2º Capitulo

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Olhei rapidamente para cima, e meus olhos ardem com a claridade que entra com a porta aberta, mas não por muito tempo, pois a porta é fechada novamente. Uma senhora rechonchuda aparentando ter meia-idade com um olhar de pena, encara-me de cima. Ela usa um avental na cintura, por cima de um vestido azul escuro simples. Seu cabelo castanho com alguns fios brancos, preso em um coque perfeito.

Ainda não era o homem. Suspirei, momentaneamente aliviada. Eu sei que em algum momento ele vai aparecer, mas espero que não tão rápido.



__ Está bem? –Ela pergunta e eu reviro os olhos mentalmente. Como pode me perguntar isso?- Filha, eu sinto muito...

__ Não sou sua filha. –Murmuro, mas logo me sinto mal por trata-la assim. Ela realmente não se parece com uma pessoa má, mas ainda assim. Ela está aqui na casa do homem cruel. - Desculpe, eu... –balanço a cabeça e fecho os olhos novamente.

__ Tudo bem. Tudo bem. –Sinto seu toque em meu braço e volto a olhar para ela.- Eu realmente sinto muito. –Ela diz.- Venha se deitar, parece cansada. –Ela me puxa e eu sigo-a até a cama improvisada, com um lençol branco.- Como se chama?

__ Rose. –Eu digo apenas meu nome do meio.

__ Lindo nome, Rose. –Ela sorri para mim, não um grande sorriso, mais ainda assim verdadeiro.

__ Por quê? Porque estou aqui? -Choro, encolhendo-me contra a cabeceira dura. Eu sei a resposta, mas isso é tão cruel.

__ Não sei querida. –Ela murmura.- O que aconteceu?

__ Eu... eu estava em casa. –Eu começo soluçando. Não sei o porquê de está contando a essa mulher, mas ela parece tão acolhedora e eu sinto-me tão vazia e sozinha... sempre.- E então eles apareceram e ameaçaram meu pai, por causa de dinheiro.... –Tremo com a menção do meu pai. Só espero que tudo esteja bem com ele, eu preciso saber que está bem.

__ Eles quem? –Ela tenta.

__ Dois homens. Enormes. –Estremeço e ela assente tristemente.- Meu pai não tinha dinheiro, então eles disseram que seria eu. –Sufoco-me num soluço e a senhora dos olhos castanhos gentis, esfrega minhas costas e eu sinto-me um pouco melhor com o gesto.- E eu nem pude olhar meu pai uma ultima vez... Ele estava caído e sagrando e.... –Choro desesperadamente e sinto-me ser abraçada, mas aquilo parecia tão bom que não quis afastar, eu sentia tanta falta de um simples abraço.- Foi horrível.

__ E sua mãe? –Ela sussurra e eu apenas balanço a cabeça tentando dizer, mas os soluços não deixavam, mas acho que ela percebeu quando me apertou ainda mais contra si.- Sinto tanto minha querida. –Ela parece chorar comigo.- Não acredito que ele está fazendo isso. –Ela diz baixinho, mas escuto e afasto-me rapidamente.

__ Você trabalha para o homem? O que mandou fazerem aquilo ao meu pai? Que mandou me trancar aqui?

__ Eu trabalho para ele. Não é como está pensando, eu sou apenas a governanta da mansão. Quero dizer, eu faço as coisas por aqui, exceto na quarta e sábado quando duas jovens vêm fazer a faxina. Eu sou a única empregada que mora aqui, além do motorista, mas ele pode ir para casa nos fins de semana. –Ela suspira, limpando seus olhos.- Quantos anos tem?

__ dezenove. –Suspiro, e vejo sua expressão tristonha e espantada, mas continuo.- Porque você trabalha para ele? A senhora não pode ir embora? –Eu pergunto. Ela parece tão agradável para trabalhar para um monstro.

__ Me chame apenas de Louisa, querida. –Suspira, antes de continuar.- Eu praticamente o vi nascer. –Ela comenta e eu engasgo-me. Então ela está com ele. Ela parece perceber minha reação e continua.- Ele não é assim, bem... não era, como você está pensando. Eu sempre estive cuidando dele e eu não tenho uma casa que poderia ir e eu nunca pensei nisso. –Ela diz e eu apenas balanço a cabeça querendo que ela pare e ela concorda.- Ok, você já comeu algo?

Casino Love // H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora