capítulo 6

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att dupla? yes or yes? 


Louis's pov

Aconteceu de novo mais algumas vezes. Eu e Harry conversando até tarde sobre coisas aleatórias e caindo no sono. Eu acordava no meio da noite pra encontrar ele com a camisa dele jogada no chão e ele com o rosto enfiado em um dos meus travesseiros. Como ele costuma dormir de bruços, eu fico admirando a visão das suas costas largas, o jeito como a luz do abajur ilumina a pele morena, o movimento da respiração dele denunciando um sono tranquilo.

Não é intencional, mas eu só não consigo desviar meus olhos. Eu já fico grato o bastante por não me entregar à vontade de deslizar meus dedos pela curva das costas dele, sentir a pele se arrepiar debaixo dos meus dedos, ou sentir o movimento da respiração dele se eu só apoiar minha palma bem entre os seus ombros.

Mas eu sei que isso só se deve ao fato de eu gostar de homens e Harry ser um homem bonito. Nada mais do que isso. Apesar de eu gostar de estar ao lado dele.

Nessas vezes em que aconteceu de a gente ter dormido na mesma cama, o despertador tocava e eu via Harry se virar na cama com o cabelo bagunçado após eu desligar o alarme. Ele agiu como se dormir na mesma cama que um cara gay fosse a coisa mais normal do mundo e levantou direto para o banheiro, como ele sempre faz mesmo quando dorme na própria cama. Acho que o cérebro de Harry não funciona muito bem quando ele acorda e eu meio que agradeço por isso. Só de ver a ereção matinal dele marcar o tecido do pijama, já faz a minha própria ereção pulsar. Mas eu tento ignorar isso pelo máximo de tempo possível, porque se eu desse corda, eu provavelmente ia me atrasar pra escola.

Na escola, as coisas são como a gente combinou. Ninguém desconfiaria que a gente mora na mesma casa. Mas quando Harry esbarra em mim ao andar pelos corredores, eu sinto meu coração falhar uma batida como cumplice do nosso pequeno segredo. E é quase que proposital, eu ficar no caminho dele pra ser esbarrado. Porque é como uma conexão. O único momento em que o corpo dele toca o meu.

Deve ser meio doentio pensar assim.

Mas eu mordo o canto interno da minha boca pra não sorrir toda vez que Harry rouba minha mochila. E esses dias ele fez algo que ele nunca tinha feito antes. Ele roubou meu caderno na aula de álgebra pra copiar minhas respostas e então ele bagunçou meu cabelo. O choque foi tão grande que eu nem me preocupei em ajeitar os fios que Harry tinha acabado de desarrumar com seus dedos desajeitados. E ele deve ter achado que aquilo entregaria a nossa "aproximação", já que ele não voltou a repetir o ato.

Harry é impulsivo, pelo que dá pra perceber. E às vezes ele fica inquieto, eu não sei bem o motivo. Mas às vezes a gente tá sentado, assistindo TV ou algo assim e ele não fica mais de um minuto numa mesma posição. Algumas vezes ele toca meu ombro ao falar comigo, ou meu pulso e às vezes até minha perna, se a gente estiver sentado, e logo depois retira a mão, como se de repente ele tivesse percebido o que estava fazendo e não quisesse que eu levasse pro lado errado. Eu não sei dizer se isso me magoa ou não. Eu entendo o lado dele e eu queria dizer que eu não vou levar pro lado errado se ele me tocar, mas acho que nem eu acredito mais nisso.

Eu parei de acreditar quando eu me flagrei duro ao pensar na possibilidade de tocar nas costas de Harry durante a noite, quando eu considerei a possibilidade de me masturbar quieto e em silêncio ao lado dele enquanto ele dorme.

E isso de Harry me fazer ter pensamentos sexuais dessa forma não é certo, quando você pensa que o meu pai vai casar com a mãe dele e que isso faz da gente quase que tipo... Irmãos.

E se você pensar que eu não costumava ter uma mente tão sexual assim há algumas semanas atrás.

Eu sou do tipo de pessoa que se sente culpada de pesquisar pornografia na internet, ao menos era, já que agora o pornô fica vívido e insistente dentro da minha cabeça, me fazendo ter ereções repentinas nos momentos mais inusitados possíveis.

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