Mentiras (parte 2)

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-O que é que foi agora David!?

-Nada só queria que parecesse que estava zangado, devias ter visto a tua cara. -Disse enquanto tentava esconder um sorriso entre os lábios, espero bem que não comece a rir.

-Tás te a divertir!?

-Não. -Disse desta vez mais sério.

-Então diz o que querias dizer, ou era só esta mini sessão de estupidez!?

-Quero um beijinho. -Disse parando a sua bochecha à minha frente, coloquei as minhas duas mãos em seu peito e empurrei lhe devagar para trás.

-Não sejas tão má! -Disse fazendo beicinho.

-Eu não sou má, apenas tenho princípios que desejo cumprir a todo o custo. -(Tu és uma lerda!) Não pedi a tua opinião.

-Vai ser isto ou nada! -Disse-lhe estendendo a minha mão direta para ele.

-Tu não mudas, fogo, um dia vais me pedir um beijinho, vais ver, espera só! -Disse num tom confiante enquanto apertava suavemente a minha mão.

O tempo de intervalo que tivemos passou depressa, sem nos apercebermos já estava na hora de entrar, nos dirigimos á sala de aula e sentamos nos nossos respetivos lugares.
Como sempre a professora de Geografia parecia uma zombie a tentar abrir a boca para falar,se passaram 45 minutos e chegou o professor de alemão, amo as aulas dele, sabem quando se fala inglês carregando nos 'r', e pronunciando de forma clara e robóticamente alta, sim isso mesmo, ele fala assim.
(Diz logo!) não vou dizer isso porque acho que não é educado ofender uma região que tem diferente perspetiva de pronúncia que a dos outros (como queiras).
Depois de 1 hora e 30 minutos de alemão, sem descanso, finalmente posso ir almoçar. Ao chegar no refeitório me dirijo á fila que se encontra razoavelmente pequena, tenho de confessar que não consigo compreender o ser humano por muito que tente.
Enfim, depois de ter chegado a minha vez, peguei o que queria e fui em direção à mesa, que se situava perto de uma janela á minha direita.
Hoje a comida está uma bela merda, sério, não estou a brincar, principalmente porque com comida não se brinca. O que acontece é o seguinte, há dias em que as funcionárias responsáveis pela comida fazem a comida uma delícia, e há dias que vêm com merda no cu e cozinham que é uma maravilha, e nós temos que levar com toda a culpa nos pratos, digamos que hoje calhou a opção 2. Esta é uma das razões pela qual não consigo entender o ser humano, o simples porquê de continuarmos a arriscar sabendo que podemos não gostar do resultado.
Olho para o meu prato e... que visão extraordinária do puré de batata com peixe no topo. Agarrei no garfo e comecei a remexer o puré imaginando que sou Poseidon provocando um mini remoinho na água (eu sei que disse que "com comida não se brinca", apenas estou a tornar divertido uma refeição, enquanto misturo o puré com o molho). Enquanto com o puré, não me apercebi de que Luci estava sentada na cadeira do meu lado direito.

-Como está a comida? -Perguntou-me com a maior cara de pau.

-Não sei, diz me tu!

-Diz lá... -Coitada acha que sou a sua criada pessoal, ela que coma o veneno e depois me diga o que acha. Não sou má, só reajo assim, porque para ela, já se tornou hábito ser eu a provar a comida por ela.

-Não me enchas a paciência, já disse prova tu!! -Disse para ela, num tom superior.

-Ok. -Disse fazendo beicinho e de seguida com um dedo puxou a pele de baixo do olho direito e tirou a língua para fora, que infantil que ela é.

-Até quando é que achas que vão continuar com essa mentira? -Perguntou me enquanto repetia involuntariamente a mesma brincadeira que eu fizera com o puré.

-Não sei e nem quero saber, que façam tudo o que quiserem desde que não me tragam sarilhos.

-Então não te importas?

My Fake Boyfriend (PARADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora