Bom dia, dias de chuva.
Sete da manhã e já estava com os pés de fora.
Não meninas, ninguém me acorda.
Que mimos clichés! Coloquem um alarme e façam um esforço para acordarem a horas!Tenho coragem mas não tenho humor a estas horas da manhã, e quem tem humor a estas horas é forçado com certeza.
Bem como podemos reparar, acordo logo a reclamar com a sociedade de hoje em dia.
Discursar apontando críticas é o meu forte.Mais um dia no meu curso de Letras. Ai como eu adoro aquilo.
A minha turma é muito silenciosa mas isso já era de esperar. Estamos num curso de Letras, pessoas que gostam de escrever e pretendem se tornar famosas com as suas obras não vão falar muito, efetivamente.Já me havia vestido então estava a dar os meus últimos retocados na roupa de frente para o espelho branco que se situava num canto do quarto, apoiado na cómoda.
E por falar em branco, ele era a cor que predominava no meu quarto.
Não há nada melhor que branco, ganga clara e o dourado (entre muitas outras cores mas estas eram as que mais usava no quotidiano).Ali me penteava puxando levemente as mechas de cabelo para baixo.
O meu cabelo era liso terminando um pouco abaixo dos seios, e eu cuidava bem dele, constatando que é uma das coisas que mais adoro.
Na minha cómoda, além de uma linha de livros que ia de uma ponta à outra, eu tinha também uma caixa forrada de tecido vermelho rosado onde estavam os meus enfeites para o cabelo.
Optei por escolher um laço preto, daqueles que têm a presilha para se prender na parte de trás. Não sei se me estou a fazer entender...
Mas gosto muito de facto.
Sou uma pessoa que repara sempre nos mínimos detalhes das coisas.
Por exemplo, um livro muito detalhado é uma porta aberta para um texto enriquecido pois faz o leitor imaginar o cenário, a ação, etc.
O que é pretendido.Enquanto me aprontava, o meu telemóvel vibrou sobre a cómoda fazendo-se ouvir um som um tanto desconfortável por apenas se sentir a vibração, não havia toque. Tinha me esquecido de o colocar em perfil geral.
Olhei para o telemóvel conforme endireitei o laço com as duas mãos.
Era a Sara que me estava a ligar.
Creio que para me avisar que já estava esperando por mim na pastelaria para irmos tomar o pequeno almoço, costume da sexta feira.Atendi.
- Bom dia, estou quase pronta. Já estás na pastelaria?
- Bom dia! Ainda bem, já estou no sítio habitual sim, e a propósito trouxe o livro que me emprestaste a semana passada. - Contestou enquanto se sentava. (Eu escutei os sons de fundo).
- Ok, obrigada, estou aí em... - Olhei para o relógio de pulso. - Dez minutos.Ela assentiu e desligámos a chamada.
Envolvi uma pulseira de prata e pétalas no pulso, peguei na mala colocando no ombro e fui embora deixando o meu quarto num brinco.
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Pecado
RomanceUma história para treinar a escrita. Já a tinha em mente há algum tempo. ---- Mariana Sousa, com 15 anos espetados na pálida face. Um extremo nojo de meninos, difícil de socializar com ambos os sexos. Demasiado complexa, tímida e seria. Literatur...