Capítulo 2

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POV's Emily

O dia tava tranquilo com um tempinho bem gostoso, enquanto eu e Eliza caminhávamos na direção da escola bebericando nosso cafés do Starbucks que tinha perto de minha casa. Bem, eu caminhava, ela se arrastava.

Estávamos no terceiro bimestre da faculdade, e era meu primeiro ano de arquitetura, já Elizabeth estava no seu segundo ano de direito, ela jurava que queria ser policial, de preferência a chefona. Não vou negar que pose ela tinha, e como mandava em quase todo mundo ao nosso redor, ela tinha manha no assunto, porem com toda a preguiça acumulada que ela tinha, duvido que conseguiria isso tao cedo.

Desde que eramos pequenas, sempre fomos assim. Eliza preferia agir enquanto eu sonhava, sempre fui de contos de fadas e ela de ação. Não dizem que os opostos se atraem? Deve ser por isso que eu e Elizabeth nos dávamos tao bem. Bom, não tao bem. Enquanto eu agia pelo coração, minha amiga agia pela razão. "Se você cometeu um erro deve se pagar por ele" "segunda chances são dadas para aqueles que se arrependem e lutam pelo perdão", foram essas as palavras dela quando tentei convence-la a esquecer uma vingança contra um menino que tentou jogar areia no meu cabelo no parque da escola onde estudávamos. Aquela fora a primeira vez que nós conversamos, eu sempre a via brincando sozinha, mas nunca tive coragem para chama-la para brincar. Então quando aquele ruivo chato foi tentar fazer aquela brincadeira estupida, não pude deixar de me sentir surpresa quando minha heroína havia sido aquela garotinha de cabelos compridos e escuros e olhos azuis. Tentei dizer a ela que não era necessário fazer nada com o ruivinho porque graças a ela, ele não havia feito nada, mesmo assim ela foi praticar sua vingança e bem, o garoto saiu com as calças cheias de areia, na parte de dentro. No final daquele dia, Eliza não se tornou apenas minha heroína, ela se tornou minha melhor amiga. Minha irmã. Alguém que eu não imagino viver sem.

Foi só pensar em perder Elizabeth, que parecia que o sonho havia voltado, em formas de sussurros. Não me aguentei e abracei minha melhor amiga como se fosse a ultima vez e cochichei um "eu te amo" baixinho perto do seu ouvido. Eliza retribuiu o abraço um pouco tensa.

- Emy, aconteceu alguma coisa? - me perguntou ela, parecendo preocupada - ou você só ta se lembrando do seus pais novamente? - suspirei com suas perguntas. A verdade era que no final daquele mês faria 20 anos de idade, e automaticamente, faria 20 anos sem meus pais. Eles me deixaram com minha avó paterna quando eu ainda era apenas uma recém nascida. Minha avó se recusa a dizer o motivo, diz apenas que foi um sacrifício para ambos, mas fora necessário. Então quando o mês de novembro chega, Eliza, que mora sozinha, vai dormir na minha casa, como um modo de não achar que estou sozinha. Felizmente, desde que Elizabeth entrou em minha vida, não me sinto sozinha, mas fora bom ela ir pra minha casa, com aqueles sonhos que eu vinha tendo, era melhor mante-la perto de mim sempre.

Não me entendam mal, minha avó é uma parte mais que importante em minha vida, porem, desde sempre, sinto que ela vem me escondendo coisas, assim, sempre que fico sozinha com ela, tenho que medir perfeitamente minhas palavras, se eu encontrar algum ponto no qual ela não gosta de falar, ela me deixa falando sozinha, então sim, prefiro quando estou com Eliza.

Ainda com minha melhor amiga em meus braços, encarei seus olhos incrivelmente azuis e respondi:

- Ta tudo bem Granger, é apenas a saudade dos meus pais - sorri triste, em partes claro que era a saudade, a necessidade de tê-los por perto, mas em outras, era por causa daqueles malditos pesadelos.

Ela pareceu não acreditar muito, mas apenas balançou a cabeça e enlaçou nossos braços, nos fazendo voltar a andar em direção a nossa faculdade. Respirei fundo e repeti um mantra mentalmente, "vai ficar tudo bem, já esta tudo bem, nada de ruim ira acontecer" e era o que eu esperava que acontecesse, do fundo do meu coração.




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⏰ Última atualização: May 26, 2016 ⏰

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