Amooooo inesquecíveis

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Xavier, vamos ao Cajá, hoje. É aniversário da mamãe...

Tá bom. O seu chaga, já trouxe o jumento, pra levar os meninos?

Já sim. O Jucelino, já está aí, pra ajeitar os jacás...

Mãe, nós vamos voltar, ao cajá?
Que bom...

Você. ainda lembra de lá, meu filho?

Lembro um pouco, mãe. Mas, não lembro de ninguém. Quem é Juscelino?

Jucelino, é meu irmão, seu tio. Minha mãe, é sua vó...

E, quem é seu Chaga, mãe?

É, meu pai, seu avô...

Meu tio, chegou com o jemento, com, dois grande sestos, de casca, de alguma planta, parecida, com o bambu.. um, de cada lado, do jumento.

O senhor, é o tio Juscelino?

Sim, sou...

E, o Senhor, tem filhos, do meu tamanho?

Tenho, uma menina, e vai, nascer outra, por esses dias.

Tio, ele vai passar, o dia todinho, lhe fazendo perguntas. Esse, é o Branco, tio.

Vamos, meninos, o Cajá é distante... Oi Zé Carlim, como tu tá grande, meu filho.

Abenção tio.

Deus lhe abençoe, e vamos nos apressar.

Meu tio, me pegou, e me colocou junto, com minha irmã, mais nova, em, um dos jacás. Colocou, do outro lado, os outros dois, irmãos meu.. o mais novo, foi no colo, de meu pai, e os três mais velhos, ficaram em casa, aos cuidados, de Maria, uma moça vizinha... fomos todos, para o cajá. Um retorno, muito sonhado, por mim... minha mãe, estava grávida, mais, pra mim, isso não fazia, diferença.. eu ainda, não imaginava, que mais uma criança, estava a caminho. Meu tio, um homem moreno, maior que meu pai, de modos rústicos, mas educado. Pareceu um irmão, de meu irmão, mais velho, Zé Carlos..abraçou, a todos, os meninos, na chegada... inclusive a mim. Eu estava deslumbrado, ao ver, um irmão, de minha mãe. Eu ainda, não tinha, noção de família. Eu pensava, que só, as crianças, tinham irmãos, irmãs, pai e mãe. Quando eu ouvi, minha mãe, falar: vamos, à casa, de mamãe, assustei- me, até, e perguntei- lhe: Como, a senhora tem mãe, como eu?

Ela, não foi feita, em chocadeira, menino. Todo mundo, nasce de uma mãe.

O quê, pai...?

Ele ainda, é muito criança, homem ignorante. Eu tenho uma mãe, meu filho. Kkkkk

Eu, não conseguia, reproduzir, minha vó, em pensamentos, e muito menos, meu avô... mas, eu não via, a hora, de encontrá- los.
Tinha chovido, um pouco, e os paços, do jumento, me inspirou uma soneca... uma soneca, de quase, duas horas, no caminho do Cajá. quando acordei, estava em frente, às casas marrões, novamente. Um paraíso, que não tem, nada haver, com um lindo parque, de uma megalópole, ou um lindo ambiente, de cachoeiras, gansos nadando, e florestas.. meu paraíso, tinha porcos, e jumentos andando solto, como, se não tivessem donos. E, casebres pobres, cobertos de palhas de babaçu. Mas, eu tenho certeza, que o sol, branco de cristal, com raios dourados e alaranjados, à tardinha, faz, de qualquer lugar, um paraíso. Quem faz, de um local, um paraíso, também , além dos brilhos, do sol, é a felicidade, de quem vê... ou rever...

A Bênção, mamãe...

Deus, lhe abençoe, minha filha...

O quê? Estranho, muito estranho. ela voltou, a ser criança? Indaguei-me, em meus pensamentos, ricos, em fantasias, como sempre, ainda, dentro do Jacá...

Os Anjos Também SofremWhere stories live. Discover now