Marlene McKinnon.
Conhecida pelos seus cachos loiros bagunçados, olhos verdes, rosto de anjo e sorriso maldoso. Shorts altos, coturnos e jaqueta de couro. Sempre fazendo sacanagem, com o cigarro entre os dedos, em cima de alguma moto e na companhia de Sirius Black.
Sempre que Sirius perguntava a alguém que a conhecia como Marlene era, essa era a resposta deles, o homem não podia deixar de concordar. Mas ele sempre quis saber como o mundo a enxergava. Tendo em vista que ele nunca conseguia achar algum adjetivo para a mulher. Ela conseguia ser nada e ao mesmo tempo tudo.
Ainda se lembrava do momento em que estavam para enterrar sua mãe, Walburga Black, ninguém chorava, não era do feitio dos Black, todos estavam sérios, ninguém dizia nada, a única voz ouvida era a do Padre que se soubesse o tipo de pessoa que Walburga era nunca teria aceitado falar aquelas belas palavras em cima do túmulo da mulher. A única pessoa corajosa o suficiente para fazer o que todos queriam desde que ele começou a falar, foi Marlene. Dando risadinhas em algumas frases e outras, até mesmo Sirius se segurava para não rir do discurso. Mas ele não conseguiu deixar a risada sair, vendo o olhar de reprovação das suas tias e primas, desejou que fosse tão corajoso quanto a mulher que o acompanhava.
Apesar de tudo o que ele fazia e a pose de bad boy, a verdade é que Sirius Black sempre teve medo, podia fazer tudo que queria fingindo ser destemido, mas a verdade é que ele sempre pensava milhões de vezes antes de fazer as coisas e sempre tivera medo do que aquilo poderia acarretar a ele.
Ele sempre fora medroso, assim como Regulus seu irmão mais novo, mas os dois tinham uma diferença, uma minúscula diferença que era o que os tornava tão distintos.
Sirius tinha medo, mas ele não aceitava isso, ele fazia tudo o que temia na esperança de que isso fizesse dele corajoso. Regulus não, ele aceitava o que sentia.
Ainda assim, Sirius nunca se sentiu bem, podia fazer o que queria e fingir não se importar com as consequências, mas ele já tinha aceitado que sua vida não seria melhor do que aquela em que ele tivera que se acostumar a viver. Até conhecê-la.
Desde a primeira vez que a viu, Sirius passou a admirá-la. O modo como ela conseguia fazer as coisas mais malucas do mundo, sorrindo daquele jeito maníaco que ele adorava, e ainda se safar com aquele rosto infantil e olhos inocentes.
O modo com ela parecia não ligar para todos ao seu redor reprovando as suas atitudes foi à primeira coisa que o atraiu a ela, como um pequeno peixinho atraído para as presas de um tubarão.
Ele sabia que poderia ser devorado a qualquer instante e isso só fazia com que tudo ficasse mais excitante. O modo como ela tentava dominá-lo poderia deixá-lo furioso se fosse qualquer outra mulher, porque nenhuma outra conseguiria fazer do modo como ela fazia. Deixá-lo tão louco assim. Viciá-lo.
Porque ele nunca estivera tão dependente de alguém, e às vezes ele temia isso. Se ela quisesse poderia simplesmente desaparecer e nunca mais aparecer na sua frente novamente e a vida dele nunca voltaria a ser a mesma.
Mas ele se mantinha atado na esperança de que ela nutria por ele a mesma coisa que ele sentia por ela. Mas o que ele sentia?
A verdade é que antes de conhecê-la ele achava que sabia o que era se sentir bem, mas ele não sabia, porque ele só se sentia bem ao lado dela. Ele não poderia dizer que a amava. Tudo bem que achava que nunca tinha amado antes e tudo que ele sentia por ela, ele nunca tinha sentido antes. Poderia ser amor? Não. Sirius não acreditava nisso, e duvidava muito de que Marlene acreditasse.
No que ela acreditava? Na verdade a pergunta correta, a pergunta que ele sempre quisera fazer era: "Quem é Marlene McKinnon?"
E todas as vezes que ele a fazia recebia respostas diferentes, apesar de sempre chegar à mesma conclusão, ninguém sabia quem ela era, ninguém nunca tivera o prazer de conhecê-la tão bem quanto ele.
Seria isso verdade?
Às vezes parecia que nem ele a conhecia, sempre tão imprevisível, independente e malandra.
Marlene McKinnon era um incógnita.
E não importava quanto Sirius Black tentasse conhecê-la, ele nunca conseguiria se ela não o deixasse saber.
E era isso que o fazia gostar dela, era por isso que ele a venerava, porque em alguns momentos, em alguns raros e curtos momentos ela o deixava participar do mundo dela, ela o deixava ver o mundo como ela via, ela o deixava viver como ela e com ela.
Ela mostrava para ele um mundo completamente diferente do que o que ele conhecia, e acredite aqueles pequenos momentos que ele passava ao lado dela, já valiam por uma vida inteira.
Ele a venerava e ela como a boa deusa que era após receber o seu sacrifício ou oferenda o deixava ter alguns minutos, às vezes horas, na sua tão estimada presença.
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Worship
Fiksi PenggemarMarlene McKinnon. Conhecida pelos seus cachos loiros bagunçados, olhos verdes, rosto de anjo e sorriso maldoso. Shorts altos, coturnos e jaqueta de couro. Sempre fazendo sacanagem, com o cigarro entre os dedos, em cima de alguma moto e na companhia...