Era um dia claro. Era, pois agora esta completamente nublado e chuvoso. Eu estou andando nessa densa chuva em rumo à um reino distante, me aproximando de uma vila pequena cheia de árvores que se balançam com o vento forte, todo o chão é grama, molhada.
Estou tão encharcado que nem sei o que pesa mais, se é a minha espada nas costas ou a minha roupa ensopada. Tudo esta embaçado, água se acumula em meus olhos, não só os da chuva, mas das minhas lagrimas, tudo o que eu quero é ser alguém, alguém que meu pai não conseguiu ser.
Quando dei por mim, estava ajoelhado no chão, não havia muita diferença entre nós. Ambos molhados, mas eu tinha sentimentos que até então estavam escondidos, isso sempre ocorre quando chove, a chuva me lembra o que eu quero esquecer.
Caí ao chão cansado de meu próprio peso, exausto adormeci ali mesmo sem pensar, só acordando horas mais tarde. Não no mesmo lugar, mas sim em um lugar forrado com pano, uma sala fechada, me levantei e saí. Do lado de fora estava um homem sentado na grama já seca.
Me aproximei dele e parei na sua frente. Agachei, pois ele estava de olhos fechados meditando, não entendia o por que e nem sabia mesmo como ele me carregou até la dentro, eu sou bem alto e minhas roupas estavam encharcadas, ele não parece forte.
- Muito obrigado por me abrigar em sua casa, - comecei dizendo, até pois, ele não parecia ter notado minha presença - mas eu tenho que partir, tudo bem?
- Não há de que meu jovem, - o velho disse sem abrir os olhos - apenas não queria que sua dor se misturasse a dor da natureza, ao contrário de você, a natureza se cura de suas dores, você tem que aprender a curar suas dores.
- Quê? Como...
- Seus olhos não esconde o que sua boca não fala. Pode ir pro seu destino, mas não esqueça que toda dor tem uma cura, talvez você não a aceite por medo de se machucar, mas ela virá um dia... vá!
Ele falou tudo sem nem mesmo me olhar, sem nem mesmo se mover, apenas falou tudo o que eu queria ouvir e me mandou embora. Esse velho é interessante, mesmo eu nem sabendo seu nome, talvez eu devesse perguntar.
- Qual o...
- É Shitte. - disse ele de imediato sem mesmo eu ter completado a pergunta - Boa viagem.
- Hun. - não entendia como ele sabia que eu ia perguntar seu nome - Obrigado Senhor Shitte, até.
Me levantei, peguei minha espada lá dentro e saí andando em rumo do meu destino sem olhar pra trás, sentindo que isso foi um alívio, ou apenas um alívio temporário. Só me faz lembrar que isso não sara, ou eu não quero que sare, me sinto pesado ainda, mesmo estando vazio por dentro.
Logo estava á algumas milhas do reino, dava pra ver sua silhueta longe, no horizonte, sua muralha alta parecia bem clara por causa da luz do sol que estava atrás de mim, iluminando tudo a minha frente, menos minha sombra que estava a um passo na minha frente, tudo parecia mais perto agora, já que meu destino esta mais próximo a cada suspiro meu.
Aos dois lados da estrada se formavam plantações de trigo e madeiras, algumas pessoas plantando, outras colhendo, uns homens com machados pra cortar umas árvores e eu andando, só os olhando cuidadosamente.
De fato você esta imaginando como sou, bem, eu tenho o cabelo branco, sou um albino de olhos vermelhos, sou o mais raro que se pode existir. Além de ser alto e atlético, minha vestimenta é comum, apenas um sobretudo e calças, uma espada longa em minhas costa, fina, mas muito forte e resistente. Tudo oque eu sonho pode começar nesse reino. Meu sonho é ser um pacificador, lutar pela paz no mundo, sei que terei que travar várias guerras pra que um dia haja paz, mas se esse é meu sacrifício, irei sacrificar todos os minutos da minha vida em busca disso.
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Mizu No Hi
Viễn tưởngUm homem que almeja acima de tudo ser um pacificador, tendo em frente vários desafios que o fazem crescer tanto física quanto mental. Deparando-se com um amor puro por uma jovem princesa de um reino distante, que com ela ao seu lado, ele descobre ve...