Fecho os olhos, buscando em minha mente qualquer flashback de algum momento da minha vida.
Uma garotinha de mais ou menos cinco anos. Seus cabelos são ruivos e seu rosto possui algumas sardas. Mas... Quem é ela?
Cassye. Eu posso me lembrar de lábios pronunciando isso. De quem são, eu não sei.
Cassye vai crescendo. Antes uma menina, agora é uma adolescente. Deve a minha filha. Ela é muito parecida comigo... acho. Não consigo lembrar direito da minha aparência.
— Papai? — escutei alguém me chamar do outro lado do cômodo. Eu estava cozinhando, mas larguei tudo o que estava fazendo para ir na direção da voz.
— O que foi, Cassye? — perguntei, debruçando-me no batente da porta da adolescente.
— Você acha que estou bonita? — ela perguntou, e segundos depois ela saiu do closet e se posicionou em minha frente, vestindo um vestido branco que ia até os joelhos; na cabeça, usava uma tiara da mesma cor que contrastava muito bem com seus cabelos cor de fogo.
— Bonita? — repeti atônito. — Você está linda! Maravilhosa! Deslumbrante!
— Você acha mesmo? — perguntou dando uma voltinha, examinando-se com a testa franzida. — E se Mike não gostar...? E se achar muito exagerado para um primeiro encontro?
— Se ele achar isso, com certeza ele é cego. — disse sincero, fazendo o semblante preocupado de Cassye desaparecer instantaneamente e se transformar em alívio e felicidade.
— Obrigada, papai. Eu não sei o que seria de mim sem você. — ela disse, dando-me um abraço apertado. Me senti muito bem com aquilo.
— Bem... — falei, assim que nos separamos do abraço. — Agora vá. Não quer deixar Mike te esperando, não é mesmo?
Ela negou com a cabeça rapidamente.
—Tem razão. Até mais, pai. — Ela me deu um beijo na bochecha e saiu correndo até a porta.
— Boa sorte!
Fiquei observando a porta por alguns segundos com um sorriso bobo na cara. Eu estava feliz.
— Ela está crescendo tão rápido... — ouvi uma voz feminina dizer atrás de mim, e eu me virei para ver quem era. Não havia escutado ela se aproximar.
Assenti.
— Verdade. Até ontem mesmo ela era apenas um bebê.. — falei, encarando a figura loira à minha frente.
Seu nome era Cara. Me lembro disso de alguma forma. Acho que era minha esposa.
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Cinco minutos
Science FictionCinco minutos. É o tempo que você tem de vida. O que você faria se recebesse essa notícia? Iria para casa chorar e se arrepender de tudo o que não fez? Ou iria aproveitar esse tempo pra fazer algo que sempre quis fazer? Ou até então pensar em algum...