41° Capítulo ¶

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Não sei por quanto tempo estou sobre esta mesa, mas parece ser horas, o frio faz todo o meu corpo tremer e enroscar-me involuntariamente, quero sair daqui, fugir dele, retirar o seu cheiro que esta indesejavelmente penetrado na minha pele!


Um ruido no andar de baixo faz os meus olhos arregalarem-se e verterem mais lágrimas, eu estava feliz quando o barulho da porta fechar com bastante força foi ouvido mal ele desapareceu do meu campo de visão, mas agora o nervosismo e a ansiedade que fazia o meu estomago estar a ponto de deitar tudo cá para fora, estavam de volta, ele estava aqui. Não quero-o ver nem agora nem durante muito tempo.


Obrigo o meu corpo a colaborar e saio desajeitadamente da mesa andando pelo corredor, as minhas pernas mexem-se o mais rápido possível, contenho os gemidos de dor que cada movimento faz-me sentir, os meus olhos estão inchados de tanto chorar o que faz a minha visão ficar turva isso causa-me dificuldade em distinguir todos os objetos há minha volta, mas está o suficientemente bom para conseguir andar sem bater em nada.


Abro e entro na primeira porta que encontro fecho-a rapidamente e fico feliz por estar na casa de banho, poso as minhas mãos sobre o lavatório e sem rodeios olho-me no espelho, esfrego um pouco os olhos tentando focar a minha visão conseguido ver agora o que se encontra refletido. A minha teste tem um grande corte com sangue já seco em volta, levo a mão trémula ao golpe e gemo com a dor que se espelha por toda a minha cabeça, o meu nariz esta inchado e com sangue seco espalhado por toda a minha boca e queixo, que drenou do ferimento do nariz, nem tento lhe tocar pois só a minha respiração já dói o bastante, a minha boca mesmo coberta com o sangue consegue-se ver o meu lábio inferior inchado no canto esquerdo contendo um golpe também.


Quero chorar mais mas simplesmente não consigo e deito-me na banheira ponho-me numa posição fetal agarrando os meus joelhos tentando reconfortar-me a mim própria e parar o frio que sinto por estar completamente nua da cintura para baixo. O som de passos pesados pelo corredor parando mesmo fora da porta de onde me encontrava faz o meu corpo paralisar e quando é de novo audível os passos e uma porta abrindo e fechando eu solto a respiração que nem me apercebi que continha.



**


"Luna..." uma voz roupa é ouvido muito perto do meu ouvido e quando sinto dedos no meu ombro eu grito.


"Não me toques!" digo mexendo-me desajeitadamente na banheira.


"Eu..." interrompio.


"VAI TE EMBORA, EU NÃO TE QUERO PERTO DE MIM!" eu não me sentia agoniada a tanto tempo, o meu corpo reage com tremores e como se fosse espasmos tentando manter a distancia eu parecia uma doida mas realmente eu estou ficando louca com a vida que estou levando.


"Passas-te o caralho da noite toda aqui, eu não vou deixar que passes mais frio." Ele diz e quando se inclina de novo eu tento o chutar mas sem efeito os seus reflexos rápidos fazem as suas mãos agarrarem o meu pé mas não magoam-me, e ai tenho visão da minha perna com alguns hematomas roxos pela coxa e logo puxo o pé e volta e fico agradecida por ele não ter-me impedido.


"Sai" eu digo baixinho olhando-o com raiva.


Dark Freedom H.S ¶Onde histórias criam vida. Descubra agora