Capítulo 1

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Acordo como sempre com o meu celular tocando Focus, minha mãe me chamando para o café da manhã, e meu pai se apressando para o trabalho. Tudo como sempre tirando o fato do cabelo da minha irmã que resolveu colocar coca-cola no cabelo e ficou um horror ,eu poderia fazer uma lista de coisas mais estranhas que ela ja colocou nesse cabelo, e quanto mais ela coloca mais feio fica.
- Ja decidiu oque vai fazer da sua vida marx? - pergunta a minha mãe passando manteiga no meu pão.
- Tem tantas opções, não sei qual é a certa.
- Faz filosofia você não gosta de filosofar- Disse a minha irmã pegando uma maçã e colocando-a perto do rosto - Isso é uma maçã mais o porque de ela ser uma maçã, porque ela não é uma pera ou não uma laranja, o porque que ela e vermelha e não verde, será que o vermelho não é vermelho?
- Porque não filosofa sobre o seu cabelo e o porque de nada prestar nele.
- Hahaha engraçadinho estou a ri...
O relógio toca.
- Olha a hora sabe, eu tenho que ir para a escola, tenho que estudar muito para não fazer esse tipo de coisa - pego no cabelo dela.

Ela olha com um olhar de reprovação para mim. A condução chega e nos leva para a escola .Só falta um dia para fecharem a inscrição do SAS, e a pressão em casa esta toda em cima de mim meu pai quer eu seja médico e minha mãe advogado. Mas não quero fazer nada disso, nem sei ao certo que quero fazer faculdade. Meu sonho mesmo e de ser mochileiro vida loca sai ai pelo mundo sem rumo sem destino. Sem regras, sem trabalho, sem estudo, sem niguem no meu pé para disser o que fazer oque deixar de fazer.

Nunca fui um menino normal, nunca pensei da mesma forma que outros garotos da minha idade pensavam. Para eles a vida se resumia a 3 coisas apenas: estudo, video game e festas. Para meus pais a vida se resumia em 4 coisas: trabalho, família, estudo e dinheiro. Mais para mim acho que ela não se pode resumir apenas em tópicos que se colacam no foco do meu viver. A vida tem um sentido mais amplo e mais subjetivo do que estes que tentam deste de criança implantar em minha cabeça, mas nunca conseguiram e sempre reclamei o por quê que aceitavam ele.

Agora que ja cresci, e presto vestibular esse ano tento reverter esse pensamento de querer ser diferente, por que uma escolha errada esse ano pode mudar o meu futuro consideradamente.
Para me consolar a genue da vida ( assim que eu chamo o fato triste de estudar para trabalhar e morrer ) escrevir coisas para fazer antes de morrer.
-1-Viver um mês como mochileiro.
-2- Pular de paraquedas.
-3- Conhecer a área 51.
-4- Ficar famoso por postar videos no YouTube.
-5- Ainda é desconhecida.

Na escola não tenho muitos amigos (só um).Sou um considerado medio em termos de feiura, cabelos pretos, óculos, espinhas, meio gordo meio magro, nada demais. Sempre fui considerado o filósofo da turma, principalmente por meu nome ser um nome de um filósofo, por muito questionar e ter pensamentos muitos viajados sempre fui meio que sozinho nessa vida.
- Iai Marx, sabe que episódio estou de One Piece, eu estou?- Perguntou o meu único amigo de escola, Caio - Nenhum, porque eu ja terminei.
- Nossa, One Piece, achei que ele estava em produção e como você conseguiu terminar tem mais de 700 episódios.
- 700? Então não foi esse que eu terminei, foi aquele do diario que tem a menina de cabelos rosas e o menino. One Piece é o dos piratas - Eu balancei a cabeça- Não sei que episódio estou.
- Você já chegou na parte em que Ace dos punhos de fogo morre?
- Ace?
- Eita foi mal.
Ele olhou com um olhar mal para mim. Mais por sorte o alarme tocou. Na sala, as meninas estavam cochichando sobre uma festa que teria na casa de uma menina que fica na minha rua.
- Vai ser o máximo - As meninas vem em nossa direção - E o melhor é que o recalque da nossa sala não vai.
Elas olharam com desprezo para nós.
Ei miga tu vai para a festa, vai ser de arrasar, vamos falar umas maus das outras e falar de meninos que não tão a minima para nós - disse Caio fazendo voz irônica, falando alto para as meninas ouvirem
- Sabe miga eu tenho mais coisas para fazer do que ficar indo para festas bestas - Começamos a rir.
O professor chegou e a turma calou. Mandou todos pegarem os seus cadernos na atividade da semana passada. Mas eu esqueci de pegar o caderno no armario e quando o professor chega perto.
- Poxa vida esqueci no armário a minha tarefa.
- Então vá pegar - Disse o professor com o olhar de peixe morto para mim.
Fui no armário e comecei a mecher nos papeis antigos, para ver se acho, quando puxo o meu caderno um papel cai.

Lista do que fazer antes de sair da escola.

-1- Colocar uma bombinha no banheiro.
-2- Colocar cola na cadeira do professor.
-3- Disser para um menina que ela parece um sanduíche.
-4- Cantar uma musica no refeitório da escola.
-5- Colar em uma prova.

Pego o papel e o caderno e volto para a sala.

Depois do toque mostrei para Caio a lista.
- Dizer para uma menina que ela parece um sanduíche, que leseira. - Fez uma cara estranha para mim - Com qual idade você escreveu isso ?
- Eu teveria ter uns 9 anos, foi quando eu comecei a fazer essas listas.
- Quantos você ja fez?
- Só o número 5 na prova de história, matemática, geografia...
- E português.
- É, português
- Você vai fazer o resto?
- Talvez.
- Ei Carla vem cá - Uma menina de cabelos pretos vem em nossa direção - Fala para ela - Ele vira para mim.- Fala para ela.
- O que você quer falar comigo? - Ela pergunta para mim.
- É algo muito sério. Realmente sério - Ele complementa - É algo que ele quer falar a muito tempo - Ele ri baixinho.
- O que você quer falar comigo? - Ela ficou toda envergonhada.
- Sabe Carla - Eu tento falar sem ri - Eu... acho... que você......
- Sim, você acha que eu ... - Ela começa a fazer cara de apaixonada.
- Se parece com um sanduíche.
Começamos a rir, ela não entendeu.
- Como vocês são retardados, como podem ri de uma leseira dessa.
Ela saiu irritada, a boatos de que ela gostava de mim na sexta série, mas só foi boatos, eu é o que acho.
- Só faltam três.
Tocou o alarme para o recreio.
- Vamos fazer o resto.
- Cantar no refeitório? - Ele olhou para mim com um olhar de duvida
- Foi você que começou com essa história ao chamar Carla, agora vamos fazer o resto.
- Esse será o ponto máximo da intiodice.
- Um dia vamos morrer e você não quer morrer sem nunca ter feito isso.
- Vão ficar falando.
- Pelos menos vamos ficar conhecidos.
Ele olhou de banda para mim.
- Que música?




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