Capítulo III

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"- Desde quando?

– Desde o começo o ano – ele suspirou. – Ou não!

– Como assim? – ergui uma sobrancelha e sorri de leve.

– Tudo bem... – ele respirou fundo e soltou a "bomba" – Eu tenho sentimentos por você desde o seu terceiro ano. Mas você é tão nova... Eu jamais poderia me declarar para você! Fui atrás de vocês na Casa dos Gritos não por causa do Potter ou do Weasley, mas por sua causa, Hermione. Não fui capaz de aceitar que algo de ruim acontecesse com você. Eu jamais me perdoaria – meu sorriso se alargou e eu joguei meus braços ao seu redor, abraçando-o bem apertado.

– Oh, Severus! – eu dei risada – Isso é simplesmente maravilhoso!

– É mesmo? E por quê? – ele perguntou rindo, enquanto me apertava contra si.

– Eu não sei explicar – Me afastei só o suficiente para poder olhá-lo nos olhos. – Eu sempre acabava chorando por horas a fio depois de uma bronca que você me dava, ou depois de uma sessão gratuita de violência verbal. Mas sempre chorei mais do que o necessário e nunca realmente entendi o motivo – respirei fundo e sorri. – Acho que no fundo, eu queria te orgulhar de alguma maneira e por isso respondia suas perguntas mesmo quando você não me solicitava responder. Por isso te interrompia. Você é o bruxo mais inteligente que já conheci, depois de Dumbledore, e assim como tento orgulhá-lo sempre que conversamos, eu também tentava o mesmo com você. E então, a cada bronca, eu notava que não estava conseguindo o planejado e chorava, mas nunca desisti.

– Oh, Hermione! – ele me abraçou mais forte e então sussurrou contra meus cachos rebeldes levemente domados – Eu sempre me orgulhei! Juro que sim. Por Merlin, a cada vez que me respondia ou que me interrompia, uma centelha se acendia dentro de mim. Mas eu nunca pude demonstrar! Claro que não... Você é tão jovem e eu tão velho!

– Sev... – olhei para ele, roçando meu nariz no seu em seguida – Você não é velho. Você é perfeito para mim – sorri ao terminar de dizer.

– Por Merlin, eu tenho 36 anos, Hermione! – eu dei risada – Do que está rindo? – ele pareceu confuso. Há! Não leu minha mente dessa vez!

– Eu não me importo com quantos anos tem, Severus – acariciei seu rosto e lhe dei um selinho. – Não me importo que seja 20 anos mais velho que eu. – respirei fundo e soltei a bomba. – Eu te quero, Severus Prince Snape! Como jamais quis outra pessoa.

Aqueles olhos negros brilharam e um sorriso que eu nunca tinha visto antes, apareceu em seus lábios. Como ele ficava bonito ao sorrir. E como seu sorriso era contagiante. Logo eu também estava sorrindo.

– Você é completamente pirada, Hermione Jean Granger! – ele riu e me beijou por um tempo, antes de nos separar e me olhar – E eu te amo!

Meu coração se encheu de alegria e meu subconsciente ficou de queixo caído. HÁ! Não tem o que dizer, palhaço? Alguém me ama! Ouviu isso? Rum. Sim, eu discuto com meu subconsciente. Não vejo problema algum nisso. Enfim... Eu nunca estive mais feliz em toda a minha vida! Ele me amava! Disse com todas as letras, vogais, consoantes, sílabas, a frase completa! E eu te amo!

– Eu também te amo, Severus! Hoje eu tive a certeza de que o sentimento que eu sempre nutri por você, é amor! – eu sorria e acho que nunca mais seria capaz de tirar aquele sorriso do rosto. – Te amo muito!

Ele sorriu também e parecíamos dois bobos, olhando um para o outro com aquele sorriso de Coringa, vilão de um filme de super-heróis trouxa chamado Batman, sem dizer uma palavra. Não era preciso! Havíamos nos declarado e agora nada poderia mudar isso.

Voltamos a nos beijar e assim passamos a noite. Trocando beijos, caricias, declarações, até eu dormir abraçada com ele naquela torre, com a lua e as estrelas como testemunhas do nosso amor. Seria um dia que eu jamais esqueceria!"

Pois é. Eu jamais me esqueci! Mas assim como começou, terminou.

Quando acordamos no dia seguinte, trocamos o nosso ultimo beijo, apesar de eu não saber que seria nosso ultimo beijo. Se eu soubesse, teria aproveitado mais. Suspirei. O lance é que, depois daquela noite, Severus passou a me ignorar. Tentei falar com ele na sala dele, mas ele dizia estar ocupado com seja-la-o-que-fosse. Três anos se passaram e muita coisa aconteceu!

Tudo o que eu sabia se resumia em duas coisas: Que Severus não havia matado Dumbledore; e que ele não havia realmente morrido depois daquele ataque de Nagini, como pensávamos. De alguma maneira, ele reuniu forças para sobreviver, para conseguir tratar suas feridas e se curar. Desde então, ele é o novo Diretor de Hogwarts (cargo oferecido a Minerva, que o recusou), que foi reconstruída com muito esforço e muita dedicação. Severus Prince Snape é visto como um herói por todo e qualquer bruxo do mundo e realmente ele o é! Dumbledore estaria orgulhoso dele. Assim como eu estou e sempre estarei. Mas nunca pensei que doeria tanto voltar a Hogwarts, e ter que vê-lo todos os dias, sem poder tocá-lo.

Eu nunca desistiria dele, isso é uma realidade. Mas mesmo assim, me sinto cada dia mais fraca na luta para conquistá-lo. Não sei dizer se o que aconteceu aquela noite foi real, ou se só existe na minha mente. Se eu inventei tudo aquilo, se eu... Bom, eu não sei o que pensar. Tudo o que sei, é que Severus Snape me ama! E eu não vou desistir!


Malfoy ou Snape?Onde histórias criam vida. Descubra agora