Prólogo

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Era para ser uma vida perfeita. Era, mas não é.

Foi difícil me enturmar com todos da univesidade de Toronto. Fiz muitos amigos, alguns inimigos, e conheci muitos caras bem atraentes, mas nenhum deles foram capazes de me fazer esquecer Thomas Johansson.
Atualmente eu estou solteira. Pra falar a verdade, eu não namorei ninguém desde que cheguei aqui. Teve um rapaz bem simpático que me pediu em namoro, mas eu não aceitei.

Passaram-se oito anos. Oito longos anos sem sexo. Thomas foi o meu primeiro. Primeiro e único.

Dois meses depois que me mudei para Toronto, a minha tia Sarah morreu. Meus avós surtaram, e três meses depois eles também morreram. Os médicos disseram que foi de tristeza. Depois que a Sarah morreu, eles passaram a ficar quietos, e quase não se alimentavam. Coitados, eles estavam tão velhinhos que acabaram não resistindo. Eu não fui no enterro, não consegui. Fiquei muito abalada, pois ainda estava me recuperando de uma depressão profunda. Pois é, demorou muito para eu conseguir me estabilizar. Na verdade, ainda não estou completamente estabilizada. Eu sofri demais por ter deixado o grande amor da minha vida. Ainda sofro. O que deixa o meu coração em pedaços, é saber que ele jamais irá me perdoar. Eu ainda amo aquele idiota. Amo com ainda mais intensidade. Eu devo ter ligado para ele umas mil vezes. Tentei me desculpar, mas ele nunca atendia o celular. Eu simplesmente não consigo lidar com essa dor insuportável. Sinto que vou desabar a qualquer momento. Todo santo dia eu ponho um sorriso falso nos lábios, e cumprimento todos como se eu fosse a pessoa mais feliz do mundo. Mas por dentro, por dentro eu estou morrendo aos poucos. Trabalho, trabalho, e trabalho! Isso resumi a porcaria da minha vida. Como eu fui tola de acreditar que eu seria feliz sem ele. Como eu pude ser tão inocente à ponto de acreditar que a minha vida seria um mar de rosas? Eu não estou bem. Eu estou péssima. Tem meses que eu não recebo a visita dos meus pais. Eu não os julgo porque sei que é difícil deixar a vida deles para me visitar. Mas é que a presença deles me faz um bem danado.

Conversei com a Luna ontem. Ela casou ano passado, tem uma filhinha de 6 meses que eu ainda não conheço. Ela ainda está morando na Califórnia, e tem um ótimo emprego, e uma ótima vida. Perguntei se ela tinha notícias do Thomas, mas ela respondeu que não.

Eu queria tanto vê-lo. Eu queria olhar naqueles olhos, beijar aquela boca, sentir aquele toque, e viajar sem sair do lugar ao abraçá-lo. Porque era isso que acontecia. Toda vez que nos beijávamos parecia que o tempo parava para nós. Tenho esperanças de que um dia ele possa me perdoar. Rezo todos os dias para que isso aconteça.

Thomas

Passaram-se oito anos, mas o tempo não foi capaz de cicatrizar as minhas feridas.

Três meses depois que a Mirella foi embora, os meus avós morreram. Foi em um acidente de carro. A mãe da Angelina estava com eles na hora, e infelizmente ela também acabou morrendo. Meu mundo desabou. Quando eu soube que eles haviam me deixado, eu achei que fosse o fim para mim. Chorei, e perguntei: o por que da minha existência. Por que eu vim ao mundo se eu só sei sofrer? Mas eu ainda tinha por quem lutar. Pela Angelina. Ela tinha ficado sozinha no mundo, como eu. Depois de longos anos lutando pela guarda dela na justiça, felizmente eu conseguir. Moramos juntos há 1 ano, e 3 meses. Somos tudo um para o outro. No começo não foi fácil, ela chegou a ser adotada por uma família, mas a pequena não queria ficar com eles, ela sempre quis ficar comigo. O juiz viu que os laços que nos une vão além dos laços de sangue, então ele me deu a guarda provisória dela. Meses depois, ele me deu a guarda definitiva. Hoje ela tem 14 anos, e eu sou como um pai que ela nunca teve. Trabalho bastante, mas sempre consigo tempo para ficar com ela. Moramos na Califórnia, na cidade de San Diego. Antes eu fazia faculdade em São Francisco.

Meus eternos velhinhos me deixaram muito dinheiro, mas eu não gastei tudo de uma vez. Guardei para garantir um futuro estável para a Angelina. Meses antes da morte dos meus avós, eles já estavam loucos atrás de advogados para terem certeza que todo dinheiro deles ficaria para mim. Que loucura, é como se eles soubessem o dia que iriam morrer.

E a pergunta que não quer calar... E a Mirella? Bom, eu não soube mais nada sobre ela. Nem quero saber. Se eu ainda amo ela? Claro. Com todas as minhas forças, com toda a minha alma. Eu não namorei com ninguém desde o dia que ela foi embora. Tem dias que eu transo com algumas mulheres, sem compromissos. Se eu me apaixonasse novamente seria muita burrice da minha parte. Primeiro eu sofri com a Victória. Depois acreditei na Mirella, e ela também partiu o meu coração. Vamos ser francos, se apaixonar é idiotice. Você só toma no cú.

Aquela garota me tinha na palma da mão. Eu faria qualquer coisa por ela, e em troca a ingrata me abandonou. Eu estava prestes a dar o meu sobrenome a ela.

Será que se eu tivesse pedido ela em casamento, ela teria ficado comigo? Não, claro que não. Mirella já estava decidida, não seria uma aliança de ouro branco que iria fazer ela mudar de ideia. Este assunto ainda mexe demais comigo, por isso evito o máximo lembrar de tudo. Mirella Willians me fez muito mal, e o meu coração idiota ainda dispara quando eu falo o nome dela. Sinceramente, eu rezo todos os dias para que ela nunca mais apareça na minha frente.

Insaciável Paixão: O ReencontroOnde histórias criam vida. Descubra agora