Adotada

Capitulo 2

Hoje...

Hoje é a noite em que minha vida vai mudar. Eu posso sentir nas minhas veias. Hoje é o dia em que vou conhecer a família do Dave, uma família de verdade, e pela primeira vez eu teria uma família, pelo menos era isso que eu pensava que aconteceria.

Nunca na vida eu tinha estado tão bonita. A roupa que Dave comprou para mim era linda. Um vestido vermelho, colado em meu corpo, nunca havia reparado em minhas próprias curvas, eu estava realmente deslumbrante. Mesmo tendo achado o vestido curto para conhecer sua família, e o salto alto um pouco exagerado, eu não poderia reclamar, afinal nada ali era meu.

Peguei minha pequena mala e segui em direção a sala. Agora era só esperar por Dave, ele viria me buscar.

Depois de alguns minutos decido retocar minha maquiagem no banheiro e então escuto a porta se abrir. Me olho no espelho e tenho certeza de que está tudo perfeito, no seu devido lugar. Volto para sala e vejo Dave sentado no sofá, a me esperar, ele me olhou de cima a baixo, então senti minhas bochechas corarem de leve.

-Com certeza você será a menina mais bonita da festa... -ele se levantou e caminhou até mim, me senti um pouco nervosa com a aproximação.

-Uma festa? -perguntei sem entender.

-Sim, uma festa só pra você, temos que comemorar em grande estilo! -ele disse empolgado.

Fiquei sem reação, eu nunca tinha ganhado uma festa, eu realmente estava nas nuvens.

-Dave, será que vão gostar de mim? -perguntei enquanto brincava com meus dedos nervosa.

Ele me abraçou de lado, e assim percebi que sou tão pequena em seus braços, sou tão frágil. E se ele não fosse quem eu penso que é?

-Claro que sim -ele ri -Você é linda, tão inocente, todos vão gostar de você. -Então ele me beija na testa, segura minha mão e caminha comigo até a porta. Ele pega minha mala e sai do apartamento caminhando comigo até o elevador.

Me sinto desconfortável, pois ele me olha de uma forma estranha que não reconheço. Me encolho na parede de metal frio, enquanto ele sorri de lado, o mesmo sorriso diabólico de sempre.

Quando as portas do elevador finalmente se abrem, respiro aliviada. Novamente ele segura minha mão, sinto meu coração disparar, acho que o medo e o nervosismo estavam me dominado.

Já no carro, Dave fez o trajeto praticamente todo com uma de suas mãos em minha coxa esquerda. Eu queria tirar sua mão dali, estava exposta demais com aquele vestido. Seu toque queimava como fogo, e assim ele fechava sua mão em um aperto rude, que seria capaz de deixar marcas em minha pele branca.

Ao me deparar com uma grande casa luxuosa, fico sem fôlego, aquilo não era uma festa para meninas da minha idade, nem um ambiente para uma casa de família, que tipo de gente é essa? Mas que família é essa?

-Não precisa ter medo querida, todo mundo está aí -ele segura minha mão novamente e logo depois solta.

Então ele abre a porta do carro e eu sigo seu gesto abrindo a porta e saio devagar. Seus olhos não perdem um detalhe meu.

Ele segue andando pelo jardim acenando para as pessoas como se fosse uma celebridade. E então eu percebi que as pessoas do lado de fora fumavam alguma coisa enquanto viravam garrafas de bebidas, e haviam casais praticamente transando por toda parte.

Dave viu meu espanto e me abraçou de lado pela cintura, me senti estranha com aquele toque. Entramos pela porta e foi então que percebi que o que tinha visto lá fora, não se comparava a nada.