A Rosa

73 3 0
                                    

***************
-Sky, vamos brincar!-Grita um menino,  suponho que ele tenha mais ou menos 5 anos de idade, devido á sua altura e sua voz. Não consigo ver-lhe a cara, mas de alguma consigo ter a imagem dos olhos grandes exibindo um tom de acastanhado claro sem nem ao menos o conseguir  ver e de alguma forma, sinto que sei mais do que vejo. É uma sensação estranha.

-Não posso.-Respondi-lhe com um nó na garganta, não consigo arranjar uma explicação e nem me lembrar da razão que me possa explicar o que está a acontecer.

-Outra vez?-Disse-me com cara de preocupado e sua voz não foge ao adjetivo.

-Sim, ela está muito zangada hoje, não posso ir outra vez sabes bem disso.-Digo-lhe com receio que continuava a não saber da origem pela qual eu o sentia.

-Ok.-Ele responde e quase que instantâneo sinto o meu corpo ganhar pesa, como se a gravidade o estivesse me estivesse a vencer tornando até o ar que respiro pesado.

-Sky acorda, ela está a chegar!!-O menino diz e começa a me abanar.

        A escuridão apodera-se dos meus olhos, fazendo desaparecer tudo á minha volta. Olhei em volta várias vezes com o desespero reinado não só na minha mente como no meu peito, provocando a aceleração do meu ritmo cardíaco. O oxigênio paarece estar no limite máximo da reserva, uma onda de tontura me atinge e com ela uma dor de cabeça insuportável, preciono ambos os lado da minha cabeça tentando amenizar a dor. Tento abrir os olhos mas não consigo é como se estivessem colados e ao mesmo tempo pesados, como se eu não tivesse controlo sobre eles.  Começo a me virar para todos os lados,  sendo cada vez mais difícil de respirar, estou a sufocar-me pouco a pouco. Momentos depois consigo abrir os olhos. Um grande alivio toma conta do meu peito quando vejo que foi tudo um sonho, sento na cama, ainda a tentar recuperar o folego.


-Sky, levanta-te senão vais chegar atrazada!-Ouço o grito da minha mãe, que me distrai, e quando tento me relembrar o que tinha acontecido antes de ela me interromper, não me consigo recordar tendo apenas como prova de que algo aconteceu através da minha respiração acelerada e do meu batimento cardiáco, mas acima de tudo tenho o pensamento focado na  certeza de que ela ainda está na cama.

-Já tou levantada.-Grito em resposta e cubro-me outra vez, desta vez cobrindo a cabeça.

-Quem não te conhece que te compre, levanta-te preguiçosa!

-Ok, vou me levantar, estou a me levantar... estou a tirar os dedos para fora da manta... agora estou a tirar as mãos... agora os meus pulsos... uí que frio... já descobri a cabeça...

-Para de tentar ganhar tempo e levanta-te, vou aí ver se já estás acordada.

       Levanto-me e desligo o despertador que estava a tentar fazer-me ganhar pelo menos 15 minutos até que a minha mãe...  pelo menos tentei. Enfim, despacho-me e vou para a escola que não é muito longe da minha casa, iéi...

       A meio do caminho encontrei uma rosa, não que fosse uma coisa invulgar de se encontrar, mas a meu ver ela era de alguma forma especial, para minha surpresa ela ainda se encontrava intacta e perfeita, ou seja não seve ter caído á muito temo ou alguém a arrancou e deixou- a cair. Agarrei nela e abri a mochila, peguei num livro que tinha na mochila mas não era um livro qualquer nem um manual da escola, era "o meu livro", um livro de entre vários outros que tenho em casa, que contêm muitas memórias ao longo dos anos, assim que os termino guardo e nunca mais volto a abri-los, para ser sincera nem ser o porquê de eu os preenchernem sei quando comecei mas também não me apetece saber. Ninguém sabe da existência deles e pretendo continuar assim.  Abri-o e pus a rosa no meio das páginas e fechei-o.

My Fake Boyfriend (PARADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora