiva pulsava dentro de si, os braços tremiam.

Ela se levantou vagarosamente, então começou a caminhada, um pé depois do outro. Não sabia onde estava, então simplesmente abriu a porta e saiu andando por um longo corredor, que algum dia fora branco, com amplas janelas, permitido a entrada de uma boa quantidade de luz.

Mas agora, aquilo tudo estava destruído, as paredes pixadas, janelas quebradas. Então ela se deu conta.

Corpos.

Inúmeros corpos jogados no chão, espalhavam sangue seco. O odor no ar era podre, e sufocava a menina. Há quanto tempo ela estaria ali?

Ouviu então seu nome sendo chamado. A voz rouca, vinha do fina do corredor, a garota seguiu a voz, passando pelos corpos, sem nenhum cuidado, pisoteando qualquer um que estivesse a sua frente, sem se importar. Estavam mortos, não fazia diferença. "Catarina...Catarina..." O som ecoava em sua mente, ela arrastava os pés descalços pelo corredor imundo. O som ficava mais alto a cada passo que ela dava, até que ela parou em frente a uma porta branca, intacta, diferente das outras, que estavam, desgastadas e sujas.

Catarina percebeu algo em seus pés. Era macio. Ela baixou seus olhos mortos sob o objeto. Era uma boneca. Estava faltando-lhe um olho, o braço direito estava rasgado, mesmo assim encantou os olhos da jovem. De vagar ela se abaixou para pegá-la. O toque na boneca a tranquilizou, como se algum peso que ela carregava sumisse de repente. Porém, ao mesmo tempo da sensação tranquilizante, lebranças encharam-lhe a cabeça. " uma menina de uns 10 anos, sentada no chão de um quarto cor de rosa, com uma boneca na mão, brincando feliz. Ela ouve uma batida na porta, depois outra e outra. Ela se assusta um pouco, e vai até a porta com a boneca na mão e abre. Quando ela vê, de repente sua mãe morta. Caída no topo da escada, com uma perfuração no peito, e muito sangue em volta"

A lembrança daquele dia fez Catarina soltar um grito de horror. O grito era estridente e alto, mas ninguém podia ouvi-lá ja que estava sozinha.

Se lembrou exatamente daquele dia então. Fora um assalto, o ladrão foi sorrateiro, aproveitando bem o momento no qual ela e sua mãe, eram as únicas na casa.

Catarina estava brincando até que tudo aconteceu. A mãe havia sido perfurada no peito com uma barra de ferro. Catarina chorou. Um choro alto e ensurdecedor, um choro czrregado de dor, chorou tanto, que as lágrimas secaram, e a dor que seus olhos mostravam, tornou-se raiva imediata. Então ficou observando seu sangue escorrer pela escada, passou pelo defunto e desceu as escadas.

Após a morte da mãe, Catarina enlouqueceu. Jogava a culpa na irmã mais velha, Clarice, por ter deixado-as sozinhas em casa aquele dia. Depois daquilo, ela olhava com desprezo para a irmã. Tentou matá-la várias vezes, de várias formas, mas em todas, havia sido impedida pelos tios com quem estavam morando.

Quando a perda da mãe completou 4 anos, Catarina estava enfurecida de raiva. Ela estivera todo esse tempo presa em casa, pois os tios a rotulavam como pisicótica por tentar matar a irmã. Essa dor que ela passava lhe rendeu muitos cortes nos pulsos, e desmaios constantes. Até que uma noite, quando os tios estavam sentados na sala, em frente à lareira, Catarina soltou um grito de agonia ns cozinha. Os tios correram para ver o que havia acontecido. Quando chegaram, a menina tinha uma faca em mãos, e um sorriso malicioso nos lábios, os olhos estavam inchados. " Seria mais fácil se tivesse matado minha irmãzinha querida, primeiro" Ela soltou uma risada histérica. Os malditos tios tentaram fugir, mas Catarina foi mais rápida, ao derrubá-los no chão e trancar a porta. Com os tios caídos, passando dor, ela passou a faca lentamente pela garganta de cada um. Então desceu até o estômago, onde cravou-a. Os tios estavam mortos.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jun 28, 2013 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

O manicômioOnde histórias criam vida. Descubra agora