Prologue

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     Ele acordou em um solavanco, o som alto de sinos que ecoava acima de si causava-lhe dores na cabeça. O chão sob seus pés era frio, ele sentia que estava indo para cima em uma velocidade muito rápida, e foi por conta disso que o garoto caiu no chão de repente. Era de metal, ele pôde sentir a rede de correntes gélidas que roçavam-lhe as palmas das mãos. O ar à sua volta era quente e abafado, o que fez com que ele começasse a se sentir um tanto que claustrofóbico.

     Onde eu estou? Ele pensou desesperado.

     Ele podia sentir seu coração bater apressado em seu peito enquanto a respiração acelerava gradualmente.

     O mundo à sua volta era um breu total, e não ser capaz de se lembrar de uma vida com luz deixava-o louco. Ele sabia que tal coisa não existia, mas se perguntava porque não havia uma simples coisa em sua mente que poderia ser recuperada.

     Ele sentiu uma onda de calor vinda do topo da sala onde estava, ou o que quer que aquilo fosse. O garoto ainda podia sentir o chão e tudo sobre ele indo rapidamente para cima, e então, ele se perguntou por quanto tempo estava ali. Ele não sabia.

     Não levou muito tempo para que ele se desse conta de algo que interrompeu sua linha de pensamentos sobre o seu tempo de permanência ali: ele não conseguia se lembrar de nada.

     Nem mesmo o seu nome, idade, sua aparência e sua vida antes daquilo. Era bizarro. Ele sabia que tivera uma vida antes de estar ali, mas ele não conseguia recuperar nem ao menos uma lembrança sobre ela. Ele sabia sabre mães e pais, mas não possuía lembrança alguma sobre os seus. Ele era capaz de pensar em diferentes nomes, mas nenhum pelo qual poderia se chamar. Ele podia se lembrar das coisas e dos sentimentos, mas não se lembrava de ter nenhuma experiência com eles.

     De repente, o chão sob ele parou e pôde-se ouvir o som de metal contra metal ruindo de forma irritante, como se algo estivesse se abrindo. Outro sino soou estridente, mas desta vez, foi seguido por diversas vozes de garotos acima dele. Seu coração batia acelerado e as palmas das mãos suavam frio contra o chão ainda gélido.

     E então, alguma coisa - ou alguém -, caiu ao seu lado e gritou. "Bem-vindo à sua nova casa, fedelho!" 

     A voz o assustou, era baixa e alta, e ele instintivamente inclinou sua cabeça na direção da mesma, o rosto contorcido em uma careta. Ele pôde sentir o sol ofuscante esquentar sua pele enquanto ouvia várias vozes masculinas à sua volta, como se viessem de todas as direções ao mesmo tempo, mas tudo o que ele conseguia ver era a escuridão.

     "Hey fedelho, você está bem?" A voz disse novamente.

     Ele abriu os olhos e piscou lentamente. Escuridão.

     Ele fez isso de novo, e de novo. Fechou seus olhos e abriu-os lentamente.

     "O que há de errado com ele?" Ele ouviu alguém murmurar.

     "Ótimo. É apenas outro cabeça de mértila inútil para tomar conta."

     "Olhe para os olhos dele."

     Ele levou suas mãos até seu rosto. O que há de errado com eles? Ele pensou. Com os dedos trêmulos ele pôde sentir seus cílios e o úmido de seus olhos. Eles estavam definitivamente abertos, e além disso, definitivamente também estavam ali.

     Então porque eu não consigo ver nada?

     Ele sentiu uma mão repousar em um de seus ombros e afastou-se assustado. Era grande, cheia de calos e causava-lhe sensações estranhas ao entrar em contato com sua pele sensível.

     "Fedelho, você está bem?"

     Era a voz que dera-lhe boas vindas de novo. Ele sacudiu a cabeça.

     "Eu não consigo ver nada."

     Sua voz parecia estrangeira para ele e sua garganta ficou estranha quando ele falou. Ele se perguntou como diabos ele soara para os outros.

     Outra vez a sua volta foi tomada por uma desordem de vozes sobre vozes, ele ouviu alguém falar sobre sua voz e instantaneamente sentiu-se inseguro, mas uma outra fala deixou o grupo todo em silêncio.

     "Aí meu Deus, ele é cego?"

     Os garotos ficaram em silêncio e ele pôde sentir o sangue ferver em seu corpo. O que isso significa? 

     Ele pensou desesperado. Seu coração estava disparado agora e sua respiração mantinha-se irregular.

     "Onde eu estou?" Ele perguntou com a voz trêmula.

     "Na Clareira," o garoto na sua frente disse, "e alguma coisa me diz que isso não vai ser nenhum pouco divertido para você."

     E de repente, o garoto sentiu uma forte onda de medo atingi-lo, fazendo-o se sentir perdido em seu mundo de escuridão, quando na verdade, a escuridão era ainda o pior por vir.

     ESSA FIC É SIMPLESMENTE MARAVILHOSA GENTE VOCÊS NÃO FAZEM IDEIA!!!!!!!

     Foi por isso que eu decidi traduzir blind para vocês, o mundo precisa conhecer essa fic!!!!

     TODOS OS DIREITOS SÃO RESERVADOS A AUTORA (que não sou eu), o user dela tá na descrição da fic e no meu perfil, caso alguém queira ler em inglês, ela tem outras duas fics maravilhosas também.

     Espero que gostem de Blind tanto quando eu!!! Bjobjo ;-)


Blind PT-BR //NewtmasOnde histórias criam vida. Descubra agora