Manhã de Anna.

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E era apenas mais uma manhã cinza e nublada.
Acordou com os gritos daquela velha querendo água morna para molhar a boca seca.
Ela morava naquela casa fazia dois anos depois do falecimento de seu filho de quatro anos de idade. Tinha um enorme respeito à aquela idosa que foi a única que aceitou ela após o acidente que levou seu único filho, ou posso dizer, sua vida junto.

Com 36 anos, era difícil arranjar um emprego descente naquela pequena cidade no interior. Então, Anna soube de uma senhora de 78 anos que vivia no bairro, não muito longe da onde ela morava. Foi quando ela topou morar ali e cuidar da senhora solitária que ali vivia e pagaria pouco dinheiro, o suficiente para comprar alimento, apenas para a companhia e os trabalhos de empregada, além de precisar dar banho e dar comida para a senhora.

Foi quando ela deitada na cama, com o corpo molhado de suor e o coração acelerado de raiva ou tristeza, Anna desejou não estar ali. Era um quarto pequeno com apenas uma sacola de roupas e uma cama de solteiro suja. Uma pintura rosa desgastada.
Levantou como se fosse de madrugada, com os olhos inchados e vermelhos, olhou no relógio, era 6 da manhã. Abriu a janela e logo desceu as escadas rápido para esquentar a água no fogão de lenha. Logo depois, olhou para a pia e viu uma caneca de alumínio, "vai aqui mesmo", pensou ela depressa.

-Que demora! Acha que sou obrigada a esperar esse tempo todo? Vagabunda!- disse a velha.

Aquele quarto fedia muito. Atraía muitas moscas e baratas.
Anna levantou a cabeça da idosa para cima para que ela pudesse beber. Foi o que fez.

A Garota MortaOnde histórias criam vida. Descubra agora