O Gray Plains

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QUE? como assim " seus pais já foram descedentes"? Meu pai e minha mãe? Ta, vou parar de fazer perguntas. Enquanto eu me questionava sobre o assunto, Di não parava de pular loucamente, não consigo entender como ela fica tão animada enquanto todos estão surpresos. Levesque estava junto à um dos motoristas vestido de preto que, me lembram os guardas reais de Londres que muitos adoram tirar fotos ridículas, ta confesso, ja fiz isso quando fui lá com Taylor e Anthony, eles adoravam minha companhia quando tinham que comprar alguns tecidos ou utensílios de costura.
Eles cochicavam enquanto olhavam enlouquecidamente para todos no salão, tenho minhas dúvidas sobre essa Levesque, ela não me traz a mesma confiança que mostrava anteriormente. Assim que todos conseguiram se acalmar um pouco e, madame Diana parar de pular, Levesque voltou ao microfone:
-Crianças, desculpe novamente. Hoje eu não estou sendo muito cautelosa sobre esses assuntos, estou tentando não deixa-los da mesma forma que isso me atacou de surpresa. Eu ja estive nesse salão antes e com a mesma idade de vocês e foi a sensação mais bizarra que eu tive na vida.

Ta bem, primeiro perdeu minha confiança e agora me da uma visão de falsa, já não sei em quem confiar como autoridade por aqui. Enquanto via o exemplo ridículo que nossa anfitriã nos deu, Zoey chegou perto do palco de pelo menos meio metro, todos a seguiram e Di me puxava pela multidão, sem minha autorização. Nossa nova amiga de cabelos rebeldes começou a falar com uma voz de autoridade:
- So estou curiosa para saber uma coisa que é o mais importante aqui. Cade nossas bagagens? Temos coisas importantes lá como passaportes, dinheiro e objetos de valor!

Nossa querida Levesque franziu suas sobrancelhas que pareciam pintadas como as de uma boneca de porcelana. Ela já estava cansada de tudo que nos estavamos fazendo em apenas uma noite. Com sua verdadeira voz, cansada e nervosa ela respondeu:
- Estão indo para o Gray Plains, e estão nos armarios do acampamento que sao restritos para todos, apenas o diretor pode tocar na chave, e não se preocupe, minha rosa espinhenta, não tiramos nada de dentro das malas.
Aquilo foi um alivio para mim pois, o clocklace, o denominei assima porque... Sei la, porque eu quis. Ela desceu os degraus do palco como uma princesa e pediu para que todos fossem na mesma direção. Nos guiou até um ónibus que tinha o nome "Gray Plains" escrito na sua lateral. Não era um ónibus escolar nem um rodoviário como todos pensam, apenas um ónibus cinza comum.

Demorou cerca de umas três horas pra chegar numa cidade pequena, era bem pacifica, com seus prédios com suas fachadas desgastadas mas, que qualquer pessoa fã do vintage iria amar. Tinha algumas lojas que por dentro eram lindas, a que eu mais gostei foi uma que tinha suas paredes com painel semelhantes a da minha casa e sua vitrine tinha um vestido longo rosa, com um tecido que devia ser um tipo de tule com rosas ao redor, eu simplesmente amei, acho que irei comprá-lo e...
-Pera ai! Aquele é o Anthony ?
Tomei um susto e acabei dando um susto na Diana que estava dormindo:
- Quem? Eu olhei pra ela e voltei a olhar a loja, precisava confirmar que era ele mesmo. Quando olho para a loja, ele havia sumido. Diana ficou me encarando estranho:
- Da próxima vez, so me acorde quando for um garoto que seja real, bobinha.
Ela esfrega minha cabeça e volta a dormir. Passamos por todo o centro comercial, a única loja que eu não gostei foi uma de esportes, era totalmente fora do padrão da vila mas, Zoey parecia gostar, pois estava quase virando a cabeça para ver enquanto passávamos por ali, mas ela não foi a única. Cedrick parecia uma criança olhando uma loja de brinquedos, ele estava com o mesmo humor de antes, ele e a Zoey ficaram amigos assim que sentaram juntos no ónibus. Finalmente chegamos no Gray Plains, o local era grande, eu pude ver que tinha um prédio grande que me lembrava uma mansão. Consegui ver tambem que tinha uma casa que devia ser o refeitório pois, a placa que mostrava os caminhos sinalizava com uma figura de um prato com um copo pra direção da própria. Estavamos meio cansados pois, era cinco da manhã e o sol nem havia nascido. Soltei um bocejo sem colocar a mão na boca e:
- Alguem nem saiu do pais e ja perdeu os modos britânicos?
Era o Cedrick, ele me deu um susto que me fez engolir o bocejo. Me virei com uma cara de raiva, quase não me aguentei mas, soltei um suspiro e o respondi na máxima calma que me havia no corpo:
- Cedrick, eu sei que não fui uma pessoa muito amigável com você mas, vamos tentar ser legais um com o outro, ok? Você parece legal e... Antes que eu pudesse continuar, aquele ridículo começou a me cantar:
- Okay, se você preferir assim, posso tentar, branquinha. Nesse instante fico corada, de raiva, quem ele acha que é? Ele toca na minha cabeça e solta um sorrisinho de galanteador barato. Tiro a mão dele de cima:
-Tente não fazer isso novamente, não sou esse tipo de garota, está bem?
- Okay pequena rosa, vou tentar não ser hipnotizado por sua beleza.
Que bobo, ele continua achando que eu caio nos truques de galanteador barato.
- Você é ridículo, sabia?
Ele manda aquele sorriso dele que... Argh, porque ele faz isso? Que saber? Que se dane. Não vou me importar com isso.

Levesque vira para o nosso grupo e com sua cara que não me engana mais e diz com a voz mais sonolenta que a nossa:
- Crianças, vou levar vocês para os quartos e, para economizar os quartos, bem, todos vão dormir em dupla, cada quarto com duas pessoas.
Naquele instante eu so queria ir para o quarto e dormir, não aguentava mais ficar em pé. Ela nós avisou que os nossas malas estão ao lado da porta. O alojamento era digno daqueles vistos em filmes na universidade. Tinha dois andares, no primeiro tinha a recepção que era bem grande com um sofá e poltrona bem antigo mas muito fofo. Subindo as escadas de tapete aveludado, tinha fotos bem antigas, tiradas com maquinas fotograficas bem velhas e... Tinha um adolescente em uma das fotografias que não me é familiar, fiquei olhando para ele uns 3 minutos e, quando percebi, todos ja tinham ido para os quartos. Fui correndo para ver qual era meu quarto no corredor com uma janela no final dele. Fui andando e encontrei a minhas malas. Peguei as mais leves e... CEDRICK! O QUE ELE TA FAZENDO AQUI?!
- Você é minha colega de quarto?! Acho que é coisa do destino!
Ele disse com aquele maldito sorriso no rosto.
- Sério, essa foi sua cantada!
Falei com cara de tédio.
- Foi tão ruim assim?
- Foi. Como todas as outras.
- Pensando bem foi mesmo, mas vou melhorar meu repertório.
Ele disse a última parte piscando pra mim, tive que rir. Talvez ele ser meu colega de quarto não seja tão ruim assim.

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