Talking To The Moon

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- Que é que eu estou fazendo da minha vida?

- Também queria saber, querida Tinker.

- Uh, você. - Resmunguei, olhando pelo espelho. - Você anda me seguindo ou ...?

- Eu que te pergunto, cheguei aqui primeiro.

- O quê? Você não estava aqui quando entrei! - Gesticulei com as mãos.

- Não é como se você tivesse verificado as cabines.

- Ou eu entrei no banheiro errado ou você é homossexual e não me contou. Porque isso aqui é um banheiro feminino, Louis.

- Ha ha, muito engraçado.

- Agora, falando sério. A quanto tempo está aqui?

- Tempo suficiente.

Encarei-o pelo espelho, bufando. Virei-me, apoiando minhas mãos no mármore da pia, pegando impulso e sentando. Espero não ter dito meus pensamentos em voz alta.

- Tudo bem com você?

- O quê?

- Perguntei se está tudo bem com você. Sabe, eu esbarrei na Jolie antes de vir pra cá.

- Ah, sim. Eu acho. E você?

- Também.

- Nós não deveriamos mentir assim, tão descaradamente.

Rimos.

- Ah, Louis. Como saber se estamos dizendo a verdade?

- Oras, você sabe quando estão te dizendo mentiras ou verdades. Você sente.

- Eu acho que sim. - Sorrio.- Mas isso vai depender do quanto você conhece e confia na pessoa com quem vos fala.

- É, eu acho que sim. - Ele disse depois de um tempo, um sorriso pendendo de seus lábios finos.

- Você nunca vai dizer "Eu concordo com você" não é?

- É, nisso eu posso concordar. - Louis veio em minha direção, sentando-se ao meu lado na pia.

Rimos.

- Sabe, se você quer que nós sejamos amigos mesmo você deveria falar mais sobre si. - Desabafei, alguns segundos depois.- Às vezes sinto como se não te conhecesse tão bem.

- Sério? Você se sente assim mesmo?

- Na verdade, sim. Você já notou que mal nos falamos durante todo esse tempo que estive aqui, mas sempre me meto em situações estranhas com você?

- Situações estranhas? Não diria que ir ao mercado seja estranho. - Ele retruca, sorrindo.

- Então quer dizer que bater na porta de alguém de madrugada no meio de uma tempestade é super normal? - Virei meu rosto em sua direção.

- Claro que sim! Eu estava pedindo abrigo.

- Eu pensava que era um assaltante, não um desabrigado.

- E no entanto, você abriu a porta.

- O que posso fazer se sou curiosa?

- Você pode perguntar o que quiser.

- O quê?

- Você disse que não me conhece o suficiente. Apesar de eu achar que você me conhece melhor do quê ninguém. Então pode perguntar o que quiser.

Olhei-o de cima à baixo, desconfiada. Mas no fim retribui o sorriso que ele me oferecia.

Por que ele estava somente de terno?

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⏰ Última atualização: Jan 12, 2016 ⏰

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