Céu branco num dia negro

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Koryie mal conseguia acreditar no que ouvira. Pela primeira vez na sua vida, chorou por alegria.

"Mas, o que temos de fazer para que fiques!?"

O rosto de Asura ficou mais pálido do que o normal. Os seus olhos encobertos de sangue e veias, rodaram para baixo. Batia com o pé no chão de soalho do quarto de Koryie, enquanto esfregava as mãos ensanguentadas uma na outra, deixando cair pedaços de pele morta no chão.
Koryie reconhecia aquele olhar, algo não estava bem.

"Asura, o que se passa?"

"Nada..."

"Diz-me...o que tenho de fazer para não te voltar a perder?"

"Koryie...é melhor, me deixares ir, e..eu não..."

"Sabes quantos dias eu chorei por ti!? Sabes quantas noites não dormi a pensar no teu sorriso!? Eu não te quero voltar a perder...EU NÃO VOU VOLTAR A PERDER-TE!!" - reparou que tinha falado alto, baixou a cabeça levemente e pediu para que a sua mãe não a tivesse ouvido.

"Koryie..." - gaguejou.

"Diz..."

"Tens de...ir buscar-me um recetáculo...o meu corpo está a degradar-se, já está meio decomposto, mais uns dias e..."

Koryie estava em pânico mental, não conseguiu ter reação durante alguns segundos, que para esta pareciam horas.
Finalmente, com muita coragem da sua parte, Koryie, levantou a cabeça e falou pausadamente.

"Onde posso arranjar esse recetáculo?"

O pálido rosto de Asura empalideceu ainda mais.

Eu faço tudo por ela...TUDO

Escrever de Preto no EscuroOnde histórias criam vida. Descubra agora