Capítulo 2

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Louis's pov

A voz do Brian Molko 'tá cantando algum verso de Pierrot the Clown e essa é uma das coisas da qual eu vou sentir falta. Apenas deitar na minha cama, fechar os olhos e sentir a música preencher meu quarto e meus ouvidos. Me relaxa, ficar assim, seguindo o ritmo com os pés e movendo os lábios na sincronia da letra, mas sem que nenhum saia da minha boca.

E eu sei que depois que Harry começar a dividir esse espaço comigo, eu não vou ser capaz de ouvir minha música assim. Hoje de manhã meu pai montou uma outra cama do lado da minha, também de casal. E eu tenho sorte de meu quarto ser grande. Mas ele é grande pra uma pessoa. Pra duas ele já fica quase sufocante, principalmente quando a outra pessoa em questão é Harry Styles.

Quando eu cheguei da aula, essa outra cama já 'tava ocupando meu quarto, minha cama um pouco mais afastada pro lado e a mesa de cabeceira dividindo o espaço entre as duas camas. Assim que eu vi a cama espaçosa, eu passei direto por ela, me livrei dos meus sapatos, liguei o meu iPod nas caixas de som, com Placebo no volume máximo permitido por meu pai e me joguei na minha própria cama, aproveitando meus últimos minutos de liberdade. Porque a partir de amanhã eu provavelmente vou ter que começar a usar os fones de ouvido.

E se Harry me obrigar a ouvir as músicas dele?

E só Deus sabe que tipo de música Harry deve gostar. Talvez ele goste de country. Bem Texas. Ou talvez ele seja do tipo de cara que escuta heavy metal no ultimo volume enquanto joga uma bola de basquete na parede, vestindo somente a calça jeans com a qual ele foi pra aula, pés descalços e abdome à mostra.

Imaginar Harry confortável assim é como... Não sei, ver um cachorro andando com duas patas ou ver um professor fazendo compras na mesma loja que você. Não sei explicar muito bem por que eu fiquei meio nervoso com o pensamento de ver Harry sentado no meu sofá, assistindo o jogo e comendo Cheetos como uma criatura inocente.

Leave me dreaming on the bed, see you right back here tomorrow, for the next round*. Eu estou sorrindo quando meus lábios desenham o verso. Talvez os próximos dias não sejam tão ruins assim.

-L2-

Eu estava livre pra faltar aula pra poder ajudar na mudança. Mas meu pai me acordou uma hora mais cedo do que eu estava acostumado a acordar e eu literalmente me arrastei pra fora do meu pijama e pra dentro da minha calça jeans manchada e uma camiseta preta velha que eu encontrei no fundo de uma das minhas gavetas.

Eu não sei por que eu tenho esse nó esquisito no meu peito, eu só digo pra mim mesmo que é nervosismo e tento não pensar muito nisso. Mas então eu estou comendo meu cereal e eu escuto o caminhão da mudança parar na frente da minha casa, logo antes de eu ouvir o motor do carro de Anne e minha fome some no mesmo segundo. Eu levantei e vi meu pai abrir a porta. Anne selou seus lá

bios com os do meu pai rapidamente antes de entrar, seguida por Harry . Seus olhos vagaram pelo aposento como se eles estivessem escaniando o lugar até que eles pararam em mim. Eu tentei ver algum pensamento transparecendo em seu rosto, mas eu mal conseguia ver seu rosto direito. Foi quando eu lembrei de que eu tinha esquecido de colocar os malditos óculos.

Tudo o que eu vi foi Harry me olhar de cima a baixo, eu me perguntei se ele lembrava de ter manchado a calça que eu estava vestindo. A mancha cor de uva estava mais pra rosa agora, mas ainda estava lá.

"Oi", ele disse.

"Oi", eu respondi.

Minha voz meio que falhou um pouco e aquele momento pareceu durar mais do que realmente durou. Mas logo a gente estava carregando caixas pra dentro de casa. Eu, meu pai e Harry carregando alguns poucos móveis e caixas pra dentro dos quartos e da sala enquanto Anne limpava e organizava as coisas, tirando-as de dentro das caixas.

Boys Will Be BoysOnde histórias criam vida. Descubra agora