Vinte

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Eu faço versos na minha própria cabeça
Que não rimam
Que não tem graça
Para mim mesma
Com a desculpa de que são
Para pessoas que entram
E saem
Da minha vida de desgraça

Como duas pessoas
Podem ser tão parecidas
E tão diferentes?
Eu sou discrente
Ela é crente
(até demais)
No sentido de crer nas pessoas
De se apegar às pessoas
De se iludir com as pessoas

Eu sou dessas
que não gosta de admitir
Que crê nas pessoas
Que se apega às pessoas
Que se ilude com as pessoas
Sou dessas que quer cativar
Mas não ser cativada

Ela é dessas
que se magoa calada
E eu também
Ela é dessas
que sofre sem dizer nada
E eu também
É dessas
que de tanto querer ajudar os outros
Esquece de ajudar a si mesma
De valorizar a si mesma
De amar a si mesma

Ó menina bonita,
se olhe no espelho e diga que é linda
Mesmo que não acredite nisso
Uma mentira dita
100 vezes
É uma verdade
E uma verdade esquecida
100 vezes
Se torna uma mentira

Ó menina bonita,
não percebe que eu sou seu espelho?
Eu gosto de ajudar
Mas você tem que se ajudar também
As flores não nascem
só com água e terra
Elas também precisam
da vontade de nascer

Não tema, a vida é um poemaOnde histórias criam vida. Descubra agora