Love At First Sight (Conto de Sonhos Canadenses)

1 - The first time I saw her

Primavera de 2014

Céus, por que eu continuo me torturando? Fazer isso há cada dois dias acaba comigo! Eu poderia muito bem parar se soubesse outro modo rápido de ficar em forma. Até há outras maneiras, mas nenhuma delas me atrai. Na verdade, no começo nem a academia me atraía e agora olhe para mim! Estamos em plena primavera e eu decido voltar aquela maldita academia pelo menos depois de dois dias de tortura. Às vezes vou depois da escola, mas hoje dei o azar de meu dia de academia cair em um sábado. Santa tortura! Poderia estar no meio de uma partida de Hockey se eu tivesse amigos para entrarem para a minha equipe. Só que eu não tenho amigos e precisava ficar em forma rápido. Não por causa das garotas que poderia conquistar, mas por causa do sedentarismo. Comecei há pouco tempo, então ainda não tenho braços fortes ao algo do tipo. O jeito é esperar pelo corpo atlético.

Esfreguei o olho e caminhei até a janela do meu quarto. O dia já estava no fim. Eu estava completamente suado e fedido. Fadigado, morto e mais um monte de outras coisas. Realmente espero que valha a pena! Deixei minha mão cair e encarei a árvore que ficava bem em frente a minha janela. Bordo Canadense, a árvore símbolo do país. Bem, se você é de fora pode não entender porque essa árvore é tão importante para nós, então vou explicar. Sabem aquela folha diferenciada em nossa bandeira? Então, é uma folha da árvore que tenho em meu quintal. Linda, hein? E as folhas são realmente avermelhadas. E quer saber de uma coisa? Aquela foi a primeira vez que a árvore não foi o que mais me chamou atenção.

Foi uma garota.

Não uma garota qualquer se quer saber.

A garota mais linda que eu já vi! Meu coração disparou e ficou difícil respirar. Ela era iluminada pelo poste que ficava próximo a árvore. Estava parada em cima de uma bicicleta, no meio da rua e com a cabeça erguida. Conseguia ver apenas a metade iluminada de seu corpo, o resto ficava oculto pela penumbra. Pude ver pelo menos seu rosto, mas não com muitos detalhes. Seu cabelo era castanho escuro e seus lábios eram o meio termo entre finos e Angelina Jolie. Não conseguia ver seus olhos, pois eles estavam focados na árvore. Uma amante de árvores! Nunca pararam antes para encarar aquela árvore. Eu podia sentir que havia algo de especial nela, só não sabia dizer o que era. Será que eu deveria ir atrás dela para me apresentar?

Não Sean! Não seja idiota! Você está fedendo! Não deve flertar com uma garota extremamente bonita, afinal, você nunca flertou com garota alguma! Maldita vergonha! Como eu gostaria de ser como aqueles caras espontâneos que conseguem falar qualquer coisa idiota sem deixar de parecerem legais! Se bem que... Cara, uma garota linda como essa você não encontra todo dia! Corre!

E lá fui eu. Corri escada abaixo e mesmo ao ouvir minha mãe gritar meu nome eu não parei. Abri a porta e corri até a calçada. Nada. Maldição! Virei a cabeça para o lado esquerdo da rua e a vi pedalar para longe. Por que eu não corri mais rápido? Por que eu não tomei uma decisão antes? Por que eu tenho que ser tão babaca? Encolhi os ombros e voltei para dentro lentamente. Mamãe estava bem em frente à porta e entrada e me olhou com preocupação.

— O que aconteceu? — Perguntou-me ela. Acho que minha cara estava pior do que eu imaginava.

— Acabei de perder a mulher da minha vida!