Bad Blood

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-Vai Mel, é só um golinho. No começo vai queimar um pouco mas nada demais, você vai ver

A voz de Rafael saia quase que inaudível, mas Melissa ainda podia entender claramente o que ele falava, talvez o fato da proximidade de que a boca do garoto se encontrava do ouvido dela estava ajudando, e muito.

-Eu já disse que não, o Lucas te mata se descobrir que você tá tentando me embebedar

-Ele me mata se descobrir tantas coisas que a gente já fez, me matar por tentar te oferecer o seu primeiro shoot seria o de menos

-Ok, mas só vou beber um

Era estranho como rapidamente tudo redor de Melissa parecia girar, os carros, as pessoas, a boate. Talvez porque o primeiro e último porre da garota havia sido em seu aniversário de quinze anos, quando seu irmão a presenteou com uma garrafa de champanhe francês e uma caixa de chocolates suíços, tudo fruto de um pequeno furto a uma loja de importados do centro.

-Você bebeu?

-Falando assim até parece que não foi você que me ofereceu, não é mesmo Rafael?

-Do que você me chamou?- Um racha se iniciava uns metros a frente de onde Lucas estava, motos imensas e que faziam um barulho ensurdecedor começaram a acelerar assim que a contagem se iniciou, mas ele pode ouvir perfeitamente o nome que saiu dos lábios de sua irmã caçula.

Rafael. Rafael Cipriannni.

-Eu que tomo o meu primeiro porre e você é quem não ouve as coisas?

-Mel, eu fui pegar mais uns shoots pra gente e

-Morato que merda é essa?! Você embebedou a Melissa?

Desde a primeira vez que Lucas viu Rafael soube que ele iria trazer problemas, afinal o que um riquinho mimado que tenta ser um badboy pra arrancar a atenção dos seus pais podia fazer além de atrapalhar a vida de alguém? E tudo do que Lucas Santonni menos precisava eram de pessoas problemáticas e das consequências dos respectivos problemas que elas causam.

-Cara, ela só tomou uns shoots e tá meio alegre. Não é pra tanto

-Não é pra tanto? A Melissa só tem 15 anos, você quer o que? Que ela sofra algum tipo de coma alcoólico e que vá pro hospital? Você tem idéia de que se eu aparecer num lugar tipo um hospital vou em cana na hora?

-Lucas eu já tenho quase 16 anos, não preciso de você me falando o que fazer-
Melissa estava obviamente embriagada, sua pele branca havia ganhado um leve tom avermelhado, seus olhos azuis haviam escurecido e uma coragem imensa havia tomado conta da garota. Aquela não era a Mel que Lucas conhecia, definitivamente não era.

-Pois não é o que tá parecendo

-Desculpa Lucas, a culpa é toda minha, eu não tinha pensando nas consequências que isso podia trazer e amanhã é aniversário da Lissa e, eu só queria comemorar isso com ela

-Rafael você não tem que se desculpar, eu bebi porque quis. Ninguém em momento algum me obrigou a nada

-Sai da minha frente Ciprianni antes que eu mande o Spencer dar um fim em você

Numa fração de segundos tudo veio por água abaixo, de reperente eram balas seguidas de balas e gritos invadindo o beco onde minutos atrás acontecia o encontro da maior gangue de River City. Mais um carregamento de drogas e armas vindo da América do Sul havia chegado em total segurança nas mãos do mais jovem gangster da cidade, e isso com certeza deveria ser comemorado em grande estilo.

Em menos de 24 horas tudo já estava esquematizado, som, bebidas, garotas. Era bom ter dinheiro, mas melhor que dinheiro era ter poder e isso sem dúvida Lucas tinha, mas talvez não por muito tempo.

-Corre pro carro agora, não vai pra casa, volta pro galpão e pede reforço no caminho pra lá, tem uma arma no porta- luva. Se acontecer algo comigo, você sabe o que fazer, não sabe? Eu amo você. Vai

Talvez Melissa nem estivesse assim tão fora de si como achava, pois as palavras de seu irmão vieram como um soco no estômago e a fizeram despertar. Aquilo só podia ser mais um ataque de Kozlov, havia anos que ele tentava tomar o lugar de Lucas na cidade sem sucesso algum, e isso devia ser horrível para um velho. Kozlov era velho, não era? Pelo menos para Melissa ele deveria ser, daqueles que passam o dia atrás de uma mesa fumando os charutos cubanos mais caros que o dinheiro pode comprar.

-Spencer, aqui é a Mel. Preciso que você mande reforços aqui pro beco da Fourth avenue, estamos sendo atacados. Mais uma vez.

-Bom meus caros, acredito que devo compartilhar com vocês a alegria de mais um ataque bem sucedido ao pessoal do lado leste. Santinni não caiu ainda, mas, isso é só um mero detalhe a ser resolvido

-Jason, o Lucas é muito mais poderoso do que parece, não o subestime tanto assim- Ivanna dizia enquanto todos os olhares do galpão recaiam sobre ela. Será que só ela tinha noção do quanto os ataques a Lucas Santinni eram perigosos? Não só para ele, mas para Jason também. Principalmente para Jason.

-Continuando, os ataques ao beco sairam conforme nossos planos, ao todo foram 15 mortes, sendo que 1 dos abatidos, pelas nossas informações tinha até um rolo com a irma caçula do Santinni

-Jason, você me ouviu?

Ivanna sabia como exceder seus limites e provocar o pior de Jason ao mesmo tempo, era uma reunião importante sobre o ataque da noite anterior e lá estava ela o interrompendo pela segunda vez em menos de cinco minutos. Sua paciência estava curta, mas ele não queria que nada, nem mesmo os chiliques de sua irmã o tirassem de seu foco.

-Sim Iv, ouvi

-E?

-Você está certa, ele é poderoso sim e muito influente, acredite minha querida irmã eu estudei bem o meu oponente e, sei muito bem do que ele é capaz. E principalmente do que não é

-Jason, eu concordo com a Anna, não que nós não sejamos bons o bastante pra acabar com o Santinni mas ele tem conexões mano, e conhece gente do país inteiro, e tem vários contatos fora daqui

-Alexander você está me decepcionando, a Ivanna eu até entendo a coitada sofre de uma paixão platônica pelo gangster mais bonitão da América, mas cara e você?

-Eu sou realista e só não quero muito desconfiança sobre mim. Não sei se você já percebeu Kozlov, mas desde que as ondas de ataque ao Santinni começaram a polícia não sai do nosso pé

A cabeça de Jason estava começando a latejar, ele sabia que era difícil deixar em ruínas todo o império que Lucas havia juntado em poucos anos, mas confrontar a realidade em voz alta era mais difícil do que parecia. O tom de voz de Alex e Ivanna eram até convincentes mas nada comparado ao seu eu interior.

-E você acha que eu não sei Alex? Por qual motivo você acha que os intervalos entre os ataques ao pessoal do red head são extremamente bem calculados?

-Que seja, discutir com você e seu narcisismo sem limites é perca de tempo, além do mais preciso saber com o Augustus as informações que o IML, a polícia e a mídia já tem sobre o atentado

-Não precisa ligar pro Augustus. Ele acabou de me passar uma mensagem contando sobre as pré investigações que já foram feitas no beco

-Ótimo, pelo menos assim sobra um tempo extra pra queimar os carros e se livrar das armas

-Jason, eu acho melhor nós gastarmos esse tempo extra com outra coisa, sabe o homem de confiança do Santinni tinha morrido? Era Rafael Ciprianni, o filho do delegado Lorenzo.







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