Capítulo 5

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"Cheguei." Disse ao passar a porta e bati-a com força atrás de mim fazendo até as estruturas da casa tremerem.

"Chegaste cedo." O meu pai apareceu vindo da cozinha e sorriu ligeiramente.

"Era suposto chegar mais tarde?" Perguntei contornando-o e comecei as escadas para o primeiro piso.

"Claro que não."

"Boa." Gritei já no quarto antes de fechar a porta e deixei a minha mochila pesada cair em cima da cama que rangeu levemente. "Estou tão farta disto tudo..." Suspirei e deixei-me cair também ao lado da mochila, quando me lembrei do telefonema da Jade.

Devia ligar-lhe, apesar de não estar minimamente satisfeita com o facto de ela apenas me ligar para pedir favores, ela é minha irmã. Marquei o seu número e ouvi chamar durante imenso tempo até que a chamada foi finalmente atendida.

- Estou? Jade? – Chamei pouco depois e uma voz diferente fez-se soar.

- Quem fala?

- Rose, a irmã dela. Quem é? – Perguntei intrigada e alguns segundos de silêncio instalaram-se de seguida.

- É a Amanda, a colega de quarto da Jade. Ela não está com vocês?

- Devia estar? – Perguntei já assustada com tanto mistério.

- Ela não aparece desde hoje de manhã e faltou a duas aulas à tarde. Além disso, tínhamos combinado um café hoje e ela também não apareceu... Pensei que tivesse ido visitar a família.

- Não, ela não disse nada, quer dizer – Nesse momento parei e a chamada desta tarde passou a correr pela minha mente.

- Estou? Estou? – Amanda chamou para ter a certeza de que eu não tnha desligado.

- Sim, estou. – Murmurei para que ela não desligasse.

- Ela disse alguma coisa? Ligou ou assim? – Perguntou aflita e eu engoli em seco.

- Não. Nada. – Murmurei ainda receosa em relação ao que lhe pudesse ter acontecido por minha causa. – Tenho de ir agora.

- Claro, se ela aparecer eu aviso.

- Obrigada.

Desliguei a chamada então e deixei o pequeno dispositivo escorregar pela minha face até aterrar em cima da minha perna. Algumas lágrimas apareceram nos meus olhos e tentava ao máximo lembrar-me de algo de relevante que ela pudesse ter dito mas nada me vinha à memória... Ela apenas disse que precisava de ajuda, nada mais. O que teria acontecido?

Montes de ideias passavam a correr pela minha cabeça mas nenhuma delas parecia fazer sentido, ou talvez todas fizessem... Ela podia ter sido perseguida, raptada, podia ter-se perdido, ou talvez se tivesse magoado ou ficado presa nalgum lugar solitário. Podiam tê-la magoado e eu neguei-lhe ajuda... Se algo lhe acontecer, a culpa será minha.

Tinha de contar ao meu pai o que estava a acontecer com Jade, mas o que podia eu dizer? Aliás, o que ia ele fazer quanto a isto? De certeza que não ia aceitar que eu a procurasse sozinha, mas era algo que eu tinha de fazer... Ele também nunca perdoaria o que eu fiz, aliás, ninguém perdoaria.

"Rose tens uma visita!" Ouvi o meu pai gritar do rés-do-chão e logo uma curva se cravou entre as minhas sobrancelhas escuras. Quem seria?

Levantei-me depois de pestanejar algumas vezes para que as lágrimas voltassem para de onde tinham vindo e abri a porta do quarto, dando de cara com Louis que exibia um sorriso simpático.

"Que fazes aqui? É cedo, e além disso, eu ia desmarcar a nossa saída de hoje..." Confessei ainda junto da porta.

"Demasiada informação de uma só vez. Tudo bem?" Eu suspirei e comecei a fechar a porta. "Hey espera!" Ele colocou o seu braço na trajetória da porta para me impedir de a fechar e eu apenas olhei para ele.

Finding Jade |Louis TOnde histórias criam vida. Descubra agora