Prólogo

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Tique-taque

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Tique-taque.

Tique-taque.

Tique-taque.

O relógio de pêndulo, um artefato antigo que pertenceu ao meu bisavô e estava conservado como tudo o que minha família havia conquistado desde a época dele, distraía-me com seu barulho constante, quase como se o som fosse hipnótico e fizesse minha mente viajar ao passado. Ao motivo de eu estar me sentindo um fracassado naquele momento, ao motivo do meu corpo estar tenso, meus punhos cerrados e o maxilar trincado.

Durante os três anos, onde eu havia descoberto o que era o inferno, onde eu havia descoberto o que era ser um peão no jogo de alguém com sede de vingança, a sensação de impotência nunca havia me subjugado da forma como havia me dominado naquele instante.

Eu estava tão perto de colocar minhas mãos nela. Estava tão perto de recuperar o que ela havia roubado de mim. No entanto, como em todas as outras vezes onde eu acreditei que a pegaria e faria a minha justiça, ela riu da minha cara e escapou entre meus dedos como água corrente, deixando sua marca, sua umidade, contudo, conseguindo escapar mesmo assim, afirmando que não se pode conter o que aprendeu a ser fluído como um rio.

Mas eu era obstinado. Sempre havia sido e aprendi a ser um pouco mais desde que ela afirmou que me faria se arrepender da minha decisão. Uma hora ela deslizaria ao encontro da minha represa e, quando acontecesse, entenderia que sua pior decisão foi tentar fazer de mim o seu inimigo.

E, diferente do que ela pensava, eu não havia me arrependido da minha escolha em momento algum. Afinal, tudo o que ela fez após ao meu decreto, deu-me a certeza de que eu havia feito a escolha certa.

Todavia, não importava se fazíamos com a melhor das intenções, ou com as piores, cada ato tinha a sua consequência, e a consequência do meu ato sucedeu, em mim, caindo na pior armadilha que uma mulher vingativa poderia armar contra alguém que achava que a conhecida, mas não tinha ideia de como era sua verdadeira natureza.

O som do meu celular tocando dispersou meus pensamentos tortuosos. Encarei o aparelho vibrando e dançando sobre a minha mesa de escritório, nem um pouco interessado em saber quem poderia estar tentando me contatar, uma vez que o sujeito estava perturbando a minha tentativa de colocar a cabeça no lugar, antes de eu elaborar a minha próxima armadilha para a diaba que havia ousado roubar minha paz de espírito.

Ela se arrependeria. Cedo ou tarde, eu a faria se arrepender.

— Cooper. — Atendi quando o sujeito insistiu em continuar ligando, deixando claro que não desistiria tão fácil. Tive que ceder ao recordar que, antes de eu me tornar alguém que só sabia atacar e contra-atacar, eu ainda era um homem de negócios, ainda tinha um legado para governar.

Olá, Jace. Sou eu, Harry — saudou-me de modo alegre e estúpido, pois seu nome piscando na tela me deu uma noção de quem estava ligando.

Doce Voz |DEGUSTAÇÃO|Onde histórias criam vida. Descubra agora