Capítulo 10 - Ho Hey!

24 3 3
                                    

Olhei para minha mãe, tentando deixar obvio em meu olhar a decepção que eu sentia pelo meu pai estar na minha casa.

Ele veio até minha direção e parou na minha frente cruzando os braços.

- Aonde você estava mocinha? Para fazer eu sair do meu trabalho, e passar a noite toda procurando você pela rua, fui até a polícia, me deve uma explicação!

- Primeiro, saiu do seu trabalho, porque quis! Segundo, procurou porque quis, e terceiro, não devo explicação nenhuma!

Desviei dele e fui em direção a escada. Mas minha mãe correu e parou na minha frente.

- Opa, vamos devagar! Vamos ter uma conversa!

- Olha, eu até teria uma conversa só com você para te explicar, mas você chamou o pai, não chamou? Ótimo, conversa com ele, para de ser tola mãe, eu disse que ia ficar bem!

- Não chame sua mãe de tola!

- Olha, eu pensei que você já tinha ido embora! - Olhei em sua direção. Ele ficou parado. - SAI! - Fui até a porta e a abri. - Anda! Essa não é a sua casa!

- Emily, eu vou comprar algo para nós tomarmos café! - Aquilo me pego desprevenida "nós"? Não existe nós existe eu e a boba da minha mãe.

- Ok James, é o tempo d'eu e a Isa termos uma conversa!

Ele foi até a porta e assim que a atravessou deu meia volta e disse.

- Ok, eu volto em... - Não o deixei terminar, fechei a porta na sua cara.

- Isabela Webber ele ainda continua sendo o seu pai!

- Não fala meu sobrenome porque eu não gosto e infelizmente ele é meu pai!

- Olha, ele pode não perceber essas coisas, mas eu sim! De quem é esse moletom que não é seu? Que cheiro de perfume masculino é esse? E aonde você dormiu?

- Mãe, primeiro eu vou dizer uma coisa, quando esse tipo de coisa acontecer - que aliás, não é fora do normal, pois já aconteceu antes, não chama o "pai". - Disse abrindo aspas com os dedos. - Eu estava bem, ótima para falar a verdade. Não levei o celular para você não me encher, eu sei o seu número de cór, qualquer eu ligo, então da próxima vez...

- Não vai ter próxima vez...

- DA PRÓXIMA VEZ. - Eu gritei. - Senta e espera ou vai dormir.

Ela começou a falar, mas minha atenção foi parar no relógio.

- Mãe, vou te explicar, mas abaixa o tom de voz, é 05:50 da manhã! Eu fui com Liam, meu amigo, que perdeu a mãe faz sete meses, fui até o tumulo da mãe dele, depois passamos em um pet shop e adotamos um cachorrinho, depois fomos para casa dele cuidar de Apollo, até que a chuva começou e não dava para sair nem ferrando daquele jeito! Acabei dormindo lá. – A parte do sexo, deixei de fora. Aposto que minha mãe pensa que eu ainda sou virgem, se ela souber que já tive relações ela vai querer que eu volte a ser virgem de alguma forma e espere até o casamento como ela – supostamente - esperou.

- Quem me garante que é verdade, que foi só isso?

- Não preciso provar nada para você, acredite se quiser. Olha, toca em mim, não é um fantasma eu não estou morta, quer que eu tire minha roupa para você ver se tem alguma marca de tortura no meu corpo? - Ironia era minha defesa.

- Sobe para seu quarto e vai tomar um banho!

- Outra coisa. Aquele cara, te meteu um par de chifres, aquele cara teve um filho com outra mulher, aquele cara transava com você, e transava com outra, as viagens que ele fazia, era para a casa da amante dele, ele te dizia que te amava e dizia a mesma para a outra. Isso, durante 10 anos! Se eu fosse você, eu nem olhava na cara dele. Acho que já sei, de quem eu peguei, o fato de não ter amor próprio por mim mesma.

In My VeinsWhere stories live. Discover now