Nenhuma atitude. Nenhum sorriso ou palavra que me dissessem que aquilo foi bom tanto para ele quanto para mim. Ele conseguia ser mais frio do que as noites chuvosas, mais frio que a neve que caia lá fora, conseguia esconder qualquer tipo de emoção e me castigava profundamente. A cada vez que meus olhos cruzavam com aquele olhar vazio um frio na barriga me dominava. Era isso? Não existia mais amor, não existia mais Justin e Caissy. Da parte dele parecia o fim e se era isso que ele queria deixar claro eu havia entendido.- Você gostou? – eu tinha que ter a prova concreta mesmo que fosse doloroso eu tinha que comprovar que ele só havia me usado.
- É sexo. – ele deu de ombro evitando meu olhar. – Sexo é a melhor coisa do mundo. – inútil. Naquele momento não sabia se sentia mais raiva de mim ou dele por ter sido tão imbecil.
Não era hora de chorar, nem de fraquejar, não na frente dele. Implorei mentalmente para meu corpo não fraqueja, me levantei do chão e Justin continuou deitado no meio da sala onde segundos antes ele havia sido meu por alguns segundos. Uma voz gritava dentro de mim causando mais dor, aquela resposta me fez pensar o quão distante estávamos, me fez ver que em um ano o que não havia mudado nada para mim pra ele não tinha sido da mesma forma e eu tinha que entender o lado dele.
- Vou tomar banho no banheiro do meu quarto. Pode ficar com o do corredor. – ele franziu a testa. – Preciso de um tempo sozinha. – completei recolhendo os trapos jogados pela sala, subindo as escadas tomando cuidado com meu pé machucado.
Julie e Jason dormiam feitos anjinhos esparramados em minha cama. Peguei uma toalha no armário fazendo o mínimo de barulho possível para não acordá-los eu ainda não estava em condições de ficar com eles precisava de um tempo para mim.
Fechei a porta do banheiro largando a toalha no canto, abri o registro deixando a água em uma temperatura muito quente, me livrei do pano amarrado em meu corte e era apenas eu ali naquele pequeno cômodo. O barulho da água batendo em abundância no chão abafou meus soluços. A terrível e patética cena das lágrimas indo embora com a água do chuveiro. Vulnerável, frágil e solitária era assim que me sentia depois de ser usada. Depois de ter me entregado com um estalar de dedos, me sentir um lixo ainda era um elogio. Aquela não era a primeira e nem seria última vez em que eu me trancaria no banheiro depois de ter sido destruída. A melhor forma de enfrentar aquilo era me escondendo, me escondendo até ficar forte outra vez para enfrentar tudo o que tinha pela frente, não queria ser vista naquele momento por ninguém o mundo não precisava saber o quanto estava destruída. Ficar pensando em tudo, ficar pensando no passado em como as coisas era antes de eu ter a estúpida idéia de deixar tudo para trás só me deixava pior, sempre chegava à conclusão de que a culpa era minha e que se ele estava agindo dessa forma, se ele não tinha nem um pingo de consideração por mim, era tudo culpa minha.
Quando sanei o choro tive coragem de sair de meu refugio. Respirei fundo erguendo a cabeça e seguindo em frente à final eu não poderia voltar atrás de mais nada do que tinha acontecido só ficar com a amarga sensação de "se arrependimento matasse". Terminei de pentear meus cabelos molhados e sai do banheiro. Fiz o mínimo de barulho possível enquanto me trocava. Julie já tinha se mexido diversas vezes na cama e sabia que ela não ficaria muito tempo por ali. Antes que eles levantassem tinha que preparar a mamadeira do Jason e limpar a bagunça de vidros na cozinha.
A porta do banheiro do corredor estava aberta e a luz apagada. Encontrei Justin no quarto das crianças sentado na cama de cabeça baixa com os cabelos molhados e roupas que eu desconhecia. Pigarreei chamando a atenção e ele me olhou parada na porta do quarto.
- Jaden trouxe enquanto você tomava banho. – ele se referiu à roupa que vestia.
Realmente eu havia demorado muito tempo no banho.
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Soul Rebel ( 3 Temporada completa)
FanficEu estava pensando nela, pensando em mim, pensando em nós, e o que vai ser? Abro meus olhos, e sim, era apenas um sonho. Então eu viajo de volta por esse mesmo caminho, tentando sobreviver. Ela vai voltar? Ninguém sabe. E eu percebo, que sim, tudo o...