Elijah Já tentou vários empregos, quase nenhum deu certo. Nunca fez nada depois da escola, como faculdade, até tentou química, mas acabou brigando com o professor, batendo nele e sendo expulso.
Uma vez tentou trabalhar em uma lanchonete bem famosa, daquelas que tem em toda esquina e que os gordinhos adoram, ficava no balcão, mas alem de ter que usar aquela faixa e boné idiotas no cabelo, os clientes eram tão babacas, sempre o olhando com nariz empinado, como se ele não fosse nada, ou demoravam pra fazer o pedido, já que ficaram mexendo no celular na fila ao invés de escolher o pedido, então brigou com alguns cliente e acabou sendo demitido. Mesmo só chegando a agredi-los algumas vezes.
Lavando carros em lava rápido, atendente de papelaria, barman, mas sempre explodia.
Não que ele se considere um cara irritado.
Ok, talvez seja, até tenta se controlar às vezes.
Era forte, musculoso, sabia lutar bem e tinha grande força, e isso chamava atenção, as vezes ruim, as vezes boa.
E depois de ser demitido em vários empregos e ter participado de varias brigas, estava largado em uma boate vagabunda em uma segunda-feira, bebendo para tentar desmaiar, quando arrumou briga com um guarda-costas, e acabou o arremessando pela janela. Isso meio que chamou a atenção do chefe dele, que acabou demitindo o homem arremessado pela janela e oferecendo o emprego para Elijah, que aceitou na hora.
Tom usava óculos escuros de lentes azuis e tinha o cabelo comprido enrolado, era estiloso.
Agora com um bom emprego, não tinha muito trabalho. Tom trabalhava emprestando dinheiro e depois cobrava com juros,um agiota. Maioria do tempo o trabalho de Elijah era apenas cobrar os outros.
E ele até gostava do trabalho, ameaçar pessoas e tudo mais. De vez em quando tinha que ferir alguém, quebrar um braço e essas coisas, mas era raro.
Mas alguns clientes realmente o irritavam, como o Sr. Bandeiras.
Ele e Tom tocaram a campainha da casa dele, ainda era de dia. Um homem baixinho de bigode atendeu a porta.
- Boa tarde, Sr. Bandeiras. – Disse Tom tentando ser amigável, obvia mentira.
Elijah só interferiria em ultimo caso, deixava o dialogo para Tom e ficava na dele.
- Cara, eu ainda não tenho o dinheiro.
Direto.
- Fazem seis meses que emprestei o dinheiro para o senhor. Eu gostaria de tê-lo de volta, entende?
Tom falava isso com um sorriso bizarro. Elijah apenas observava.
- Aconteceram uns imprevistos, eu estou sem o dinheiro. Minha esposa estava querendo uma nova televisão, depois ela quis sapatos e roupas, sabe como são as mulheres, não?
- Não, não sei. Só quero meu dinheiro, Sr. Bandeiras.
Onde está o sorriso agora?
- A culpa é dela, não minha. E ela quis pagar um curso de não-sei-o-que pro meu filho. O senhor entende?
- Pare de por a culpa nos outros! – Gritou Elijah, não se segurando mais, então Bandeiras já estremeceu.
Alguns instantes depois de discussão Elijah pegou Sr. Bandeiras nos ombros, entrou na casa e o jogou na Tv nova, tela plana, a quebrando em duas.
- Não precisava fazer tudo isso – Tom no fundo achava isso engraçado.
- Ele estava pedindo, você sabe disso.
- Acho que devemos ir embora. Chame uma ambulância para ele
- Tem certeza? Acho que não precisa
- Se ele morrer ficamos sem pagamento. Vá logo.
Sr. Bandeiras caído no chão, inconsciente e ao lado de duas metades de uma TV.
- Tudo bem, mas por mim ele ficava sem ambulância, chefe.
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Crônicas da terra da garôa
Mystery / ThrillerAs ruas de São Paulo nunca foram calmas e a vinda de um assassino serial não ajudou muito. As ruas estão repletas de sangue e está prestes a transbordar sua imundisse, afogando todos os vermes repletos de medo. Um apostador enganado, o segurança de...